escritor poeta, radialista,

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Os muros nossos de cada dia, em meio a histeria coletiva recheada de factóides.


O estarrecedor quadro de esquizofrenia geopolítica que cortou em duas partes a cidade de Berlim, com o vergonhoso muro que alimentou os pilares de uma guerra fria por quase 28 anos, tem certa semelhança com a histeria coletiva que se vive hoje nas redes sociais por conta do processo eleitoral recém concluído.
Impressionante como há ainda pessoas alimentando ideologias confusas, preconceitos de toda ordem e inclusive uma raiva doentia, de lado a lado, forjada em factóides políticos que não levam ninguém a nada.
Indiscutivelmente não é um bom caminho para quem quer um País verdadeiramente justo e humano. Com seus defeitos e virtude, mas humano.
A história de gente saltar de alegria ou vibrar por que uma moradora de condomínio disse nas redes sociais que comprou lembranças de natal para quatro porteiros, por que eles votaram no candidato dela, e que um outro que não votou fosse pedir a “fdp” do candidato dele, demonstra bem o nível do ser com quem estamos convivendo.
É a negação completa do altruísmo. Lamentavelmente, há quem defenda que se trata de um exemplo a ser seguido.
É o muro de valores morais que está sendo imposto, inclusive cultuado entre famílias. Isso é de uma tristeza transcendental.

Mas, eis que surge a voz mansa do Papa Francisco para dizer ao mundo que “onde há muros, há corações fechados. Fazem faltas as pontes, não muros”. Serve-nos de alerta.
Sua santidade, na condição de líder religioso mundial, defendeu o fim de todos os muros que ainda atormentam a humanidade.
Portanto, seria muito bom que aproveitássemos a oportunidade para derrubarmos também os muros que cercam as idiossincrasias nossas de cada dia.

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