Capítulo 9
1 Então Miguel,
Uriel, Raphael e Gabriel olharam do alto do céu e viram a quantidade de sangue
derramado sobre a terra e todas as desgraças que sobrevieram. Eles então
falaram entre si: "O clamor da terra deserta de homens bate mais uma vez
às portas do céu. Avós, ó Santos do céu, invocam assim desoladas as almas
humanas: Levai o nosso lamento à presença do Altíssimo!"
2 Então eles
falaram ao Senhor dos mundos: "Tu és o Senhor dos Senhores, o Deus dos
Deuses, o Rei dos Reis. O trono da tua Majestade permanece ao longo de todas as
gerações do mundo; o teu Nome é santo, glorioso e louvado em todo o universo.
3 "Tudo foi
por Ti criado e conservas o domínio sobre todas as coisas. Tudo é claro e
manifestado diante dos teus olhos. Tu vês tudo e nada pode ocultar-se na tua
presença.
4 "Tu vês o
que foi perpetrado por Azazel, como ele ensinou sobre a terra toda espécie de
transgressões, revelando os segredos eternos do céu, forçando os homens ao seu
conhecimento; assim procedeu Semjaza, a quem conferiste o comando sobre os seus
subalternos.
5 "Eles
procuraram as filhas dos homens sobre a terra, deitaram-se com elas e
tornaram-se impuros; familiarizaram-nas com toda sorte de pecados. As mulheres
pariram gigantes e, em conseqüência, toda a terra encheu-se de sangue e de
calamidades.
6 "Agora
clamam as almas dos que morreram, e o seu lamento chega às portas do céu. Os
seus clamores se levantam ao alto, e em face de toda a impiedade que se
espalhou sobre a terra não podem cessar os seus queixumes.
7 "E Tu sabes
de tudo, antes mesmo que aconteça. Tu vês tudo isso e consentes. Não nos dizes
o que devemos fazer."
Capítulo 10
1 Então o
Altíssimo, o Santo, o Grande, tomou a palavra e enviou Uriel ao filho de Lamech,
com a ordem seguinte: "Dize-lhe, em meu nome: 'Esconde-te!', e anuncia-lhe
o fim próximo! Pois o mundo inteiro será destruído; um dilúvio cobrirá toda a
terra e aniquilará tudo o que sobre ela existe.
2
"Comunica-lhe que ele poderá salvar-se, e que seus descendentes serão
mantidos por todas as gerações do mundo!"
3 E a Raphael disse
o Senhor: "Amarra Azazel de mãos e pés e lança-o nas trevas! Cava um
buraco no deserto de Dudael e atira-o ao fundo! Deposita pedras ásperas e
pontiagudas por baixo dele e cobre-o de escuridão! Deixa-o permanecer lá para
sempre e veda-lhe o rosto, para que não veja a luz!
4 "No dia do
grande Juízo ele deverá ser arremessado ao arremedo de fogo! Purifica a terra,
corrompida pelos Anjos, e anuncia-lhe a Salvação, para que terminem os seus
sofrimentos e não se percam todos os filhos dos homens, em virtude das coisas
secretas que os Guardiões revelaram e ensinaram aos seus filhos! Toda a terra
está corrompida por causa das obras transmitidas por Azazel. A ele atribui
todos os pecados!"
5 E a Gabriel disse
o Senhor: "Levanta a guerra entre os bastardos, os monstros, os filhos das
prostituídas e extirpa-os do meio dos homens, juntamente com todos os filhos
dos Guardiões! Instiga-os uns contra os outros, para que na batalha se eliminem
mutuamente! Não se prolongue por mais tempo a sua vida! Nenhum rogo dos pais em
favor dos seus filhos deverá ser atendido; eles esperam ter vida para sempre, e
que cada um viva quinhentos anos".
6 A Miguel disse o
Senhor: "Vai e põe a ferros Semjaza e os seus sequazes, que se misturaram
com as mulheres e com elas se contaminaram de todas as suas impurezas!
7 "Quando os
seus filhos se tiverem eliminado mutuamente, e quando os pais tiverem
presenciado o extermínio dos seus amados filhos, amarra-os por sete gerações
nos vales da terra, até o dia do seu julgamento, até o dia do Juízo Final!
8 "Nesse dia,
eles serão atirados ao abismo de fogo, na reclusão e no tormento, onde ficarão
encerrados para todo o sempre. E todo aquele que for sentenciado à condenação
eterna seja juntado a eles, e seja com eles mantido em correntes, até o fim de
todas as gerações.
9 "Extermina
os espíritos de todos os monstros, junta-mente com todos os filhos dos
Guardiões, porque eles maltrataram os homens! Purga a terra de todo ato de
violência! Toda obra má deve ser eliminada! Que floresça a árvore da Verdade e
da Justiça. O sinal da bênção será o seguinte: as obras da Verdade e da Justiça
sempre serão semeadas na alegria verdadeira.
10 "Então
florescerão os justos e haverão de viver até gerarem mil filhos, e completarão
em paz todos os dias da sua juventude e da sua velhice. Então toda a terra será
cultivada com a Justiça, inteiramente plantada de árvores, e cheia de bênção.
11 "Toda
espécie de árvore boa será plantada sobre ela, igualmente videiras; e as
videiras produzirão uvas em abundância. De todas as sementes que forem semeadas
uma medida produzirá mil outras; e uma medida de olivas dará dez cubas de óleo.
12 "Purifica a
terra de todo ato de violência, de toda injustiça, de todo pecado e impiedade;
elimina toda a impudicícia que sobre ela se pratica! Todos os homens serão
justos, todos os povos me prestarão honra e glória, e todos me adorarão.
13 "A terra
então ficará expurgada de toda maldade, de todo pecado, de toda praga, de todo
tormento; e nunca mais mandarei sobre ela um dilúvio, ao longo de todas as
gerações, por toda a eternidade.
Capítulo 11
1 "Naqueles
dias eu abrirei as câmaras dos depósitos da bênção do céu e deixa-las-ei
derramar-se sobre a terra, sobre as obras e os trabalhos dos filhos dos homens.
2 "Então a
Verdade e a Paz juntar-se-ão por todos os dias da terra e por todas as gerações
dos homens."
Capítulo 12
1 Enoque havia
desaparecido, e nenhum dos filhos dos homens sabia onde ele se encontrava, onde
se ocultava e o que era feito dele. O que ocorrera é que ele havia estado junto
dos Guardiões e transcorreu os seus dias na companhia dos Santos.
2 Eu, Enoque,
ergui-me e louvei o Senhor da Majestade e Rei do mundo. Então os Guardiões me
chamaram, a mim Enoque, o Escriba, e disseram-me: "Enoque, tu, o Escriba
da Justiça, vai e anuncia aos Guardiões do céu que perderam as alturas do
paraíso e os lugares santos e eternos, que se corromperam com mulheres à moda
dos homens, que se casaram com elas, produzindo assim grande desgraça sobre a
terra; anuncia-lhes: `Não encontrareis nem paz nem perdão'. Da mesma forma como
se alegram com seus filhos, presenciarão também o massacre dos seus queridos, e
suspirarão com a sua desgraça. Eles suplicarão sem cessar, mas não obterão nem clemência
nem paz!"
Capítulo 13
1 Então Enoque
encaminhou-se até eles e assim falou a Azazel: "Tu não terás a paz. Uma
sentença severa recaiu sobre ti: deverás ser acorrentado. Não alcançarás
indulgência nem será aceita a intercessão, por causa dos atos violadores que
ensinaste a praticar, e por causa de todas as obras blasfemas, da violência e
dos pecados que mostraste aos homens".
2 Então eu dirigi a
palavra a todos eles. Todos encheram-se de grande medo e foram tomados de pavor
e tremor. Suplicaram-me que lhes escrevesse um rogo intercessório, para que
pudessem obter o perdão, e que eu lesse o seu pedido na presença do Senhor dos
céus.
3 Pois a partir de
então não lhes era mais permitido falar com Ele, nem levantar os seus olhos
para o céu, de vergonha pelos seus delitos, pelos quais foram castigados.
4 Assim, eu redigi
o seu rogo de súplica, falando da sua condição de espíritos e dos seus atos
individualmente praticados, e contendo o seu pedido especial de clemência e
perdão. Então pus-me a caminho e assentei-me junto às águas do Dan, na terra de
Dan, que se situa a sudoeste do Hermon; proferi em voz alta o seu pedido,
depois adormeci.
5 Tive sonhos e
sobrevieram-me visões; vi imagens de julgamentos e uma voz falou dentro de mim,
dizendo-me que fosse anunciar isso aos filhos do céu e adverti-los.
6 Quando acordei,
encaminhei-me até eles. Encontrei-os todos sentados a chorar, no Jail de Abel,
entre o Líbano e o Senir. Relatei-lhes todas as visões que tivera durante o
sono; comecei a pronunciar as palavras da Justiça e a advertir os Guardiões
celestes.
Capítulo 14
1 Este é o livro
das palavras da Justiça e da advertência aos Guardiões eternos, segundo o que o
grande Santo ordenara naquela visão. Eu vi durante o meu sono tudo o que agora
vou narrar com a minha língua carnal e com o sopro da minha boca; Deus concedeu
os mesmos aos homens para que possam pronunciar as palavras e entendê-las com o
coração.
2 Da mesma forma
como Ele criou os homens e deu-lhes o dom de entender palavras de sabedoria,
assim também criou a mim e transmitiu-me a incumbência de advertir os
Guardiões, os filhos do céu.
3 Eu havia redigido
o vosso pedido, mas na visão que tive foi-me revelado que o vosso rogo jamais
será atendido, mas, ao contrário, que a sentença que sobre vós recaiu é definitiva
e nada vos será concedido.
4 Daqui por diante
nunca mais havereis de subir ao céu; mas foi determinado que sejais
acorrentados aqui na terra por todos os tempos. Antes disso, porém, devereis
presenciar o extermínio dos vossos amados filhos. Nenhum deles restará; todos
sucumbirão pela espada, aos vossos olhos.
5 Vosso pedido em
favor deles não será aceito, como não o foi o vosso próprio, a despeito de
vosso choro e súplicas, e não o seria mesmo que pronunciásseis todas as
palavras do escrito por mim redigido.
6 Na visão foi-me
dado presenciar o quadro seguinte: nuvens levaram-me ao interior da imagem, e
uma névoa arrebatou-me ao alto; o curso das estrelas e dos raios conduzia-me e
me impelia, e ventos transportando-me ao alto daquele panorama. Eles conduziram-me
ao céu.
7 Eu entrei por
ele, até defrontar-me com um muro, todo feito de cristal e circundado de
línguas de fogo. Isso começou a inspirar-me grande medo. Todavia, eu entrei
pelas línguas de fogo adentro e aproximei-me de uma grande casa, toda
construída de cristal. As paredes da casa assemelhavam-se a um assoalho
assentado em cristal; e de cristal eram também os fundamentos da casa.
8 Seu teto era como
o curso das estrelas e dos raios; e de permeio havia querubins; seu céu era
límpido como a água. Mas um mar de fogo circundava as suas paredes, e suas
portas flamejavam.
9 E eu entrei
naquela casa, que era quente como o fogo e fria como a neve; dentro dela não
existia acomodação alguma; fiquei prostrado de medo e tomado pelo tremor. Caí
com a face por terra; e na visão que tive observei o seguinte:
10 Havia lá uma
outra casa, maior ainda do que a primeira; todas as suas portas estavam abertas
diante de mim; era feita de línguas de fogo. Em todos os seus aspectos ela
revelava brilho, fausto e grandeza, de tal sorte que eu não saberia como
descrever-vos sua magnificência e tamanho.
11 Seu chão era de
fogo; suas partes superiores representavam raios e órbitas estelares, e sua
cobertura era de fogo flamejante. Olhei, e vi dentro dela um trono muito alto.
Sua aparência era como que circular, e as rodas que possuí apareciam-se com o
sol brilhante; era a visão do querubim.
12 Por baixo do
trono saíam jatos de fogo flamejante. A grande Majestade assentava-se sobre
ele; suas vestes eram mais brilhantes do que o sol e mais brancas do que a
neve. Nenhum dos Anjos podia aproximar-se; nem conseguiam encarar sua face por
causa do seu esplendor e majestade. Nenhuma carne podia ousar olhá-lo.
13 Ao redor dele
havia fogo flamejante; na frente dele, um fogo poderoso, e ninguém por perto
podia aproximar-se. A volta, em círculo, postavam-se dez mil vezes dez mil em
sua presença; Ele, porém, não necessitava de conselheiro algum.
14 Os Seres mais
santos, que se encontravam na sua proximidade, d'Ele não se afastavam nem de dia
nem de noite; de forma alguma o abandonavam. Até esse momento, eu jazia com a
face por terra, a tremer. Então o Senhor por sua própria boca dirigiu-se a mim
e disse: "Aproxima-te, Enoque! Escuta a minha palavra!"
15 Então um dos
Santos chegou até onde eu estava e despertou-me do meu torpor; fez-me levantar
e conduziu-me até o vestíbulo; eu porém deixei pender minha cabeça.
Capítulo 15
1 Ele tomou a
palavra, e falou comigo; e eu prestei atenção à sua voz: "Não temas,
Enoque, homem honesto e Escriba da Justiça! Vem até aqui e escuta as minhas
palavras. Vai e dize aos Guardiões do céu que te enviaram como seu intercessor:
Sois vós que devíeis interceder pelos homens, não os homens por vós!
2 "Por que
motivo abandonastes o alto do céu, santo e eterno, dormistes com mulheres, vos
contaminastes com as filhas dos homens, tomastes a elas por esposas,
comportando-vos como os filhos da terra e gerando filhos gigantes?
3 "'Vós éreis
santos, seres espirituais, detentores de uma vida eterna, mas depois vos
deixastes corromper pelo sangue das mulheres e gerastes filhos com o sangue
carnal, e com isso, desejando o sangue humano, e produzindo carne e sangue, vos
igualastes àqueles que são mortais e transitórios.
4 "`Por isso,
eu concedi a essas mulheres, que com eles coabitaram, e que com eles geraram
filhos, que nada lhes falte sobre a terra. Vós, porém, fostes anteriormente
espíritos eternos, destinados a serdes imortais ao longo de todas as gerações
do mundo. Por isso eu não criei para vós mulheres, pois os espíritos do céu
possuem no céu a sua morada.
5 Os gigantes,
porém, que foram gerados do espírito e da carne, serão chamados na terra de
espíritos maus; eles também terão a sua morada na terra. Do corpo delas
procederam espíritos maus; pois, embora nascidos de humanos, é dos Guardiões
santos o seu princípio e origem primeira. Eles serão espíritos corruptos sobre
a terra. e assim chamar-se-ão.
6 Os espíritos do
céu, no céu têm a sua morada; mas os espíritos da terra, que na terra foram
nascidos, nesta terão a sua morada. Os espíritos dos gigantes são cheios de
maldade, cometem atos de violência, destroem, agridem, brigam, promovem a
devastação sobre a terra e instauram por toda parte a confusão. Pois, embora
famintos, não comem; bebem, e continuam a ter sede. E esses espíritos
levantam-se contra os filhos dos homens e contra as mulheres, pois destas
procederam.
Capítulo 16
1 A partir dos dias
da matança, do extermínio e da morte dos gigantes, quando os Espíritos
abandonarem seu corpo carnal sem sofrerem julgamento e condenação, eles
continuarão a agir daquela maneira perversa, até o dia do grande Juízo Final,
quando então o mundo acabará completamente para os Guardiões e para todos os
ímpios.
2 "Dize agora
aos Guardiões, que outrora moravam no céu, e que te enviaram como seu
intercessor: 'Vós estáveis no céu. Nem todos os segredos vos foram revelados;
contudo conhecíeis um segredo que não convinha passar, e na vossa imprudência o
transmitistes às mulheres. Através da revelação desse segredo, homens e
mulheres praticam muitas desgraças sobre a terra'. Portanto dize-lhes: 'Vós não
tereis nenhuma paz'!"
As viagens de
Enoque
Relato da primeira
viagem:
Capítulo 17
1 Tomaram-me então
e transportaram-me a um lugar onde as coisas se apresentavam como chamas de
fogo, e, quando queriam, podiam transformar-se em formas humanas. Depois
levaram-me ao lugar das trevas e sobre uma montanha cujo cume alcançava o céu.
2 Eu vi o lugar das
luminárias, os reservatórios das estrelas e dos trovões e, nas profundidades
mais distantes, um arco de fogo com setas e sua alijava, uma espada de fogo e
todos os relâmpagos.
3 Depois
transportaram-me ao lugar das águas vivas e do fogo ocidental, que recebe o sol
da tarde. Então cheguei a uma torrente de fogo, cuja incandescência fluía como
a água, e que se derramava num grande oceano.
4 Então eu vi as
grandes correntes de água, e cheguei até o grande rio e a grande escuridão;
depois cheguei aos lugares para onde se encaminha toda a carne. Eu vi as
montanhas da escuridão do inverno e os lugares para onde fluem todas as águas
das profundezas.
5 Então eu vi a foz
de todos os rios da terra e a desembocadura das águas profundas.
Capítulo 18
1 Eu vi as câmaras
de todos os ventos; eu vi como Ele adornava toda a terra por meio deles; eu vi
também os alicerces da terra. Eu vi a cumeeira da terra; eu vi os quatro ventos
que suportam (a terra e) o firmamento. Eu vi como os ventos expandiam a abóbada
celeste, e como a sua posição se situava entre o céu e a terra; eles constituem
as colunas do céu.
2 Eu vi os ventos
que fazem girar o céu e movimentam o disco solar e as estrelas, até o seu
ocaso. Eu vi os ventos que sobre a terra transportam as nuvens; eu vi os
caminhos dos Anjos; eu vi, nos confins da terra, o firmamento que se sustenta
nas alturas.
3
Depois eu fui em direção ao sul e vi um lugar que ardia todo o tempo; ali
encontram-se sete montanhas de pedras preciosas, três delas do lado leste e
três do lado sul. Das do lado leste, uma é de pedras coloridas, outra de
pérolas e outra de topázio; as do lado sul são formadas de pedras vermelhas.
4 A montanha do
meio alcança o céu; assemelha-se ao trono de Deus, e é feita de alabastro; o
ápice do trono é de safira. Vi então um fogo flamejante. Para além daquelas
montanhas existe um lugar que representa o fim da grande terra; lá o próprio
céu chega ao seu fim.
5 Então eu vi um
abismo com colunas de fogo da altura do céu, e vi depois essas mesmas colunas
ruindo; elas são incomensuráveis, tanto em altura como em profundidade. Atrás
desse abismo eu vi uma região que por cima não tinha firmamento e por baixo não
tinha bases terrestres firmes; sobre ela não havia nem água nem pássaros; era
um lugar deserto e horrível.
6 Lá eu vi sete
estrelas, como montanhas grandes e ardentes. Quando perguntei sobre elas, disse
o Anjo: "Este é o lugar em que o céu e a terra acabam; esta é a prisão das
estrelas e das legiões dos corpos celestes.
7 "E as
estrelas que circulam sobre o fogo são aquelas que no início do seu curso
transgrediram as ordens de Deus, não aparecendo no seu devido tempo. Assim, Ele
encolerizou-se com elas e prendeu-as por dez mil anos, até o tempo em que
estiver expiado o seu pecado."
Capítulo 19
1 Então disse-me
Uriel "Aqui é o lugar onde ficarão os Anjos que se misturaram com as
mulheres, como também os seus Espíritos, que assumem formas variadas e que
corrompem os homens. Também seduzem a estes, fazendo-os prestar culto aos
demônios como se fossem deuses. Aqui eles ficarão até o grande dia do Juízo,
quando serão sentenciados à aniquilação completa. As mulheres seduzidas pelos
Anjos, serão transformadas em sereias".
2 Eu, Enoque, vi
sozinho essa visão do fim de todas as coisas, e ninguém a verá como eu vi.