escritor poeta, radialista,

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Manifesto de integrantes da Rede rejeita apoio de Marina Silva a Aécio

Parcela do grupo político de Marina classifica apoio de 'grave erro político'. Signatários do manifesto defendem neutralidade’ no segundo turno.


Leia a íntegra do manifesto:
A favor da nova política
O primeiro turno das eleições presidenciais expôs um Brasil prisioneiro de um paradoxo. O centro de poder decadente, conservador e estagnado na velha polarização PT x PSDB, representada por Dilma e Aécio no segundo turno, enclausurou o efervescente desejo de mudanças manifestado nas jornadas de junho de 2013 e reafirmado pelo posicionamento de aproximadamente dois terços do eleitorado brasileiro.
A crise de representação se aprofundou porque as duas principais máquinas partidárias do país lançaram mão do uso descarado dos instrumentos de poder político, institucional, midiático e econômico para cooptar, coagir, pressionar e manipular a vontade popular, impedindo que esse sentimento de mudança predominante na população se materializasse em uma representação alternativa e consequente no segundo turno.
Qualquer que seja o eleito, Dilma ou Aécio, realizará um governo que queimará recursos naturais e conquistas sociais e se servirá do velho padrão do fisiologismo e do patrimonialismo travestido de “garantia da governabilidade” para preservar um modelo de desenvolvimento baseado nos pilares intocáveis da concentração de renda e da exploração irracional dos recursos naturais.  Isto porque os projetos em disputa mantêm em seu DNA a cultura da velha política, da corrupção, da promoção dos interesses do mercado em detrimento dos direitos sociais, da servidão à lei do mais forte; usam e abusam da gestão inescrupulosa, do aparelhamento do estado e do poder público para o favorecimento privado, cooptando e sendo cooptados por interesses escusos.
Esta é a natureza do poder exercido no governo federal, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro ou Minas Gerais, independentemente de qual das duas coalizões governe.
Ressaltamos que as conquistas sociais e econômicas alcançadas pelos brasileiros e brasileiras não foram dádivas ou concessões das cúpulas partidárias do PT ou do PSDB. São os frutos de uma longa e difícil história de lutas que prosseguirá  para garantir a preservação dessas conquistas e que precisa avançar até a construção de um modo de vida e de organização social e econômica que propicie vida digna, justa e ambientalmente sustentável para todos nós.
Como afirma a nota divulgada pela executiva Nacional da Rede Sustentabilidade, que reitera a urgência da mudança, é nosso dever “reconhecer que a sociedade  brasileira não encontrou ainda o caminho, as condições e o tempo de realizá-la. Em nossa democracia, a estrutura política e partidária brasileira impediu, mais uma vez, a realização dessa afirmação histórica”.
Neste momento, a humildade diante das adversidades e das limitações impostas pelas condições do presente exige de nós a grandeza necessária para realizarmos uma avaliação profunda de nossos erros e debilidades. Mas, ao mesmo tempo, de reafirmar a persistência no caminho da consolidação e do fortalecimento de uma alternativa de mudança capaz de conquistar, ao lado de nosso povo, a emancipação social, a paz, a felicidade e a sustentabilidade como legado para as gerações futuras. E isso só poderá ser feito se estreitarmos nossos laços com os que acreditam que os sonhos são a matéria prima mais concreta da política.
Diante deste quadro, os signatários desta trazem a público a opinião consolidada em amplos setores da sociedade de que constitui-se grave erro político a declaração de voto e a adesão à campanha de Aécio Neves. Nenhuma modificação formal no programa eleitoral de Aécio transformará a natureza de sua candidatura, que não se constitui de palavras, mas de atos de história concreta que indicam sua integração orgânica à desconstituição de direitos, aos ruralistas e ao capital financeiro.
A favor da nova política manteremos a nossa independência da polarização PT x PSDB. Ser parte da polarização PT x PSDB destoa do projeto original da Rede Sustentabilidade, que nasceu com o propósito maior de estimular a emergência dos sujeitos autorais, dos indivíduos livres e conscientes, que não se dispõem a realizar suas mais legitimas aspirações e interesses no âmbito da velha, estagnada e conservadora política que tanto PT quanto PSDB representam e praticam.
Para mantermos a coerência e a qualificação de nossa intervenção política, só há um caminho: continuar afirmando a necessidade de uma nova e de uma outra política.
Nosso principal desafio é estarmos à altura do presente, olhar para o futuro e enxergar além dessa falsa polarização que representa o passado. É ter a mais firme de todas as posições: rejeitar as duas candidaturas e não indicar voto em nenhum dos dois lados.
É se declarar independente, sem nenhum compromisso com essa nefasta polarização.
Acauã Rodrigues - Elo Nacional da Rede
Antonio Daltro Moura - Elo Nacional da Rede
Cassio Martinho - Executiva Nacional da Rede
Celio Turino - Elo Nacional da Rede
Claudineia Costa - Elo Nacional da Rede
Daniela Vidigal - Elo Nacional da Rede
Eduardo Thorpe - Elo Nacional da Rede
Fernando Oliveira - Elo Nacional da Rede
Fred Mendes - Elo Nacional da Rede
Gilson Tessaro - Elo Nacional da Rede
Haldor Omar - Executiva Nacional da Rede
Jefferson Moura - Executiva Nacional da Rede
Julio Rocha - Executiva Nacional da Rede
Leonel Graça - Elo Nacional da Rede
Luciene Reis - Elo Nacional da Rede
Marcela Moraes
Mario Neto - Elo Nacional da Rede
Martiniano Cavalcante - Executiva Nacional da Rede
Muriel Saragoussi - Executiva Nacional da Rede
Roberto Martins - Elo Nacional da Rede
Urbano Matos - Elo Nacional da Rede
Valeria Tatsch - Elo Nacional da Rede
Washington Carvalho - Elo Nacional da Rede
Carlos Painel - Executiva Nacional
Thiago Rocha - Executiva Nanional

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