escritor poeta, radialista,

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Torcedor do Grêmio chama Aranha de "fedorento".

O goleiro Aranha foi alvo de muitas vaias e xingamentos na sua volta à Arena do Grêmio, três semanas depois de ter ouvido ofensas de cunho racial no duelo entre Grêmio e Santos pela Copa do Brasil. O goleiro escutou protestos desde o momento em que entrou em campo para o aquecimento. Uma das câmeras do SporTV flagrou um torcedor gremista chamando o camisa 1 do Santos de "fedorento".
Com as mãos na boca, para tentar evitar que os xingamentos fossem identificados, e bem ao lado de uma criança, o jovem chama duas vezes goleiro de "fedorento" e "relaxado".
Gremista xingando Aranha de "fedorento" e "relaxado" (Foto: Reprodução SporTV)Ao lado de menino, torcedor xinga Aranha durante Grêmio e Santos na Arena (Foto: Reprodução SporTV)
Nesta sexta-feira, na volta a São Paulo, Aranha lamentou a postura de boa parte dos presentes ao estádio, dizendo que eles pareciam apoiar o episódio ocorrido em 28 de agosto, quando foi chamado de "macaco" e disse ter ouvido coros que imitavam o som do animal.
- Não me chamaram de preto fedido, mas me chamaram de branquelo. Era piada? Eles te chamam de tudo o que é coisa. Torcedor se manifestar contra o adversário é normal. Mas o que acontece lá é um caso à parte, é diferente - declarou o goleiro santista.
Aranha demonstrou surpresa com a reação.
- Eu sinceramente pensava que a maioria não concordava com as atitudes, que eles iam tentar passar outra imagem. Mas ficou claro que é um pensamento quase geral da torcida do Grêmio. Pode pegar no meu pé (nas próximas partidas na Arena), não tem problema. Eu não vou desrespeitar ninguém. A denúncia eu fiz para fazer valer meus direitos - afirmou.
Por Porto Alegre

IBGE admite 'erros graves' na Pnad e diz que desigualdade caiu

Dado equivocado também mudou resultado sobre analfabetismo.

Diretor de pesquisas nega que tenha havido interferência política.

Káthia Mello
Do G1 Rio
 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) corrigiu nesta sexta-feira (19) dados que constavam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios referente a 2013, divulgada na última quinta (18). A presidente do instituto, Wasmália Bivar, pediu desculpas por erros "extremamente graves" durante entrevista coletiva no Rio. O problema está relacionado aos números das regiões metropolitanas de sete estados brasileiros.
Segundo o IBGE, a desigualdade de renda proveniente do trabalho diminuiu em vez de aumentar, como primeiramente constava na pesquisa divulgada. Na quinta foi informado que o índice foi de 0,496 (em 2012) para 0,498 (em 2013). Mas o número correto, segundo o IBGE, é de 0,495.
O equívoco afetou diversos índices divulgados, como analfabetismo e o índice de Gini, que calcula o nível de desigualdade no país. O valor desse índice varia de zero (a perfeita igualdade) até um (a desigualdade máxima).
O índice de analfabetismo caiu de 8,7%, em 2012, para 8,5% em 2013 - e não 8,3% como primeiramente informado. O número médio de anos de estudo dos brasileiros com dez ou mais anos de idade aumentou de 7,5 para 7,6.
Os números corretos da divisão da população entre sexos são de 51,4% (mulheres) e 48,6% (homens).
A taxa de desocupação foi mantida em 6,5%, como originalmente informado, uma alta em relação a 2012 que era de 6,1%. Mas o aumento da população desocupada, segundo o anúncio do IBGE, foi menor: não era 7,2% e sim 6,3%. São 6,6 milhões de pessoas desocupadas.
Também houve correção sobre a queda de emprego de jovens entre 5 e 17 anos. O dado correto é de 10,6%.
O IBGE divulgou um link que reúne as correções da Pnad 2013.
"Desculpas pelo transtorno"
"Não há o menor indício de pressão. Nós encaramos o fato como um acidente estritamente técnico e que será investigado. O processo do trabalho será investigado. O IBGE está extremamente abalado por isso, mas identificado o erro, ele é assumido", afirmou.
A presidente do IBGE disse que o instituto "errou e nós pedimos desculpas pelos transtornos. Estamos aqui abatidos com esse erro. Vamos fazer o máximo possível para esclarecer".
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, declarou que o governo está "chocado" com os erros informou que serão criadas duas comissões para avaliar a consistência da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio (Pnad) e encontrar as razões da falha e identifcar os eventuais responsáveis.
Bivar disse que irá continuar no IBGE: "Confortável não estou como servidora do IBGE, mas como presidente não quero ser vista como a pessoa dos momentos bons. Vou continuar como capitão que fica com sua equipe e seu navio".