A descoberta de um asteroide de cerca de 5 km de comprimento em 1986, despertou a atenção dos astrônomos e do público em geral. O objeto tinha uma órbita tão incomum que quando visto da Terra dava a impressão que orbitava nosso planeta e muitos chegaram a chama-lo de segunda Lua.
Batizado de 3753 Cruithne, o objeto é mais um dos milhares de asteroides que repentinamente cruzam a órbita da Terra.
Normalmente, essas rochas passam pelo nosso planeta e seguem sua jornada ao redor do Sol, mas no caso de Cruithne uma rara interação gravitacional o colocou em uma órbita do tipo ferradura, produzindo um padrão orbital bastante estranho.
Se você pudesse observar órbita de Cruithne de fora do nosso Sistema Solar, não teria qualquer dúvida que o asteroide orbita o Sol, mas de forma um pouco diferente das elipses comuns.
O motivo é que Cruithne é fortemente afetado pela gravidade terrestre, que achata o padrão orbital e produz uma visão que é no mínimo interessante aos observadores na Terra. Devido à essa interação, ambos os objetos retornam todos os anos na mesma posição dentro das respectivas órbitas, o que causa a falsa impressão que Cruithne gira ao redor do nosso planeta e não do Sol.
De acordo com os cálculos, a atual orbita deverá se manter assim por pelo menos 5 mil anos até que algo inusitado poderá acontecer.
Apesar da falsa impressão, modelos astronômicos indicam que a orbita atual de Cruithne não é estável.
Simulações indicam que Cruithne poderá realmente ser capturado pela gravidade da Terra e tornar-se uma verdadeira Lua.
Os modelos mostram que essa órbita também não será estável e deverá durar mais ou menos 3 mil anos, até que 3753 Cruithne entre novamente na órbita solar. Quem viver verá!
Artes: No topo, concepção artística mostra o 3753 Cruithne. Na sequência, diagrama mostra o trajeto que Cruithne descreve ao redor da Terra. No vídeo, a representação pode ser vista com mais detalhes, enquanto a animação mostra a dinâmica de modo mais simplificado. Créditos: Celestia Software, Wikipedia, Youtube, Apolo11.com.
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