escritor poeta, radialista,

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Líderes internacionais saúdam Dilma pela reeleição; veja repercussão

Presidentes e representações de diferentes países saudaram, entre domingo e segunda-feira (27), a vitória de Dilma Rousseff, do PT, sobre o adversário Aécio Neves, do PSDB, no segundo turno das eleições à Presidência. Veja abaixo o que disseram os diferentes líderes:
Alemanha
A chanceler alemã, Angela Merkel, enviou nesta segunda-feira um telegrama para parabenizar Dilma Rousseff pela reeleição como presidente do Brasil, manifestando em texto a possibilidade de manter os laços entre os países.

"A felicito pela reeleição como presidente do Brasil. Me alegrou que possamos continuar nossa cooperação", afirmou Merkel. A chanceler disse também que Alemanha e Brasil estão diante de grandes desafios, expressando que está convicta que "apenas juntos e como parceiros, poderemos superá-los".
"Por isso, tenho grandes expectativas a respeito das primeiras consultas bilaterais germânico-brasileiras no Brasil", completou Merkel.
Argentina
A presidente argentina, Cristina Kirchner, recorreu às redes sociais para saudar a colega brasileira. Em carta dirigida à sua "querida companheira e amiga Dilma" e publicada em sua conta no Facebook, Kirchner comemorou o resultado das eleições no Brasil que, no seu entender, "mostra a sociedade brasileira reafirmando seu compromisso inabalável com um projeto político que garanta crescimento econômico com inclusão social".

"Esta nova vitória representa um passo a mais rumo à consolidação da nossa Grande Pátria sul-americana, à qual tanto empenho temos dedicado desde nossas funções no governo e da militância de uma vida inteira", afirmou Kirchner.
Para a presidente argentina, a reeleição de Dilma "ajudará a continuar no caminho que Argentina e Brasil empreenderam em 2003, quando assumiram seus respectivos mandatos os ex-presidentes Néstor Kirchner e (Luiz Inácio) Lula da Silva, e que agora, sob nossa responsabilidade, continua servindo de inspiração ao mundo como alternativa de desenvolvimento com ênfase nas necessidades e aspirações dos nossos povos".
"Diante do início deste segundo mandato, quero te enviar o apoio incondicional e a amizade desta presidenta e da Nação Argentina para que sigamos avançando juntos para um futuro melhor para os nossos povos", concluiu a carta.
Salvador Sánchez Cerén acena para o público durante sua cerimônia de posse presidencial em San Salvador, em El Salvador (Foto: Jose Cabezas/AFP)Salvador Sánchez Cerén (Foto: Jose Cabezas/AFP)
El Salvador
De El Salvador, o presidente e ex-comandante de guerrilha, Salvador Sánchez Cerén, parabenizou Dilma pela vitória.

"Parabéns à presidente Dilma Rousseff e ao povo brasileiro pela vitória eleitoral neste dia", escreveu o presidente em sua conta no Twitter.
"Dia de festa no Brasil e na América Latina: nossos povos decidiram continuar construindo seu bem-estar e felicidade", acrescentou Sánchez Cerén, que na passada guerra civil de 12 anos (1980-1992) fez parte do comando geral da esquerdista Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN).
Presidente equatoriano Rafael Corre revelou que conversou com o vice-presidente dos EUA sobre asilo político a Snowden (Foto: AP)Presidente equatoriano Rafael Correa  (Foto: AP)
Equador
No Equador, o presidente Rafael Correa, comemorou, em sua conta no Twitter, a "maravilhosa vitória de Dilma no Brasil". "Nosso gigante continua com o Partido dos Trabalhadores", continuou Correa. "Parabéns, Dilma, Lula, Brasil".

"Saudamos a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, por sua vitória eleitoral de hoje", comentou o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, também usando o microblog.
O ministro destacou, ainda, que a "esquerda continua consolidando-se na nossa América".
Obama durante evento em que assinou as medidas para reforçar a segurança nas operações do sistema financeiro dos Estados Unidos (Foto: Saul Loeb/AFP)Barack Obama (Foto: Saul Loeb/AFP)
Estados Unidos
O presidente Barack Obama parabenizou Dilma nesta segunda-feira e pediu que sejam reforçados os vínculos com o Brasil, "um importante aliado dos Estados Unidos". Obama vai telefonar para Dilma nos próximos dias para parabenizá-la, indicou a Casa Branca.

O presidente americano também deseja conversar com sua colega brasileira sobre a possibilidade de "reforçar a colaboração para a segurança mundial e o respeito aos direitos humanos, assim como aprofundar a cooperação bilateral em setores como educação, energia e, inclusive, comércio".
"O Brasil é um parceiro importante para os Estados Unidos e estamos comprometidos a continuar trabalhando com a presidente Dilma Rousseff para estreitar nossas relações bilaterais", acrescenta o comunicado.
Neste domingo, a secretária-assistente de Estado para Relações no Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Roberta Jackson, já tinha parabenizado a presidente. "Parabéns, Dilma, pela vitória nas eleições do Brasil. Esperamos continuar nossa parceria bilateral", escreveu no Twitter.
França
O governo da França cumprimentou, nesta segunda-feira (27), a presidente Dilma Rousseff por sua reeleição. "A França deseja trabalhar em estreita cooperação com o governo brasileiro para impulsionar a parceria estratégica entre os dois países em todos os âmbitos", declarou o Ministério das Relações Exteriores da França em comunicado.

O governo francês lembrou que a relação com o Brasil gira em torno de três prioridades: reforçar o diálogo político relativo ao clima, aumentar os vínculos comerciais e de investimento, e dinamizar a cooperação de intercâmbios universitários.
Dilma, reeleita a mais quatro anos de mandato pelo PT, venceu as eleições ao obter 51,64% dos votos válidos contra 48,36% do candidato do PSDB, Aécio Neves, no segundo turno realizado no domingo.
O presidente russo Vladimir Putin fala após o 10º Encontro Ásia-Europa em Milão, na Itália (Foto: AFP Photo/Vasily Maximov )
O presidente russo Vladimir Putin 
(Foto: AFP Photo/Vasily Maximov )
Rússia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, também parabenizou nesta segunda-feira Dilma por sua reeleição e destacou que a vitória nas urnas é uma prova do respaldo popular a suas políticas, informou o Kremlin.

Em seu telegrama, Putin manifestou que "os resultados da votação demonstram que a população apoia a política de Dilma Rousseff que procura o desenvolvimento econômico do país e o fortalecimento de suas posições internacionais", detalhou o comunicado da presidência russa.
O presidente russo avaliou como muito boa a atenção que Dilma presta ao !fortalecimento da associação estratégica russo-brasileira!.
Putin confirmou a disposição da Rússia de continuar o "diálogo construtivo e o trabalho conjunto para aumentar a cooperação bilateral em todos os âmbitos, assim como a interação na ONU, no G20 (países desenvolvidos e emergentes), nos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e em outras estruturas multilaterais"
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em imagem de arquivo. (Foto: Arquivo / Reuters)
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
(Foto: Arquivo / Reuters)
Venezuela
"Vitória de Dilma no Brasil. Vitória do Povo. Vitória de Lula e seu legado. Vitória dos povos da América Latina e do Caribe", escreveu o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em sua conta oficial no Twitter, pouco depois de divulgados os primeiros resultados que deram a vitória a Dilma.

A Venezuela, desde 1999 governada por um modelo socialista, tem no Brasil um de seus principais aliados políticos e comerciais.
"Parabéns, Dilma, pela sua coragem e valentia diante de tanta maldade, o povo do Brasil não falhou à História, mil abraços fraternos (...). Dilma venceu a guerra suja e a mentira. Pôde mais a verdade de 12 anos de um povo que olha para o futuro com esperança... Parabéns", acrescentou Maduro.
Cristina Kirchner publicou carta para Dilma após a confirmação da reeleição da colega brasileira (Foto: Reprodução/CFKargentina.com)Cristina Kirchner publicou carta para Dilma após a confirmação da reeleição da colega brasileira (Foto: Reprodução/CFKargentina.com)

Nordestinos são xingados devido à reeleição da presidente Dilma


Como aconteceu nas eleições de 2010 e no primeiro turno deste ano, uma enxurrada de ataques e xingamentos contra moradores do Nordeste foram vistas nas redes sociais. Região do país em que a petista Dilma Rousseff teve maior vantagem sobre o tucano Aécio Neves, a região foi classificada como "vergonha nacional". Houve até quem sugerisse que o Nordeste fosse "entregue" a Cuba.

Entre outras colocações, estão as que alegam ser ruim a educação do povo de todo o Nordeste, algo que teria influenciado a escolha pelo PT. Comentários como "Dilma não dá estudo para o povo do Nordeste de propósito" marcaram presença no Twitter. Aécio Neves venceu no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste. Apesar das críticas, Minas Gerais, estado que o tucano governou, também deu preferência à petista. Como de praxe, o Bolsa Família foi considerado "culpado" pela reeleição.

Alguns usuários sugeriram a separação do Nordeste do resto do país. Ofensas pessoais também marcaram presença. "Essa b.", "essa m." foram algumas dos xingamentos dirigidos aos nordestinos.

Dilma ganhou por mérito próprio

A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, do PT, saúda simpatizantes, ao votar em seção eleitoral em Porto Alegre, RsA presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, do PT, saúda simpatizantes, ao votar em seção eleitoral em …

Dilma ganhou na urna por um triz, mas por mérito próprio. Seu principal mérito, ou de sua campanha, foi o de ter elevado a avaliação positiva de governo, de um índice de 32% de ótimo-bom (antes da propaganda na TV) para 46% na véspera das eleições, conforme o Ibope. A aprovação de como ela governa o país saltou de 47% para 58%. Com esses índices, talvez tenha indagado o eleitor, por que mudar?
 Quando começou a campanha a baixa aprovação ao governo, que despencou após as manifestações de junho de 2013, era vista como o calcanhar de Aquiles de Dilma. Isto, aliado ao desejo por mudança expresso por mais de 70% dos eleitores nas pesquisas, colocava Dilma como uma candidata que dificilmente enfrentaria com sucesso um segundo turno. Os acontecimentos tomaram outro rumo. Foi uma vitória apertada, mas inconteste.
 De alguma maneira a campanha de Dilma convenceu a maioria dos eleitores de que ela expressa a mudança que se quer no país, mudança que segundo a narrativa governista na TV começou em 2002 com a eleição de Lula e significa (em termos amplos) uma longa caminhada rumo a um país socialmente menos desigual. Goste-se ou mão, acredite-se ou não nisso, foi a mensagem abraçada pela maioria dos eleitores.
 Da disputa sai o país dividido? Acredito que não.
 Há muitas divergências no Brasil, é claro. Talvez fragmentação traduza melhor a realidade  política do que “divisão”, pois esta palavra carrega em si uma carga de conflito que vai além da resolução por vias pacíficas ou democráticas. O Brasil não vive uma situação de conflagração nesses termos (isto envolveria certamente choques de interesses econômicos sequer aventados em 2014). Viveu, isso sim, três meses de vivência democrática, que em nosso país, como muita coisa, é também carnavalizada, nos seus arroubos, encenações públicas e exageros, tão nossos.
 Nos próximos dias viveremos a nossa quarta-feira de cinzas da campanha eleitoral. A vida continua, com suas belezas e dificuldades.
Arte: Sabrina Cessarovice/Yahoo Brasil

Arte: Sabrina Cessarovice/Yahoo Brasil

sábado, 25 de outubro de 2014

Últimas pesquisas antes do 2º turno mostram Dilma na frente

Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), durante o último debate antes do 2º turno. (Foto: Estadão Conteúdo)Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), durante o último debate antes do 2º turno. (Foto: Estadão Conteúdo)
A menos de 24 horas das eleições, novas pesquisas eleitorais mostram que Dilma Rousseff (PT) manteve a vantagem na liderança do pleito diante de Aécio Neves (PSDB). Na tarde deste sábado (25), Datafolha e Ibope apresentaram seus últimos levantamentos, confirmando que a petista chega ao fim do segundo turno em vantagem sobre seu adversário.

Datafolha

Na última pesquisa, divulgada no dia 23, a petista aparecia com vantagem de seis pontos percentuais para o tucano, marcando 53% contra 47% dos votos válidos. Hoje, essa vantagem caiu para quatro pontos, chegando no limite do empate técnico. Dilma possui 52% dos votos, contra 48% de Aécio.
Em votos totais, no dia 23, Dilma tinha 48%, enquanto Aécio permanecia com 42% - brancos/nulos e indecisos marcavam 5% cada. No levantamento deste sábado, a vantagem se mantém, graças a oscilação negativa entre os indecisos, agora com 3%. Dilma tem 47%, contra 43% de Aécio. Brancos e nulos continuam com 5%.
A pesquisa Datafolha foi realizada durante os dias 24 e 25 de outubro. Foram entrevistados 19.956 eleitores. São considerados, na margem de erro, 2% para mais ou para menos.
Ibope
No Ibope, a vantagem de Dilma Rousseff (PT) supera a margem de erro e fica fora do empate técnico. A petista possui 49% das intenções de voto, contra 43% de Aécio Neves (PSDB). Brancos/nulos, 5%, e indecisos, 3%, complementam a contagem. Houve oscilação positiva do tucano em 2%, mas não o suficiente para entrar na faixa que confirmaria o empate técnico (no levantamento do dia 23, a disputa estava em 49% a 41%, ainda com vantagem para Dilma).
Em votos válidos, descartando brancos/nulos e indecisos, Dilma rompe os 50% e, assim, venceria as eleições. A petista marca 53%, contra 47% de Aécio Neves. A pesquisa Ibope ouviu 3.010 eleitores, entre 20 e 25 de outubro.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Dilma põe no Itaúúú da Veja


Assista ao melhor programa da história das campanhas eleitorais no Brasil: Dilma foi pra cima !
E finalmente o PT chamou o PiG pra guerra aberta: isso não tem mais volta.
As pontes foram dinamitadas.
A seguir, a íntegra do pronunciamento da Presidenta Dilma, em que ela aplica a Ley de Meios pela primeira vez:


Em tempo real na tv: no site do Muda Mais:

Meus amigos e minhas amigas, eu gostaria de encerrar minha campanha na TV de outra forma, mas não posso me calar frente a esse ato de terrorismo eleitoral articulado pela revista Veja e seus parceiros ocultos. Uma atitude que envergonha a imprensa e agride a nossa tradição democrática. Sem apresentar nenhuma prova concreta e mais uma vez baseando-se em supostas declarações de pessoas do submundo do crime, a revista tenta envolver a mim e ao presidente Lula nos episódios da Petrobras que estão sob investigação da justiça. Todos os eleitores sabem da campanha sistemática que a revista move há anos contra Lula e contra mim, mas dessa vez a Veja excedeu todos os limites. Desde que começaram as investigações sobre ações criminosas do Senhor Paulo Roberto Costa eu tenho dado total respaldo a Policia Federal e ao Ministério Público até a sua edição de hoje, às vésperas das eleições que em todas as pesquisas, apontam a minha nítida vantagem sobre meu adversário a maledicência da Veja tentava insinuar que eu poderia ter sido omissa na apuração dos fatos. Isso já era um absurdo, isso já era uma tremenda injustiça, hoje a revista excedeu todos os limites da decência e da falta de ética pois insinua que eu teria conhecimento prévio dos maus feitos na Petrobras e que o presidente Lula seria um de seus articuladores. A revista comete esta barbaridade, esta infâmia contra mim e contra o presidente Lula sem apresentar a mínima prova. Isso é um absurdo, isso é um crime, é mais do que clara a intenção malévola da Veja de interferir de forma desonesta e desleal nos resultados das eleições. A começar pela antecipação da edição semanal para hoje sexta-feira, quando normalmente chega às para as bancas no domingo, mas como das outras vezes e nas outras eleições Veja vai fracassar no seu intento criminoso, a única  diferença é que dessa vez ela não ficará impune. A justiça livre desse país seguramente vai condená-la por esse crime. Ela e seus cúmplices tão pouco conseguirão sucesso no seu intento criminoso. O povo brasileiro tem maturidade suficiente para discernir entre a mentira e a verdade. O povo brasileiro sabe que não compactuo e nunca compactuei com a corrupção. A minha história mostra isso. Farei o necessário doa a quem doer, de investigar e de punir quem mexe com o patrimônio do povo. Sou uma defensora intransigente da liberdade de imprensa, mas a consciência livre da nação não pode aceitar que mais uma vez se divulgue falsas denúncias no meio de um processo eleitoral em que o que está em jogo é o futuro do Brasil. Os brasileiros darão sua resposta à Veja e seus cúmplices nas urnas e eu darei minha resposta na justiça.

A Globo também vai querer tomar no Itaúúú?

Paulo Henrique Amorim

SERÁ QUE O JORNAL NACIONAL VAI EMBARCAR NO ANTI-JORNALISMO DA VEJA? AS REDES ESTÃO DE OLHO E RESPONDERÃO À ALTURA


A dois dias das eleições presidenciais, a pergunta que não quer calar é: será que o Jornal Nacional, o mais importante da TV Globo, VAI EMBARCAR NO ANTI-JORNALISMO CALUNIOSO DA REVISTA VEJA? Outros períodos das eleições ao longo da história mostram que sim, mas não podemos jamais perder a expectativa e a esperança de que o bom senso e o respeito ao jornalismo honesto prevaleçam.


AS ELEIÇÕES DE 2006 E 2010 ESTÃO AÍ PARA MOSTRAR QUE A RECEITA É A MESMA
: na semana das eleições, forma-se a tríade da tentativa de golpe midiático. A REVISTA VEJACOMEÇA fazendo o trabalho sujo, com uma capa caluniosa e sem comprovação para incriminar o PT e seu candidato; em seguida, o Jornal Nacional faz uma grande cobertura do assunto e, no outro dia, os grandes jornais tratam de pautar o debate público noticiando a acusação com grande alarde.


A primeira parte do trabalho já foi feita, que é a ponta mais nebulosa do triângulo. A Veja antecipou sua edição desta semana, com uma capa que traz Lula e Dilma com a manchete “Eles sabiam”. A acusação mentirosa seria supostamente baseada em depoimento do doleiro Alberto Yousseff sobre o esquema de recebimento de propina desmontado no começo do ano pela Polícia Federal. Vale destaque o fato de que o processo corre em segredo de justiça  o que significa que NÃO HÁ QUALQUER ESPÉCIE DE COMPROVAÇÃO NEM DO TEOR DA DENÚNCIAS NEM DE FATOS CONCRETOS A ELAS RELACIONADOS.  Nas eleições anteriores, a história se repetiu.


A palavra “impeachment” não sai das “reportagens” da revista QUANDO O PT TOMA A DIANTEIRA EM ANOS ELEITORAIS. Resta saber se o resto da tríade se formará. Será que o Jornal Nacional, o segundo vértice do triângulo, vai nos surpreender e não cair nesse jogo? É o que esperamos pra ver. Já temos um mau indício: a cobertura do jornal o Globo de hoje (24), que trouxe as denúncias de Yousseff na capa e abriu espaço para que seu colunista (e palpiteiro assíduo dos telejornais da GloboNews), Merval Pereira,COMETESSE OS SEGUINTES IMPROPÉRIOS EM SUA COLUNA: “Nesse caso, o impeachment da presidente será inevitável, caso ela seja reeleita no domingo. Corremos o risco de estarmos condenados a uma crise institucional das grandes com membros do Congresso, governadores e até a presidente eleita envolvidos em um processo criminal mais grave do que o mensalão. A situação eleitoral parece estar se definindo a favor da presidente Dilma, a não ser que as revelações do doleiro Yousseff atinjam o eleitorado no que pode ser definida como a última bala de prata da oposição”.


Se isso não é a articulação de um golpe midiático, não sabemos o que seria. A nossa certeza é a de que estamos de olho: as redes não vão se calar.


CRIME DE VEJA É GROTESCA FRAUDE JORNALÍSTICA

:
247 - O ato cometido pela família Civita em sua mais recente edição não merece outra qualificação. Trata-se de um atentado à democracia brasileira. Um crime. Uma tentativa escancarada de golpe.
A dois dias da eleição presidencial, a Abril faz circular uma edição em que a presidente Dilma Rousseff, que lidera as pesquisas Ibope e Datafolha já fora da margem de erro, é acusada de comandar um esquema de desvios na Petrobras.
Assinada pelo repórter Robson Bonin, a reportagem já principia com uma explicação, que é quase um pedido de desculpas pelo crime:
A Carta ao Leitor desta edição termina com uma observação altamente relevante a respeito do dever jornalístico de publicar a reportagem a seguir às vésperas da votação em segundo turno das eleições presidenciais. "Basta imaginar a temeridade que seria não publicá-la para avaliar a gravidade e a necessidade do cumprimento desse dever". VEJA não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato.
Feita a explicação, parte-se para a reportagem em si sobre o depoimento de um doleiro, que já foi negado por seu próprio advogado (leia mais 

ADVOGADO DE DOLEIRO: VEJA MENTIU SOBRE DILMA

O advogado Antonio Figueiredo Basto, que comanda a defesa do doleiro Alberto Youssef, afirma que desconhece o depoimento de seu cliente que ancora a capa de Veja, publicada ontem, em edição extra; “Eu nunca ouvi nada que confirmasse isso (que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobras). Não conheço esse depoimento, não conheço o teor dele. Estou surpreso”, afirmou; "Estamos perplexos e desconhecemos o que está acontecendo"; tentativa de golpe contra a democracia é manobra da revista conduzida pelo jornalista Eurípedes Alcântara e pelo executivo Fábio Barbosa, que comanda a Abril, no lugar dos Civita; jornalismo brasileiro atinge seu momento mais torpe).
Lá pelas tantas, eis o que diz o repórter: "O doleiro não apresentou – e nem lhe foram pedidas – provas do que disse. Por enquanto, nesta fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o depoente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades".
O que mais é preciso dizer?
Nada.
Simplesmente, que a família Civita cometeu um atentado contra a democracia brasileira, com a intenção se colocar acima da vontade popular, estimulando seus colunistas raivosos a já falar em impeachment, caso a presidente Dilma Rousseff confirme sua vitória no próximo domingo.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Roberto Firmino agora é Alagoas dentro da equipe brasileira. - A terra está muito bem representada, podem confiar!

Se muitos brasileiros que não acompanharam o acesso do Figueirense em 2010 podem não saber quem é Roberto Firmino, convocado nesta quinta-feira para a Seleção Brasileira pela primeira vez, certamente os atuais campeões do mundo sabem. Na Alemanha, o meia-atacante de 23 anos, alagoano de Maceió, já tem status de grande jogador, conquistado com o excelente desempenho na última temporada da Bundesliga – que rendeu o prêmio de revelação do campeonato e também encantou o técnico Dunga.
"Firmino tem qualidade técnica e uma grande facilidade pra fazer gol, algo que temos buscado para a Seleção", elogiou o treinador brasileiro nesta quinta. De fato, os 16 gols marcados com a camisa do modesto Hoffenheim no Alemão 2013/14 colocaram Firmino em quarto na tabela de artilheiros do país campeão do mundo. Mas o camisa 10 é bem mais que isso: como exemplo, só o astro alemão Marco Reus deu mais assistências que ele na última temporada (14 contra 12). Para chegar até aí, porém, a trajetória não foi fácil.
Roberto Firmino começou na base do CRB de Alagoas e saiu para o Figueirense em 2008, com apenas 16 anos. Habilidoso e incisivo, o meia-atacante foi um dos destaques na Copa São Paulo de 2009, quando os catarinenses, defendendo o título, caíram para o Internacional nas oitavas de final. Aquele ano ainda não seria o da explosão: foram apenas dois jogos pelo time principal na Série B, que terminaria com o Figueirense na sexta colocação.
Em 2010, o jogo virou. Firmino passou a ser titular com mais frequência, foi campeão catarinense e entrou em campo em quase todos os jogos da Série B, marcando oito gols. Foi fundamental para o vice-campeonato e o acesso à primeira divisão, e era visto como grande promessa, apesar das críticas de alguns torcedores de "enfeitar" demais as jogadas.
Mas o torcedor não teve muito tempo para ver o garoto crescer: em março, seus direitos já haviam sido vendidos ao grupo do empresário Eduardo Uram, parceiro do Figueirense que também negociou jogadores como o lateral Lucas e o atacante Willian no fim do ano. Após a conquista do acesso, Firmino saiu para o Hoffenheim, da Alemanha.
O começo na Alemanha não foi fácil. Aos 19 anos, fez apenas 11 jogos no Campeonato Alemão em 2010/11, a maioria como reserva, mas já começou a chamar a atenção ao fazer três gols. Em novembro de 2011 veio o pior momento: ao lado do nigeriano Chinedu Obasi, foi afastado de um jogo do time principal por constantes problemas com atrasos.
Revelação do Campeonato Alemão, Firmino alcançou 16 gols e 12 assistências na última temporada
Foto: Alexander Hassenstein / Getty Images
temporadas seguintes foram de crescimento para Firmino: em 2011/12, virou titular do time e marcou sete gols no Alemão; em 2012/13, foi visto como importantíssimo para evitar o rebaixamento do Hoffenheim, sendo o principal homem de criação do time e anotando outros cinco gols. O talento do brasileiro já era palpável e rendia elogios na Alemanha, mas ainda faltava uma temporada para confirmar tudo isso.
O Roberto Firmino da temporada 2013/14 foi um jogador completamente diferente dos anos anteriores. Jogando solto no esquema do Hoffenheim, atrás de um centroavante e com liberdade para se movimentar, o alagoano explodiu: foram 16 gols e 12 assistências, liderando o modesto clube ao nono lugar. O estilo de toques a mais deu lugar a um meia-atacante objetivo e eficiente, com facilidade para finalizar e deixar companheiros na cara do gol.
As atuações de Firmino foram reconhecidas: ele foi premiado como revelação da temporada na Alemanha e renovou com o Hoffenheim até 2017. Mas é pouco provável que ele fique até lá, já que clubes como Arsenal e Inter de Milão já demonstraram interesse pelo camisa 10 na última janela de transferências. Convocado agora à Seleção Brasileira, o jovem que empolgava fãs do Figueirense na segunda divisão dá mais um passo para se firmar como jogador de ponta – e entrar de vez no cotidiano dos torcedores brasileiros.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

ELEIÇÃO DEFINIDA

RIBAMAR FONSECA
Os debates entre os presidenciáveis na televisão ficaram muito chatos. E "enjoativos", na opinião do senador eleito José Serra, que não aguenta mais a discussão sobre a corrupção na Petrobrás, principalmente depois que o delator Roberto Costa revelou que o ex-presidente do PSDB, Sergio Guerra (já falecido), também foi beneficiado com R$ 10 milhões. Se cada rede de televisão decidir promover um debate, o que sem dúvida é garantia de audiência, os candidatos Dilma Rousseff e Aécio Neves não farão mais outra coisa a não ser trocar acusações diante das câmeras e dos olhos de milhões de brasileiros ansiosos por boas notícias.
O debate de domingo último na Record, porém, mostrou-se mais civilizado que o anterior, com os candidatos mais tranquilos e menos agressivos. Alguém, certamente seus marqueteiros, deve ter alertado Aécio sobre a sua virulência no debate do SBT, que repercutiu muito mal entre os eleitores e, talvez por isso, desde quinta-feira última até domingo nenhuma pesquisa foi divulgada pela grande mídia, provavelmente porque refletia o humor negativo do eleitorado diante do mau comportamento do candidato tucano. E no domingo, na Record, ele mostrou-se mais comedido, o que permitiu uma discussão menos passional dos problemas nacionais.
Aécio, no entanto, como sempre, fugiu das respostas, buscando com a sua reconhecida acrobacia verbal confundir o telespectador. Deu-se mal, outra vez, quando voltou a bater na tecla da corrupção na Petrobrás, pois Dilma lembrou o envolvimento do ex-presidente do PSDB e, também, que o caso está sendo investigado e os seus responsáveis presos, ao contrário do que ocorria no governo de FHC, do seu partido. Rebatendo a afirmação do candidato tucano de que a Petrobrás vai muito mal e está desvalorizada, a Presidenta levantou a suspeita de que a maior empresa estatal brasileira está sendo denegrida por Aécio justamente como preparação para a sua privatização num eventual governo do PSDB.
A certa altura da discussão sobre a corrupção na Petrobrás, quando Dilma disse que mandou a Polícia Federal investigar o fato, Aécio arrancou aplausos da sua claque ao dizer que as instituições não precisam de ordens da Presidenta para funcionar e cumprir sua obrigação, mas entrou em contradição logo adiante quando o tema abordado foi segurança pública. Disse que comandará pessoalmente, como presidente da República, as ações policiais. Ou seja, as instituições só funcionam naturalmente, sem precisar de ordens do Palácio do Planalto quando ele, Aécio, não é o seu ocupante. Ele se fez de desentendido, porém, quando a candidata petista lembrou que no governo de FHC os delegados da Policia Federal eram trocados todas as vezes em que as investigações chegavam perto do Planalto.
A propósito, em carta ao jornalista Elio Gaspari sobre as acusações de impunidade às denúncias de corrupção no seu governo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso negou todas elas. "Quanto ao caso Sivam – disse na missiva – a contratação da Raytheon se deu no governo Itamar". Ou seja, ele lembra que o problema ocorreu na gestão de Itamar, mas esquece, numa crise de amnésia que já demora muito tempo, que a estabilização da moeda, com o Plano Real e o controle da inflação, também aconteceu no governo do seu antecessor. A presidenta Dilma, aliás, calou Aécio, lembrando a identidade do verdadeiro pai do Real, quando ele voltou a insistir na velha mentira de que foi no governo FHC que a economia foi estabilizada.
O senador mineiro, durante o debate, acusou a candidata do PT de fazer terrorismo. "Não, candidato – ela respondeu – quem faz terrorismo é o seu ministro da fazenda, escolhido antes da hora, que disse não saber o que vai sobrar dos bancos públicos caso o senhor seja eleito. Os funcionários do Banco do Brasil, Caixa e BNDES estão muito preocupados". Aécio, pelo visto, errou duas vezes nesse caso: primeiro, ao antecipar a escolha do "ministro" sem a garantia de ser eleito e, segundo, por ter escolhido Arminio Fraga, reconhecidamente ligado ao capital estrangeiro. E que, entusiasmado com a possibilidade de ocupar a pasta, vem falando pelos cotovelos, provocando prejuízos ao seu candidato. Suas declarações não deixam margem de dúvidas quanto à intenção de privatizar esses bancos.
Por outro lado, a propaganda eleitoral do candidato tucano repete, insistentemente, gravação de uma antiga declaração da presidenta Dilma Rousseff dizendo que "Aécio foi um dos melhores governadores do país". Na verdade, não apenas Dilma, mas todo mundo também pensava o mesmo até que as ações negativas do seu governo, como as questões dos recursos destinados à saúde, a censura à imprensa e a construção do aeroporto de Claudio, entre outros, começaram a vir à tona, obviamente obrigando todos a reformularem sua opinião porque foram enganados. O mesmo ocorreu na Petrobrás, cujo diretor Paulo Roberto Costa era considerado bom moço até a descoberta das suas falcatruas, envolvendo milhões de reais. Infelizmente, ninguém tem letreiro na testa.
Não se pode deixar de lamentar, na oportunidade, a absurda censura imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral, que proibiu a inserção na propaganda de notícias já divulgadas pela imprensa e de depoimentos de simpatizantes dos dois candidatos. O TSE proibiu o cidadão, justo aquele que elegerá o novo governante, de manifestar publicamente o seu voto, o que foi condenado inclusive pelo renomado jornalista Jânio de Freitas, da "Folha de São Paulo". O mais surpreendente é que tal censura só surgiu depois que o partido de Aécio ingressou com reclamações contra a veiculação de matérias, já publicadas, que revelam aspectos negativos do governo do candidato tucano em Minas Gerais.
Apesar de uma série de estranhos acontecimentos e "coincidências" destinados, claramente, a prejudicar a candidata do PT, o fato é que está se aproximando o dia do pleito e, ao que tudo indica, o número de eleitores dos dois candidatos já está praticamente definido, considerando que não há mais tempo para alterar o quadro. Afinal, os debates já realizados, a propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão e o trabalho de corpo a corpo nas ruas em todo o país já devem ter produzido os efeitos desejados. E a não ser que uma verdadeira bomba de efeito devastador estoure até domingo, o eleitorado já decidiu o vencedor, numa das mais disputadas eleições deste país.

Dilma e Aécio reedita o clima eleitoral de 1989

Tenho ouvido bastante gente dizer que o clima nessa reta final das eleições lembra o de 1989: país dividido entre pobres e ricos, baixarias na campanha, o PT a enfrentar um candidato jovem e bem-nascido apoiado pela direita.
Tendo a concordar com a comparação, mas acho que, em certo sentido, está pior.
Havia acanhamento em apoiar Fernando Collor em 1989. Muitos de seus defensores não tinham coragem de defendê-lo em público. Os grandes jornais rejeitavam Lula, naturalmente, mas tinham pouca convicção no candidato alagoano. O Estado de S. Paulo declarou apoio a ele apenas nos últimos dias da campanha.
A Veja ajudou na construção do mito do caçador de marajás, mas tinha ressalvas com a figura messiânica. É conhecido o episódio em que Roberto Civita, então à frente da Abril, se recusou a recebê-lo na sede da empresa, durante a campanha, por ter sido avisado de última hora.
A Globo, de fato, contribuiu com a famigerada edição do último debate, em que o Jornal Nacional, na véspera do segundo turno, levou ao ar os melhores momentos de Collor – e os piores de Lula.
Mas ainda assim vale lembrar que a emissora precisava se valer de formas indiretas de apoio – a edição tendenciosa – para afirmar sua preferência. 
Mesmo na sociedade civil não era fácil achar quem se manifestasse a favor de Collor. O industrial Mario Amato disse que 500 mil empresários deixariam o país se Lula ganhasse. Mas era a voz da Fiesp, não de uma pessoa física. A atriz Marília Pera concordou em participar do programa eleitoral do PRN e até hoje sofre com o estigma.
Ninguém, em 1989, falava coisas que se tornaram comuns nas últimas semanas. Num vídeo desta semana da TV Folha, uma defensora de Aécio diz o seguinte:  “Temos que tirar o PT do poder, nem que seja preciso um golpe militar”. Num outro vídeo, da Carta Capital, um manifestante grita em direção a moradores de um prédio: “É petista? Então vai morar na favela!”
Entre os spans que chegam à minha caixa de e-mails, alguns apresentam a alternativa de forma clara: ou Aécio, ou os militares. Em 1989 não havia internet, então é difícil a comparação. Lembro dos toscos que vinham dizer que, se o PT ganhasse, seria preciso dividir nossa casa com os pobres. Mas eles não chegavam aos pés do que acontece nas caixas de comentário dos blogs – espaço em que viceja a hidrofobia conservadora que dá a cara do nosso tempo.
A grande imprensa abandonou os pruridos. Um blog abrigado na revista Veja faz campanha por boicote aos artistas que apoiam Dilma. A versão impressa da revista tenta uma bala de prata para acabar com o governo a todo custo. Os comentaristas de política dos telejornais não escondem a preferência. A Folha faz de conta que acredita que seus colunistas não podem revelar em quem votam.
A situação não está melhor no sentido inverso. Os blogs alimentados por verbas do governo petista – e são muitos — fazem o debate regredir a um tempo pré-1989. Ignoram qualquer contexto e partem para a chinelada. As comparações com o governo FHC são primárias, como se o país fosse o mesmo em 2014 e em 1994 e o plano Real uma obra de ficção.
Amigos que se dizem “de esquerda” nas redes sociais adotam comportamento de torcida de futebol – e se rendem a um “nós contra eles” que remete aos primórdios da redemocratização. Revistas apoiadas pelo governo estampam entrevista com Lula na capa a poucas semanas da eleição.
Se de um lado os tucanos se deixaram abduzir pela retórica do Clube Militar, do outro os dirigentes do PT vão caminhando para trás. A ojeriza a Aécio retira da pauta a urgência pela renovação da esquerda e varre para baixo do tapete os erros cometidos nos últimos doze anos e as limitações de Dilma.
Parte expressiva do frescor das manifestações de junho de 2013 vinha da falta de liderança. Sem bandeiras partidárias no horizonte, parecia nascer um modo novo de participar da vida política. Eventos como os que ocorreram em torno de Dilma esta semana em São Paulo, na frente da PUC, reforçam velhas práticas da militância e passam ao PT a impressão de que nada precisa mudar.
A eleição de 1989 era a primeira para o Planalto após a redemocratização. Seu desfecho foi triste, mas o país saiu fortalecido do impeachment, mais confiante no funcionamento das instituições.
Faz 20 anos que o Brasil está entre tucanos e petistas. Foram anos de avanços em muitas frentes – mas agora os dois lados resolveram acreditar que o adversário representa tudo o que existe de mais abjeto no universo.
O baixo nível da campanha faz que com que as candidaturas se reduzam àquilo que têm de mais básico. E aí, de fato, o que sobra são os estereótipos e xingamentos que estão por aí. 
Seria legítimo pedir da democracia brasileira mais do que essa simplificação, mas por ora é o que temos.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Em São Paulo, Dilma recebe apoio de artistas e intelectuais ao lado de Lula



A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo Partido dos Trabalhadores, recebeu, na noite desta segunda-feira (20), o apoio de artistas, intelectuais, de ONGs e entidades ligadas aos movimentos negro e LGBT de São Paulo, além de políticos de partidos aliados. O evento foi realizado no Tuca, teatro da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, na Zona Oeste da capital paulista.

O ato teve início pouco antes das 20h e se encerrou por volta das 23h30, após Dilma Rousseff discursar para um auditório lotado. Do lado de fora, milhares de militantes que não conseguiram lugar no auditório acompanhavam tudo por telões. A Rua Monte Alegre teve de ser bloqueada para o trânsito.

Entre os artistas ilustres, participaram do ato o diretor teatral José Celso Martinez Corrêa, do Teatro Oficina, o escritor e jornalista Fernando Morais, o também escritor Raduam Nassar e a sambista e deputada estadual Leci Brandão (PC do B-SP). Um vídeo com o depoimento do cantor e compositor Chico Buarque foi muito aplaudido após ter sido exibido durante o ato.

Dilma recebeu apoio de Roberto Amaral, ex-presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), de Gilberto Maringoni, candidato derrotado ao governo de São Paulo pelo PSOL, do economista Luís Carlos Bresser Pereira, ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, entre outros.

Lideranças petistas, como Marta Suplicy, ministra da Cultura, José Eduardo Cardoso, ministro da Justiça, o prefeito Fernando Haddad, o senador derrotado à reeleição Eduardo Suplicy, o candidato derrota ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, também marcaram presença no evento.

Depois de fazer campanha na Zona Leste de São Paulo, a presidente teve de recorrer ao helicóptero para cruzar a cidade e chegar em tempo de participar do ato com a classe artística e intelectuais. Ela chegou ao teatro por volta das 22h, acompanhada do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e de Haddad.

O discurso dela terminou por volta das 23h30.

"Esse ato coroa um momento especial de uma campanha que teve momentos extremamente tensos e diferenciados. Mas agora ao se encaminhar para a fase final ela colocou mais clareza no cenário [eleitoral]. O cenário estava um pouco cheio de nuvens. Mas agora é muito claro o que está em questão", declarou, sobre o que classificou de dois projetos de governo que estão em disputa no segundo turno.

Antes dela, Lula afirmou que nunca bateram tanto em um presidente quanto "bateram na Dilma". Para o ex-presidente, o "neto do Tancredo", a forma com a qual ele se referiu ao candidato do PSDB, Aécio Neves, é um dos propagadores do ódio contra o PT e a Dilma. "Esse rapaz deve ter um problema que eu não vou explicar qual é, porque eu não sei. Eu jamais teria a coragem de chamar, não é de uma mulher, não, mas na frente de um homem que ocupasse a presidência, jamais teria petulância de chamá-la de leviana ou mentirosa", completou.

Segundo Lula, depois de várias alterações nas pesquisas à presidência desde o início do ano, a "disputa final vai ser entre a estrela do PT e o bico tucano neste país". "É a disputa que está em jogo. Mais do que uma disputa entre uma mulher e um homem, entre dois candidatos, é uma disputa entre dois projetos, que vocês sabem a diferença", disse.

Maioria afirma que Dilma é candidata dos pobres, e Aécio, dos ricos

Segundo levantamento divulgado na segunda-feira (20), 57% dizem que Dilma é quem mais defenderá os mais pobres, contra 26% que apontam Aécio


Pesquisa Datafolha mostra que a maioria dos eleitores brasileiros acredita que Dilma Rousseff (PT) é quem mais defenderá os mais pobres, e Aécio Neves (PSDB), os mais ricos.


Segundo levantamento divulgado na segunda-feira (20), 57% dizem que Dilma é quem mais defenderá os mais pobres, contra 26% que apontam Aécio. Outros 3% acreditam que os dois defenderão os mais pobres, e 8% afirmam que nenhum dos dois. Além disso, 6% dizem que não sabem.


A pesquisa mostra ainda que 56% dos entrevistados acreditam que o candidato do PSDB é quem mais defenderá os mais ricos se for eleito, contra 17% que citam a candidata do PT. Outros 7% afirmam que os dois defenderão os mais ricos, e 7% que nenhum dos dois. Além disso, 12% não sabem.


Em relação à violência, 41% dos eleitores acreditam que Aécio Neves é o mais preparado para combater o problema, contra 36% que citam Dilma Rousseff. Para 2%, os dois estão preparados, e para 13%, nenhum dos dois. Outros 8% não sabem.



Sobre a saúde, os entrevistados se dividiram: 41% apontaram o tucano como o mais preparado para cuidar da área, enquanto 40% disseram que é a petista. Para 3%, os dois estão preparados, e para 9%, nenhum dos dois. Outros 7% não souberam.



Dilma leva vantagem em relação à educação e à economia. Para 44%, a petista é a mais preparada para cuidar da educação, contra 40% que citam Aécio. Mesmo percentual (44%) diz que Dilma está mais preparada para manter a estabilidade econômica, enquanto Aécio soma 40%.



Na educação, a pesquisa mostra ainda que 3% acreditam que os dois estão preparados para cuidar da área, contra 7% que dizem nenhum. Outros 6% não sabem. Na economia, 2% destacam que os dois têm condições de manter a estabilidade. Para 7%, nenhum dos dois. Outros 7% não sabem.



A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "Folha de S.Paulo". O Datafolha ouviu 4.389 eleitores no dia 20 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Isso significa que, se forem realizados 100 levantamentos, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem de erro de dois pontos prevista. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-01140/2014.