escritor poeta, radialista,

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Sistema Solar pode ter dois planetas a mais além da órbita de Plutão


Estudo chegou a conclusão ao observar órbita de objetos transnetunianos.
Ainda não há evidências diretas de que planetas existam de fato.

  Pelo menos dois planetas desconhecidos podem existir em nosso sistema solar além de Plutão (Foto: Nasa/JPL-Caltech)



É possível que o Sistema Solar tenha, pelo menos, mais dois planetas esperando para ser descobertos, além da órbita de Plutão, anunciaram astrônomos britânicos e espanhóis nesta segunda-feira (19).
A lista oficial de planetas do nosso sistema solar inclui oito corpos solares, entre os quais o gigante gasoso Netuno é o mais afastado.
Para além da órbita de Netuno, Plutão foi relegado ao status de "planeta anão" pela União Astronômica Internacional em 2006, embora seja considerado por alguns o planeta mais distante do sol.
Em um estudo publicado na última edição do periódico mensal "Monthly Notices", da Sociedade Astronômica Real, cientistas propõem que há "pelo menos" dois planetas além de Plutão.
Objetos transnetunianos
Seus cálculos se baseiam no comportamento orbital incomum de rochas espaciais muito distantes, denominados objetos transnetunianos, ou Etnos, na sigla em inglês.

Em teoria, os Etnos deveriam estar dispersos em uma faixa de cerca de 150 Unidades Astronômicas (UA) do Sol. Uma UA corresponde ao espaço entre a Terra e o Sol: quase 150 milhões de quilômetros. Os Etnos também deveriam estar, mais ou menos, no mesmo plano orbital que os planetas do Sistema Solar.
Mas observações de cerca de uma dúzia de Etnos sugeriram uma imagem bem diferente, segundo o estudo. Se a pesquisa estiver correta, os cientistas deduzem que os Etnos se dispersaram muito mais amplamente, entre 150 e 525 UA, com uma inclinação orbital de cerca de 20 graus.
Para explicar esta anormalidade, o estudo sugere que alguns objetos muito grandes, como planetas, devem estar nos arredores e sua força gravitacional está influenciando os Etnos, muito menores, ao redor.
'Forças invisíveis'
"Este excesso de objetos com inesperados parâmetros orbitais nos leva a crer que algumas forças invisíveis estão alterando a distribuição" de Etnos, disse Carlos de la Fuente Marcos, da Universidade Complutense de Madri.

"O número exato é incerto, uma vez que os dados que temos são limitados, mas nossos cálculos sugerem que há pelo menos dois planetas e, provavelmente, mais, nos confins do nosso Sistema Solar", noticiou a agência de notícias científicas espanhola Sinc, citando o cientista.
"Se isto se confirmar, nossos resultados podem ser realmente revolucionários para a astronomia", concluiu. Até agora, não há evidências diretas que sustentem esta teoria.
Da France Presse


Histórico: Bramon calcula orbita e localiza meteorito em São Paulo

Um grupo de pesquisadores acaba de realizar um feito inédito no Brasil. A partir de relatos de testemunhas e de uma imagem de radar meteorológico, cientistas brasileiros calcularam a orbita de um meteoro e localizaram a rocha no lugar previsto.
Meteorito Porangaba

Na tarde de 09 de janeiro 2015, uma grande bola de fogo vinda do espaço foi vista cruzando o céu de diversas cidades do Estado de São Paulo. Logo em seguida, um violento estrondo provocado pela onda de choque também foi ouvido por centenas de pessoas, sem que soubessem exatamente do que se tratava.
A explosão deixou uma espécie de rastro de fumaça, que se manteve visível por vários minutos sobre algumas regiões do interior paulista.

Primeiros Relatos
Neste dia, a BRAMON, Rede Brasileira de Observadores de Meteoros e o Apolo11.com receberam diversos relatos sobre a bola de fogo, mas como sempre acontece nestas ocasiões, as informações eram bastante confusas e contraditórias, mas pelas descrições, não havia dúvida de que se tratava da entrada de um meteoro na atmosfera.

O evento poderia ter ficado apenas na curiosidade, mas a grande quantidade de avistamentos fez o pesquisador Carlos Eduardo Augusto de Pietro, ligado à Bramon, plotar sobre um mapa as observações mais críticas, que permitissem a ele traçar a possível rota e talvez um polígono da queda.
Meteorito Porangaba - mapa


Além das observações visuais filtradas, Di Pietro também pesquisou dados meteorológicos, imagens de satélites e diversos frames do radar de Bauru, no interior de São Paulo, conseguindo reduzir bastante o local de busca, apontado como uma pequena propriedade na cidade paulista de Porangaba.


Em Busca da Rocha
Uma semana após o evento, no dia 16 de janeiro, o pesquisador da BRAMON Renato Cassio Poltronieri, ligado ao Clube de Astronomia de Nhandeara, seguiu rumo ao possível local de queda e encontrou na cidade - não por coincidência - a pesquisadora Maria Elizabeth Zucoloto, uma das maiores autoridades brasileiras sobre meteoritos.

Meteorito Porangaba - Cratera

Zucoloto estava em Porangaba a pedido do dono sítio, pois o caseiro que estava sentado na varanda escutou uma estranha explosão e notou que algo tinha caído no chão, a cerca de 15 metros de distância. Alguns instantes depois ouviu um novo impacto, mas bem mais longe.
Ao vasculhar a área, o caseiro Júlio encontrou o meteorito caído na terra, a cerca de 25 centímetros de profundidade.
Ao chegarem ao sítio, Poltronieri e Zucolloto mostraram ao dono da propriedade o mapa com a possível localização da rocha, que ficou espantado com a precisão calculada. O local era a poucos metros do ponto do impacto.
Meteorito Porangaba - Renato Cassio

As primeiras análises revelaram que o meteorito é um condrito com cerca de 6 centímetros de comprimento e aproximadamente 4.56 bilhões de anos, ou seja, um remanescente dos primeiros momentos da formação do Sistema Solar.

Histórico
Segundo Poltronieri, esse é o 4º meteorito encontrado no Estado de São Paulo, que receberá o nome de Porangaba em homenagem à cidade onde foi encontrado.

"Isso é histórico. Todos aqueles que amam a ciência sabem da importância destes achados. Sua trajetória foi mapeada pela Bramon mesmo sem termos visto ou registrado o evento através da nossa rede, apenas por relatos de pessoas que enviaram as noticias e dados ao amigo Carlos Di Pietro", disse Poltronieri, emocionado.
Agora, uma nova equipe da BRAMON deverá visitar o sítio ainda nesta semana e tentar localizar a segunda rocha que caiu nas proximidades.
Parabéns à BRAMON!

Bem-vindo a Ceres, o planeta anão

POR SALVADOR NOGUEIRA

O ano de 2015 promete ser um dos mais memoráveis da era espacial, e a aventura começa agora, com a exploração de um mundo jamais visitado antes por qualquer espaçonave. A sonda Dawn, da Nasa, está em fase de aproximação final para entrar em órbita ao redor de Ceres, o planeta anão, e começou a enviar imagens de seu alvo.
Imagens de Ceres obtidas durante uma hora no dia 13 de janeiro pela sonda Dawn (Crédito: Nasa)
Imagens de Ceres obtidas durante uma hora no dia 13 de janeiro pela sonda Dawn (Crédito: Nasa)
As fotografias que chegam já têm resolução similar (ligeiramente inferiores) às que podem ser obtidas com o Telescópio Espacial Hubble e dão uma noção do máximo que conseguimos enxergar deste pequeno mundo até o momento.
Ceres é o maior dos objetos no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Com apenas 950 km de diâmetro, ele é aproximadamente esférico, o que motivou a União Astronômica Internacional a reclassificá-lo em 2006 como planeta anão (assim como Plutão, que também será visitado pela primeira vez por uma espaçonave neste ano).
A essa altura, a Dawn está a cerca de 380 mil quilômetros de seu destino — aproximadamente a mesma distância que separa a Terra da Lua. Apesar da proximidade, as imagens não são muito reveladoras. Um olhar atento mostra algumas marcas mais escuras que lembram crateras, e um misterioso ponto claro no hemisfério Norte. Os mesmos traços já eram visíveis na melhor imagem de Ceres até hoje, obtida pelo Hubble em 2004. Mas logo esses traços deixarão de ser pixels borrados e se tornarão um lugar — um mundo inteiro, até hoje inexplorado.
A melhor imagem que temos hoje de Ceres, feita pelo Hubble em 2004 (Crédito: Nasa/ESA)
A melhor imagem que temos hoje de Ceres, feita pelo Hubble em 2004 (Crédito: Nasa/ESA)
Uma das descobertas mais interessantes feitas sobre Ceres aconteceu no ano passado, quando astrônomos europeus usando o satélite Herschel detectaram plumas de vapor d’água emanando do planeta anão. Isso significa que, diferentemente do segundo maior asteroide do cinturão (Vesta), Ceres deve ter grandes quantidades de gelo.
O ALVORECER
A missão Dawn nunca teve tanto destaque, mas trata-se de um dos projetos não-tripulados mais interessantes da Nasa. A espaçonave está prestes a se tornar a primeira a orbitar dois objetos celestes no espaço profundo, e isso só é possível graças aos sofisticados motores iônicos que equipam a sonda.

Graças a eles, a espaçonave pode acelerar, ainda que devagarinho, por longos períodos de tempo. É o que dá a ela autonomia para visitar um objeto, entrar em órbita dele, e depois escapar dele e mudar sua trajetória para visitar um segundo. Entre 2011 e 2012, a Dawn orbitou Vesta, fazendo um mapeamento completo de sua superfície. Mas Ceres promete ser muito mais interessante.
Concepção artística da Dawn se aproximando de Ceres com seus motores iônicos (Crédito: Nasa)
Concepção artística da Dawn se aproximando de Ceres com seus motores iônicos (Crédito: Nasa)
O fato de que existe gelo em grande quantidade lá — e há quem diga até que podem existir lagos ou oceanos sob a crosta — é extremamente importante. Na opinião do Mensageiro Sideral, Ceres seria um ótimo lugar para o estabelecimento de um posto avançado humano no Sistema Solar exterior (o reino dos planetas gigantes gasosos, além da órbita de Marte).
Pense comigo: com água em abundância, além de tê-la prontinha para consumo humano, você pode criar oxigênio molecular para respiração e hidrogênio molecular para combustível. A baixa gravidade torna a partida e a chegada de espaçonaves um problema trivial. E fica a meio caminho de Júpiter, o primeiro dos planetas gigantes.
Claro, não é coisa para já. Mas quem aí está com pressa? Talvez a Nasa resolva fazer algo assim no século 22. Por ora, o foco principal é aprendermos tudo que pudermos sobre Ceres. E, convenhamos, até agora, sabemos muito pouco.
Essa é a empolgação de 2015. Estamos explorando território desconhecido. Quase uma versão século 21 das Grandes Navegações. O que antes era rotulado meramente como “aqui há dragões” nos mapas será conhecido em detalhes a partir de 6 de março, quando a Dawn entrar em órbita de Ceres. E algo muito parecido vai acontecer novamente em julho, quando a sonda New Horizons, também da Nasa, passará por Plutão.
A imaginação dará lugar aos fatos. E certamente eles hão de nos surpreender. Que descobertas incríveis virão por aí? Será que Ceres tem mesmo oceanos subterrâneos? Poderia abrigar vida? Em breve, saberemos. É um daqueles momentos arrepiantes da exploração espacial, com o mesmo sabor da passagem da Voyager 2 por Urano (1986) e Netuno (1989). Fique ligado: 2015 é o ano dos planetas anões.