A dois dias das eleições presidenciais, a pergunta que não quer calar é: será que o Jornal Nacional, o mais importante da TV Globo, VAI EMBARCAR NO ANTI-JORNALISMO CALUNIOSO DA REVISTA VEJA? Outros períodos das eleições ao longo da história mostram que sim, mas não podemos jamais perder a expectativa e a esperança de que o bom senso e o respeito ao jornalismo honesto prevaleçam.
AS ELEIÇÕES DE 2006 E 2010 ESTÃO AÍ PARA MOSTRAR QUE A RECEITA É A MESMA: na semana das eleições, forma-se a tríade da tentativa de golpe midiático. A REVISTA VEJACOMEÇA fazendo o trabalho sujo, com uma capa caluniosa e sem comprovação para incriminar o PT e seu candidato; em seguida, o Jornal Nacional faz uma grande cobertura do assunto e, no outro dia, os grandes jornais tratam de pautar o debate público noticiando a acusação com grande alarde.
A primeira parte do trabalho já foi feita, que é a ponta mais nebulosa do triângulo. A Veja antecipou sua edição desta semana, com uma capa que traz Lula e Dilma com a manchete “Eles sabiam”. A acusação mentirosa seria supostamente baseada em depoimento do doleiro Alberto Yousseff sobre o esquema de recebimento de propina desmontado no começo do ano pela Polícia Federal. Vale destaque o fato de que o processo corre em segredo de justiça o que significa que NÃO HÁ QUALQUER ESPÉCIE DE COMPROVAÇÃO NEM DO TEOR DA DENÚNCIAS NEM DE FATOS CONCRETOS A ELAS RELACIONADOS. Nas eleições anteriores, a história se repetiu.
A palavra “impeachment” não sai das “reportagens” da revista QUANDO O PT TOMA A DIANTEIRA EM ANOS ELEITORAIS. Resta saber se o resto da tríade se formará. Será que o Jornal Nacional, o segundo vértice do triângulo, vai nos surpreender e não cair nesse jogo? É o que esperamos pra ver. Já temos um mau indício: a cobertura do jornal o Globo de hoje (24), que trouxe as denúncias de Yousseff na capa e abriu espaço para que seu colunista (e palpiteiro assíduo dos telejornais da GloboNews), Merval Pereira,COMETESSE OS SEGUINTES IMPROPÉRIOS EM SUA COLUNA: “Nesse caso, o impeachment da presidente será inevitável, caso ela seja reeleita no domingo. Corremos o risco de estarmos condenados a uma crise institucional das grandes com membros do Congresso, governadores e até a presidente eleita envolvidos em um processo criminal mais grave do que o mensalão. A situação eleitoral parece estar se definindo a favor da presidente Dilma, a não ser que as revelações do doleiro Yousseff atinjam o eleitorado no que pode ser definida como a última bala de prata da oposição”.
Se isso não é a articulação de um golpe midiático, não sabemos o que seria. A nossa certeza é a de que estamos de olho: as redes não vão se calar.
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