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segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Golpistas serão rechaçados pelas instituições!
É estupefaciente, para dizer o mínimo, o que ocorreu na mídia brasileira enquanto o Tribunal Superior Eleitoral ainda contava os votos da eleição presidencial de domingo passado. Esse fenômeno revela o despreparo de jornalistas de grandes meios de comunicação para entender não apenas a democracia, mas a Constituição e suas garantias contra o coronelismo eletrônico.
Com base em denúncia tão frágil da revista Veja que levou o TSE a proibir, por unanimidade, a publicação de divulgá-la, e a conceder direito de resposta ao PT no site da revista, comentaristas políticos tomaram televisões, rádios, internet e a imprensa escrita para vender a teoria de que o impeachment da presidente da República seria uma forte possibilidade.
Em primeiro lugar, é preciso que fique claro que a denúncia que Veja fez na internet a 48 horas da eleição em segundo turno não apresentou absolutamente nenhum elemento de prova de que o doleiro Alberto Youssef teria acusado a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula de cumplicidade com um ainda não-esclarecido esquema de corrupção na Petrobrás.
A matéria da edição de Veja da semana passada ignorou todos as exigências que o jornalismo impõe para que uma denúncia daquele calibre seja feita. O leitor da revista não recebeu nada além de uma versão que qualquer um pode inventar. Aqueles que formaram juízo de valor e que condenaram a presidente da República com base em mera maledicência foram guiados pelas próprias idiossincrasias políticas e mais nada.
Ainda assim, as rodinhas de comentaristas políticos tomavam tevês e a internet para já dar como certo que um segundo mandato de Dilma começaria sob o signo do impeachment.
A Veja fez um programa de Web TV em que foi dito que haveria “grande” possibilidade de impeachment. Abaixo, um diálogo retirado do programa.
Apresentadora – O Reinaldo [Azevedo] falou algo muito forte, que é a questão do doleiro Alberto Youssef. Se for comprovado — e tudo indica que será comprovado, porque ele fez um acordo de delação premiada, e feito o acordo de delação premiada ele tem que apresentar provas, senão o juiz não aceita –, a gente tem ai pela frente um provável processo de impeachment.
Ricardo Sette — É isso que eu ia comentar. A gente tem um cenário de horror pela frente ai, Reinaldo [Azevedo], porque /…/ por mais que o governo Dilma tenha uma maioria no Congresso, vai chegar uma hora em que vai aparecer a cabeça aí, e tem a possibilidade do impeachment. Com a possibilidade do impeachment, Michel Temer vai ser presidente da República.
Augusto Nunes — Lembramos o caso do Richard Nixon, que se reelegeu com uma estrondosa votação, quando já corria, quando já dava o caso Waltergate, que aqui, esse caso ai que é bem pior, vai continuar.
Reinaldo Azevedo — Vai continuar!
Esse tipo de conversa, com pequenas variações, reproduziu-se na Globo News, na Band e por aí afora. Enquanto o Brasil votava, apesar de o TSE ter repudiado por sete votos a zero a reportagem de Veja, a mera versão de que Youssef teria acusado Dilma e de que tal acusação seria irrefutável e, assim, faria com que a presidente vencesse a eleição, mas não levasse, espalhou-se como praga.
Pior do que isso, porém, foram iniciativas golpistas paralelas. Dois advogados protocolaram na semana retrasada um mandado de segurança contra a participação da presidente no segundo turno, um pedido de impeachment de Dilma e outro de fechamento do PT, alegando subordinação do partido do governo ao Foro de São Paulo, além de um mandado de segurança no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na tentativa de suspender a participação da presidente no segundo turno das eleições.
Paralelamente a isso, ainda no sábado 25, a 48 horas da eleição em segundo turno, o PSDB representou contra Dilma na Procuradoria-Geral da República (PGR) para que ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fossem investigados por uma denúncia absolutamente inepta da revista Veja.
Passada a eleição, com a vitória de Dilma, o PSDB revolta o Tribunal Superior Eleitoral ao pedir recontagem dos votos, insinuando que as eleições podem ter sido fraudadas em favor de Dilma.
Confiantes nas chances do golpismo, energúmenos mais ousados que os da mídia já foram estendendo faixas golpistas diante do Palácio do Planalto logo após a reeleição da presidente da República.
Mas pior que tudo isso talvez sejam os colunistas, editorialistas e blogueiros ligados a Globos, Folhas, Vejas e Estadões que se deram a questionar a legitimidade da vitória da presidente devido à “pequena” diferença de 3,4 milhões de votos em seu favor e, o que é mais revoltante, devido ao fato de que o eleitorado dela seria “menos instruído” e oriundo “dos grotões”, como se os votos dos menos escolarizados, mais pobres e residentes no Norte e no Nordeste valessem menos do que os dos seus compatriotas do Sul e do Sudeste.
Para coroar tudo isso, nem bem as urnas terminaram de ser apuradas e surgem notícias de “rebelião” no Congresso. Liderados pelos vira-casacas do PMDB Eduardo Cunha, Henrique Alves e até por Renan Calheiros, congressistas derrotados nas eleições ou assustados com a promessa de Dilma de “não deixar pedra sobre pedra” nas investigações sobre a Petrobrás e outras tentam intimidar a presidente rejeitando matérias de interesse do governo enquanto rasgam a fantasia em declarações oposicionistas à imprensa.
A rebeldia de parte da base aliada será contida à base dos acordos políticos quanto a cargos, diante da alternativa de Dilma ter seu governo paralisado por quatro anos, com os previsíveis efeitos nocivos sobre a sociedade. Mas e o golpismo?
A oposição e setores da mídia esfregam as mãos, babam pelos cantos de suas bocarras golpistas, mas deveriam atentar bem para o chega-pra-lá que o TSE acaba de dar no PSDB, conforme matéria da Folha de SP supracitada.
Mas não é só. Mesmo que o novo Congresso, tido como o mais conservador desde o fim da ditadura militar, se revoltasse com possíveis consequências da disposição de Dilma de “não deixar pedra sobre pedra” nos casos de corrupção que certamente afetariam muitos parlamentares e, por acaso, se dê ao desfrute de deixar prosperar um pedido de impeachment, as instituições darão conta de impedir.
Caso não saibam, impedir um presidente da República não é tão simples e não depende, apenas, do Congresso. Além de ter que contar com a anuência do Procurador Geral da República, o STF pode barrar uma aventura desse calibre.
O STF que Dilma vem renovando está dando provas de que não voltará a se embrenhar em processos golpistas como o do julgamento do mensalão. Até por isso, Joaquim Barbosa “pediu as contas”. Sabia que em um STF renovado seu partidarismo e o de outros ministros que com ele compactuaram já são minoria. E essa minoria seguirá diminuindo com as novas nomeações que Dilma fará até 2018.
Este Blog, portanto, recomenda aos infectados pelo vírus golpista que ponham as barbas de molho. Podem até manietar o governo Dilma, mas daí a impedi-lo com artimanhas golpistas vai uma distância muito grande. E, se enveredarem por esse caminho, as ruas deste país serão tomadas por movimentos sociais e sindicais que denunciarão tudo à sociedade.
A esquerda se uniu no segundo turno contra o retrocesso e Dilma não será ingênua de abrir mão desse apoio, pois certamente irá precisar dele caso a mídia golpista, o PSDB e congêneres venham a tentar no tapetão o que a MAIORIA do povo brasileiro lhes negou nas urnas. E se quiserem por tal premissa à prova, que tentem. Estaremos esperando.
ATOS POR INTERVENÇÃO MILITAR SÃO “INACEITÁVEIS”, DIZ ALCKMIN
SE O PROPRIO PSDB É CONTRA... QUEM SERÁ A FAVOR?....
SÓ OS IDIOTAS LOBINHAS EM SUAS VIDAS BANDIDAS...
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), condenou nesta segunda-feira 3 pedidos de intervenção militar feitos que vem sendo feitos nas redes sociais depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff. No sábado, um ato realizado na Avenida Paulista pelo impeachment de Dilma e em defesa da intervenção dos militares no governo reuniu cerca de 1,5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.
"É evidente que nós que lutamos tanto pela democracia não podemos aceitar esse tipo de coisa. Democracia tem que ser fortalecida", afirmou o tucano. Sobre o pedido de impeachment, no entanto, ele disse que as pessoas têm todo o direito de se manifestar. "Nós acabamos de sair de um processo eleitoral. As pessoas têm todo o direito de se manifestar", ressaltou.
Ele defendeu a reforma política, única forma de enfrentar a "crise de legitimidade" que ele acredita assolar o País. "Há de se reconhecer que há uma crise de legitimidade", afirmou, defendendo "mudanças na legislação".
Intervenção militar é pedido que não se faz nem por desespero nem por piada
manifestante em SP que a lembrou sofre de amnésia política
Plínio Fraga
Milhares de pessoas se reuniram no vão livre do Masp (Foto: Duran Machfee/ Estadão Conteúdo)
Nem por desespero nem por piada alguém pode sugerir a necessidade de uma intervenção militar no país, como se viu em passeata em São Paulo no final de semana. O Brasil vive seu maior período democrático sem interrupções golpistas de sua história. Serão 30 anos completados no ano que vem de saudável prática democrática. Independentemente de qual força política esteja no poder, esta é uma conquista a ser comemorada por todos. Não deveria haver dúvida de que a democracia é a melhor solução para dirimir conflitos, acertar consensos, estabelecer parâmetros de convivência entre opostos, erigir e derrubar governos.
Os regimes de exceção carregam males maiores do que as baionetas de seus proponentes. A violência dos agentes do Estado se espalha à velocidade da sua ignorância das leis. Um só tópico, o menos carnalmente doloroso e o mais intelectualmente aflitivo, pode ser lembrado aqui: a censura à imprensa vigorou no Brasil de 13 de dezembro de 1968 até 18 de junho de 1978. Por ordem dos interventores militares, que supostamente queriam garantir a democracia brasileira.
Em 18 de junho de 1978, dez dias após a queda da censura, o “Jornal do Brasil” publicou um caderno especial de dez páginas, reunindo os 270 despachos que os jornais receberam com temas proibidos durante quase dez anos.
A primeira expedição de proibições tem dez pontos. O número um veta manifestações de “inconformidade com a censura”, claro. Os demais assuntos interditados são campanhas visando a revogação dos atos institucionais, contestação ao regime, notícias sensacionalistas que prejudiquem a imagem do Brasil, campanhas de descrédito de assuntos vitais para o governo, assaltos a estabelecimentos de crédito, tensão com a Igreja Católica, agitação nos meios sindicais e estudantis, publicidade sobre nações e pessoas do mundo comunista, críticas contundentes e exaltação da imoralidade, com notícias sobre homossexualismo, prostituição e tóxicos.
Os temas censurados parecem abrangentes o suficiente para impedir praticamente qualquer assunto. Mas os censores não pensavam assim e continuaram mandando despachos complementares, que o JB publicou um a um, após a censura cair. Alguns era esdrúxulos, como o enviado quando a censura proibiu a divulgação de discurso de senador que negava a existência da censura. Outros deixavam claro as personalidades marcadas pelo regime, como o que vetava qualquer referência, contra ou a favor, ao cardeal d. Helder Câmara, e o que determinava que o apresentador de TV Flávio Cavalcanti não poderia ser entrevistado a respeito da suspensão de seu programa. Os temas de segurança eram os mais importantes, como o despacho que proíbe a divulgação de qualquer ação de repressão a terroristas ou prisão de comunistas. Só tinham dimensão igual aos temas políticos: “para evitar interpretações distorcidas, estão proibidas quaisquer notícias e comentários sobre sucessão presidencial e previsões de possíveis candidatos ou permanência do atual presidente.” Este é um ponto de conforto para quem reclama das eleições presidenciais passadas. Nelas tudo podia ser discutido, até o que parecia ser por demais irracional ou preconceituoso.
A capa do Caderno Especial do JB (“Os documentos da censura”, de 18 de junho de 1978) é assinada por Elio Gaspari, que analisa com sofisticação sua origem e o ambiente em que se propagou.
"Entre 1972, e 1975, a imprensa brasileira esteve submetida a um sistema de censura baseado na emissão, pelo governo, de notas secas nas quais comunicava-se o que não se podia publicar. Colecionadas, elas formam um maço de 270 ordens e são um raro documento para o estudo do metabolismo do arbítrio. Apesar do ecletismo pitoresco de alguns vetos, a Censura sempre soube o que pretendia apagar: a atividade dos órgãos de segurança e a disputa pela sucessão do presidente Médici."
O texto lembra que os jornalistas, tomados como classe, não se mobilizaram para a tarefa de defesa da ideologia do regime, como ocorreu no fascismo e ocorreu nos países comunistas e em diversas nações africanas. As 270 ordens constituíram um monólogo dos censores com as redações que lhe eram hostis. Não vigorou no Brasil a ordem que Benito Mussolini deu aos diretores de jornais num discurso de 1928. “O que é nocivo se evita, e o que é útil ao regime se faz”. Essa foi a ideia que acionou os censores, mas não os jornais. Desligada do comando político do país, a censura foi resvalando administrativamente até cair nas mãos de interesses simplesmente paroquiais. As intervenções militares começam a pedidos e terminam sempre perdidas.
ALÔ PAULISTAS, NORDESTE ENVIA ENERGIA AO SUDESTE
Enquanto muitos brasileiros da região Sudeste foram às ruas nesse sábado, 1º, pedir a volta da Ditadura Militar, a saída da presidente Dilma, protestar contra a falta d'água, e de quebra destilar xenofobia e ódio contra nordestinos, o Nordeste respondia enviando energia elétrica para suprir a demanda de consumo da região Sudeste; desde o dia 3 de agosto, a cada domingo vem sendo programada a produção nordestina de energia acima do consumo, para envio ao Sudeste; motivo é a pior crise hídrica que a região mais rica do país vem sofrendo, com reflexos já na economia; com 80,3 milhões de pessoas, a região Sudeste é a maior produtora e consumidora de energia do Brasil; concentra mais de 60% da geração de eletricidade e sempre gerou excedente para o Nordeste, onde a produção é abaixo do consumo; inversão de papéis.