O mistério da estrela que poderia abrigar uma megaestrutura alienígena acaba de se tornar ainda mais enigmático.
A estrela, conhecida como KIC 8462852, cintila de uma forma tão irregular que alguns astrônomos especulam que ela pode abrigar um gigantesco aparato alienígena de geração de energia, conhecido como esfera de Dyson.
Tabetha Boyajian, da Universidade Yale, nos EUA, descobriu essa raridade cósmica analisando dados do telescópio espacial Kepler, que monitorou continuamente 100.000 estrelas entre 2009 e 2013. A luz da KIC 8462852 enfraquece em até 20% sem nenhum intervalo regular, o que significa que a variação não pode ser explicada pela presença de um planeta.
Vários astrônomos sugeriram uma série de explicações possíveis, mas foi Jason Wright, astrônomo da Universidade Estadual da Pensilvânia, quem primeiro defendeu que uma civilização extraterrestre avançada poderia ser responsável pelo sinal.
O Instituto SETI, que procura sinais de inteligência alienígena, logo se interessou pela estrela, mas as primeiras buscas não deram resultado.
Variações de brilho
Contudo, logo depois do alvoroço inicial, Bradley Schaefer, da Universidade Estadual da Louisiana, descobriu que a estrela estava registrada em antigas chapas fotográficas, coletadas de 1890 a 1989. Mais de 1.200 fotos mostraram que a estrela esmaeceu gradualmente em até 15% ao longo de um século.
Agora, Benjamin Montet e Joshua Simon, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, encontraram novas variações de brilho escondidas dentro dos dados do Kepler que foram analisados originalmente por Boyajian.
Na verdade, o brilho da estrela KIC 8462852 diminui em cerca de 0,34% ao ano – duas vezes mais rápido do que o cálculo de Schaefer. Além disso, em apenas 200 dias, o brilho da estrela caiu mais 2,5% antes de começar a nivelar, uma mudança muito mais rápida do que qualquer cálculo anterior.
Isto significa que a estrela passa por três tipos de perda de brilho: as quedas profundas que a tornaram famosa, o declínio relativamente lento observado ao longo de um século e uma queda anômala que ocorreu ao longo de duas centenas de dias.
Em busca de causas naturais
Até agora ninguém se arriscou a oferecer uma hipótese para explicar as anomalias da estrela.
“Podemos chegar a cenários que explicam uma ou talvez duas delas, mas não há nada que explique bem as três”, diz Montet.
E os ETs? Será que há mesmo uma estrutura construída por alienígenas que gostam de ficar mudando suas configurações ou que têm demandas de energia extremamente variáveis?
“Seria muito mais satisfatório pensar em uma única causa física que pudesse ser responsável por todas as variações de brilho que observamos. Mas ainda estamos lutando para imaginar o que poderia ser,” disse Simon.
Bibliografia:
KIC 8462852 Faded Throughout the Kepler Mission
Benjamin T. Montet, Joshua D. Simon
http://arxiv.org/abs/1608.01316
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