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segunda-feira, 30 de março de 2015

Saturno demora pouco mais de 10 horas e meia para dar a volta em seu eixo

Um dia possui 24 horas. Será? Aqui na Terra nós temos certeza disso, mas e em outros planetas? Sim, cada um deles possui uma quantidade de minutos e segundos e não são todos iguais nem inteiros. Os cientistas precisam conhecer esses números para que saibam como é a estrutura interna e a composição do lugar.
"O período de rotação de um planeta é uma propriedade física fundamental e seu valor afeta muitos aspectos do lugar", disse Ravit Helled, pesquisador da Universidde de Tel Aviv. Ele e sua equipe desenvolveram uma técnica para obter essa estatística e publicaram o novo método — muito importante para a ciência — na revista Nature.

Os problemas de Saturno

O dia é calculado de acordo com o tempo que o planeta leva para dar uma volta ao redor do seu próprio eixo. Fazer esse cálculo em planetas rochosos, como Marte e a própria Terra, é simples: os pesquisadores seguem a posição de algum ponto da superfície enquanto o planeta faz a sua rotação. Mas e quando se trata de planetas gasosos?
Saturno é um deles. O corpo celeste é composto basicamente de hidrogênio, hélio e outros gases, sendo bem difícil para os pesquisadores calcularem a duração de um dia por lá. Há muitos anos os investigadores têm entregado números sempre conflitantes. Desde 1981, existe uma divergência nesse valor. Mas por quê?
Na maioria dos planetas, o campo magnético é inclinado em relação ao eixo de rotação. Isso torna a medição bem mais fácil para os pesquisadores. Tal fato normalmente acontece em planetas rochosos, mas em Saturno as coisas se tornam diferentes e os eixos se alinham. Não é preciso dizer que tudo se torna muito mais complicado, não é?

E o resultado foi...

Os pesquisadores de Tel Aviv utilizaram outro recurso para o caso do planeta. Depois de muito pesquisarem, Helled e sua equipe usaram como base as medições que já deram certo para avaliarem a equação de rotação de Saturno. Eles alteraram os valores, colocando as variáveis desconhecidas, e então chegaram com um melhor período para o fenômeno.
Foram utilizados até mesmo os valores do próprio planeta em massa e campo gravitacional e... 10 horas, 32 minutos e 44 segundos. Esse é o tempo exato — até então — que dura um dia em Saturno, segundo os cientistas. Com esse cálculo, foi possível até mesmo ter uma aproximação no tempo de Júpiter, que tem uma estimativa quase idêntica.
FONTE(S) 
IMAGENS 

domingo, 29 de março de 2015

Existe água por todo o Universo, mas isso quer dizer que a vida é possível fora da Terra?



Há alguns anos, os astrônomos buscam a existência de água em lugares distantes do Universo, partindo da premissa de que onde tem água pode haver vida. Graças ao avanço tecnológico e científico, o que até pouco tempo parecia uma grande proeza se tornou uma verdade constante: aparentemente, há muito mais água no cosmos do que se imaginava. As estrelas da constelação Perseus, descobertas em 2011, regam o espaço circundante com jatos imensos de água, equivalentes a cem milhões de vezes por segundo o fluxo do Amazonas. Ao redor de estrelas distantes, existem planetas com superfícies totalmente líquidas e discos protoplanetários inteiros, com novos mundos em formação, que possuem uma quantidade de água suficiente para preencher milhares de vezes todos os oceanos terrestres. O grande oceano subterrâneo de Encélado tem fontes hidrotermais, com água que surge a 90°C e se mistura com água fria, criando as condições para que haja vida.
O telescópio espacial Hubble confirmou que Ganímedes, uma das maiores luas de Júpiter, possui grandes oceanos subterrâneos e que, debaixo de sua superfície, há uma quantidade enorme de água. Também foi encontrada água congelada no fundo das crateras lunares – lugares em que nunca chegou a luz solar. E Marte também teve seus próprios mares e lagos, dos quais conserva uma parte de sua água misturada com outros componentes nos polos e nas camadas mais próximas à superfície. Até Mercúrio, o planeta mais quente do nosso sistema solar, guarda pequenos “tesouros aquáticos” nas profundezas de suas crateras.
Todas essas descobertas extraordinárias mostram que a água não é um recurso escasso no Universo, o que amplia as chances de encontrar vida extraterrestre e possibilita a hipótese de pensar a vida humana fora da Terra, já que o caríssimo transporte desse vital elemento não seria um problema, podendo ele ser encontrado no local a ser colonizado.
Fonte: ABC 
Imagem: David M. Schrader - Shutterstock

quinta-feira, 26 de março de 2015

Pode o asteroide 2014 YB35 atingir a Terra na sexta-feira?

Um asteroide com cerca de 700 metros de comprimento passará próximo da Terra na sexta-feira dia 27 e caso atinja nosso planeta poderá provocar um mega tsunami ou devastar cidades do porte de São Paulo. Mas será que corremos algum risco de impacto?
Asteroide 2014 YB35
Sempre que um grande asteroide cruza as cercanias da Terra, diversos sites lançam matérias com títulos alarmistas, sempre na expectativa de criar um fato bombástico na tentativa de render algumas visitas extras. E dessa vez a história não foi diferente.
De fato, o grande asteroide 2014 YB35 passará nas vizinhanças do nosso planeta na próxima sexta-feira e devido ao seu tamanho e massa tem enorme capacidade destrutiva caso ocorra um impacto, mas para alívio geral isso não vai acontecer.

Veja o vídeo com a orbita de 2014 YB35


Muita Energia
2014 YB35 tem cerca de 700 metros de comprimento e pesa mais de 600 milhões de toneladas. Neste momento, sua velocidade é de 36 mil km/h e se atingisse a Terra, liberaria energia equivalente a 7 milhões de toneladas de TNT. Isso é 350 vezes mais forte que a primeira bomba atômica lançada sobre o Japão em 1945.

Caso 2014 YB35 atingisse o oceano, a liberação dessa energia poderia provocar ondas gigantes capazes de inundar cidades litorâneas. Se atingisse cidades populosas, a perda de vidas e prejuízos materiais seria incalculável.
Embora o cenário não seja nada animador caso ocorresse um impacto, ele não passa de um exercício de pensamento, digno de um filme de ficção.
Os cálculos mostram 2014 YB35 passará muito longe da Terra, a cerca de 4.4 milhões de km de distância. Isso é quase 12 vezes a distância da Terra à Lua. O momento da máxima está previsto para acontecer na sexta-feira às 03h20 pelo horário de Brasília e segundo as efemérides calculadas, até o ano de 2200 não há qualquer possibilidade de impacto. Até lá, durma tranquilo.

sexta-feira, 20 de março de 2015

ECLESIASTES E A VIDA APÓS A MORTE


O Testemunho de Eclesiastes  - O livro de Eclesiastes certamente que desperta uma grande curiosidade por parte dos leitores. As filosofias do “sábio”, filho de Davi (cf. Ec.1:1), sobre a vida pós-morte, apresenta uma grande recusa da possibilidade de existir vida em um estado intermediário antes da ressurreição. Do início ao fim de Eclesiastes, vemos que Salomão segue um princípio e segue essa linha em seus pensamentos. A lógica presente no livro é que não existe vida após a morte. A partir disso, é comum vermos o autor igualar a morte dos homens com a dos animais, por exemplo:

“Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó” (cf. Eclesiastes 3:19,20)

A razão pela qual os homens não terem vantagem nenhuma sobre os animais é que o destino dos dois é o mesmo após a morte. Nisso fica claro que Salomão não cria em uma natureza dualista do ser humano, com uma alma imortal que o diferenciasse dos animais. Isso implicaria em uma evidente vantagem dos homens sobre os animais! Aliás, já vimos que até aos animais foi designado o mesmo termo “nephesh hayyah” que foi designado aos seres humanos (cf. Gn.2:7; Gn.1:20).

No original hebraico a palavra aqui utilizada por Salomão (cf. 3:19) é ruach-espírito. Os seres humanos possuem o mesmo espírito-ruach dos animais e, por isso, não possuem nenhuma vantagem sobre eles. Isso nos mostra claramente que o nosso espírito-ruach não é uma “alma imortal” ou algo que garanta imortalidade levando consigo consciência e personalidade após a morte, pois, se assim fosse, o espírito-ruach dos humanos seria gritantemente diferenciado do espírito-ruach dos animais, e Salomão não os igualaria.

É evidente que em vários aspectos temos vantagens sobre eles; quando, porém, a questão é a natureza e destinos pós-morte, ambos são absolutamente igualados (cf. Ec.3:19):

ESPÍRITO DO HOMEM E DOS ANIMAIS
DESTINO DO HOMEM E DOS ANIMAIS
MATERIAL DO QUAL FORAM FEITOS
CONCLUSÃO
O mesmo (cf. 3:19)
O pó da terra (cf. 3:20)
Feitos do pó (cf. 3:20)
A vantagem de homens sobre animais no quesito de natureza e destinos pós-morte não é nenhuma (cf. 3:19)

Seguindo essa linha de raciocínio, Salomão diz também que o destino pós-morte dos tolos é o mesmo do sábios (cf. Ec.2:15), que o sábio morre do mesmo jeito que o tolo (cf. Ec.2:16), que o destino dos justos é o mesmo destino dos ímpios (cf. Ec.2:14), que o destino dos homens é o mesmo dos animais (cf. Ec.3:19), e que todos vão para o mesmo lugar após a morte (cf. Ec.3:20): “E, ainda que vivesse duas vezes mil anos e não gozasse o bem, não vão todos para um mesmo lugar?“ (cf. Ec.6:6); “Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento” (Ec.9:2).

Salomão não diferenciava o destino dos justos e dos ímpios, tampouco com o dos animais, porque não cria em uma alma imortal deixando o corpo na morte. Ele não acreditava em uma alma imortal que era julgada no momento da morte com destinos diferentes, não existia uma recompensa logo após a morte: o destino de ambos era o mesmo.

“Assim que também isto é um grave mal que, justamente como veio, assim há de ir; e que proveito lhe vem de trabalhar para o vento... Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias de vida que Deus lhe deu, porque esta é a sua porção” (cf. Eclesiastes 5:16,18).

Com a realidade da ressurreição dentre os mortos, é comum vermos os escritores do Novo Testamento proferirem que a recompensa será dada a cada um no momento da segunda vinda de Cristo (cf. Mt.16:27; Ap.22:14; 1Pe.5:4; 5; Lc.14:14; 2Tm.4:1), que é quando os mortos serão ressuscitados (cf. 1Co.15:22,23; 1Ts.4:15), para aí entrarem no gozo do Paraíso (cf. Jo.14:2-4; 1Ts.4:15). Salomão não acreditava na vida imediatamente após a morte e não tinha o foco centrado na ressurreição como os escritores do Novo Testamento tinham, razão pela qual, ao invés de escrever focado no momento da ressurreição (como faziam os escritores neotestamentários), escrevia focado naquele estágio imediatamente após a morte, antes da ressurreição, que é um estado sem vida.

Mais significativo ainda do que isso são as comparações que Salomão faz: “Se o homem gerar cem filhos, e viver muitos anos, e os dias dos seus anos forem muitos, e se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é melhor do que ele” (cf. Ec.6:3). Qualquer leitor honesto concluirá que, para Salomão, uma criança abortada é sinal de alguém que perdeu totalmente o dom da vida. Se ela tivesse automaticamente uma vida no Paraíso ou em algum lugar garantida entre os salvos, não valeria tal comparação que Salomão faz neste verso.

E ele continua: “Porquanto debalde veio, e em trevas se vai, e de trevas se cobre o seu nome. E ainda que nunca viu o sol, nem conheceu nada, mais descanso tem este do que aquele” (cf. Ec.6:5). A vantagem de um aborto sobre os vivos não baseava-se em possuir automaticamente uma vida eterna com Deus, mas sim decorrente do fato de que “nunca veria o sol”. Entender o pensamento de Salomão é de fundamental importância para compreendermos a revelação no livro de Daniel:

“E muitos dos que dormem no pó da terra despertarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” (cf. Daniel 12:2).

Outra comparação que Salomão faz é relatada em Eclesiastes 9:4, que diz que um cão vivo vale mais do que um leão morto: “Quem está entre os vivos tem esperança; até um cachorro vivo é melhor do que um leão morto!” (cf. Ec.9:4). É claro que se os mortos estivessem vivos gozando de bem-aventuranças então um leão morto valeria muito mais do que um cão vivo! Como Salomão não acreditava em vida após a morte, então mesmo um “leão”, se estivesse morto, valeria menos até mesmo em relação a um “cão” vivo!

Vale ressaltar também que, para Salomão, nós [os que estamos “debaixo do sol”] somos os únicos vivos. Não existem vivos em algum outro lugar. Quem está entre os vivos somos nós, que ainda temos esperança. O verso seguinte também elucida o anterior mostrando o porquê do cão vivo valer mais do que um leão morto: porque os mortos não estão cônscios de coisa alguma:

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (cf. Eclesiastes 9:5,6)

Aqui Salomão apenas reitera aquela linha de raciocínio que ele já mantém desde o início de seu livro, desta vez de forma ainda mais direta: os mortos não sabem de coisa nenhuma (cf. Ec.9:5), tem a memória entregue ao esquecimento (cf. Ec.9:5), e sentimentos de amor, ódio e inveja já pereceram (cf. Ec.9:6). Como os imortalistas respondem a evidência de Eclesiastes? A maioria afirma que tudo isso se limita ao que acontece “debaixo do sol”. A expressão “debaixo do sol” se refere realmente ao nosso mundo; porém, Salomão a usou porque na mente dele não há a mínima ideia de que os mortos cheguem a outro lugar! Os hebreus não pensavam como os gregos. De fato, Salomão fala muito das coisas que acontecem “debaixo do sol”, como em Eclesiastes 9:6:

“Amor, ódio e inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (v.6)

Aqui ele diz que as coisas que acontecem debaixo do sol (tais como amor, ódio e inveja) já não são possíveis para os mortos, que não sabem de “coisa nenhuma” (v.5). Ele não está dizendo que os mortos não desfrutam de amor, ódio e inveja debaixo do sol, mas sim que os sentimentos de amor, ódio e inveja não são possíveis aos que já morreram, mas apenas aos que estão debaixo do sol, isto é, aos vivos. As interpretações tendenciosas dos imortalistas em suas tentativas de negarem o óbvio do texto bíblico se mostram completamente fracassadas quando se deparam com uma interpretação de texto simples e ao mesmo tempo precisa.

Se, portanto, o sentimento de amor só está presente entre os vivos, ou seja, entre aqueles que estão debaixo do sol, então só nos restam duas alternativas: ou os mortos estão realmente inconscientes, isto é, sem vida; ou, então, eles estão vivos em algum lugar e não tem amor por ninguém! Qual é o mais provável? Que o sentimento de amor já não exista entre os mortos ou que ele não exista exatamente porque são os próprios mortos que não estão com vida?

Além disso, é extremamente impreciso dizer que Salomão só se preocupava com os vivos, pois ele fala também com relação à vida no além, fala do estado dos mortos:

“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde vaisnão há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma (cf. Eclesiastes 9:10)

Fica claro que também no além, na “habitação dos mortos”, não existe qualquer atividade ou sabedoria. O original hebraico traz neste verso a palavra “Sheol”, transliterado para Hades no grego do NT. Para os defensores da imortalidade, este lugar é referência a “habitação consciente dos espíritos”. Salomão liquida com isso usando as palavras hebraicas ma`aseh', cheshbown chokmah, que de acordo com a Concordância de Strong, tais palavras transliteradas demonstram que os mortos:

(1) Não tem nenhum conhecimento, obras ou atividade [ma`aseh][1]
(2) Não tem inteligência e nem dispositivo de razão [cheshbown][2]
(3) Não tem sabedoria, habilidade e nem inteligência [chokmah][3]

Evidentemente um estado de completa inconsciência.

O Espírito Santo não “inspirou errado” o livro de Eclesiastes, e tentar negar todas as evidências deste livro como prova contra a imortalidade da alma é no mínimo estar com a mente totalmente fechada para o conteúdo geral do livro, é negar todo um raciocínio que o autor mantém desde o princípio de seu livro. Fica claro, diante de todas as evidências, passagens bíblicas, bem como a linha de raciocínio que Salomão segue desde o seu início, que ele não cria de maneira nenhuma em qualquer “alma imortal” que sai do corpo no instante da morte. A visão de Salomão não é única, mas reflete uma regra do AT: não existe a imortalidade da alma.

Outro argumento bastante utilizado por alguma parte dos defensores da imortalidade intrínseca com relação ao livro de Eclesiastes é que ele não acreditava que pudesse existir vida em qualquer era futura. Sendo assim, o argumento deles é que, se nos basearmos no livro de Eclesiastes como evidente prova contra o estado intermediário, teríamos que negar também qualquer vida futura – até mesmo por meio de uma ressurreição – porque (segundo eles) Salomão não acreditava em nenhum tipo de vida para nenhuma era.

Esse argumento falha em dois pontos principais. Em primeiro lugar, porque seria o mesmo que negar que o Espírito Santo dirigia Salomão em seus ensinamentos. Se o Espírito Santo dirigia os ensinamentos dele e ele conta um “engano”, seria o mesmo que afirmássemos que o Espírito Santo “inspirou errado” e escreveu mentiras e enganações na Bíblia Sagrada, o que é um ultraje contra a divindade. Se, contudo, tomarmos o outro ponto (de que Salomão não estava inspirado), então deveríamos também negar a Bíblia como regra de fé, pois ela não seria considerada “segura” em seus ensinamentos.

Afinal, se Salomão pôde escrever bobagens e ensinar doutrinas erradas e antibíblicas aos seus leitores – e está na Bíblia – quem pode nos garantir que não existam outros vários erros doutrinários presentes nos demais livros que também fazem parte do cânon bíblico? A única maneira de salvaguardar a inspiração das Escrituras e a infalibilidade (segurança) doutrinária dela é admitindo também a inspiração de Eclesiastes no mesmo nível dos demais livros.

Ademais, se Salomão errou ao escrever isso, deveríamos também negar que toda a Escritura (incluindo Eclesiastes, é claro) seja divinamente inspirada, e deste modo estaríamos chamando o apostolo Paulo de mentiroso, pois ele afirmou que toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (cf. 2Tm.3:16), e não apenas parte dela.  Aqui vemos que a Escritura é útil não somente para aperfeiçoar o caráter das pessoas (como alguns pensam), mas também como “ensino”, isto é, em questões doutrinárias.

Em segundo lugar, é um completo equívoco dizer que Salomão desacreditava completamente que os mortos ressuscitariam um dia. Tão certo como ele desacreditava completamente em que os atuais mortos já estivessem vivos em sua época em algum tipo de “estado intermediário” (cf. Ec.9:5,6; 9:10), também é certo que ele sabia muito bem que Deus haveria de julgar a cada um pelo que fez e lhes conceder uma vida eterna (aos justos). De fato, Salomão fala da "eternidade" no coração humano (cf. Ec.3:11) e de imortalidade quando ele declara que o homem um dia irá "à casa eterna" (cf. 12:5).

Ele enfatiza também que devemos temer ao Senhor porque num certo dia "de todas estas coisas Deus nos pedirá contas" (cf. 11:9). A realidade do dia do Juízo quando estaremos diante de Deus é reiterada por ele no capítulo seguinte, quando ele conclui o livro dizendo que “Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mal” (cf. Ec.12:14). Isso é claramente uma menção ao juízo que acontece na segunda vinda de Cristo. Portanto, a partir de Eclesiastes, podemos perceber o que é abaixo relatado:

VIDA TERRENA
ESTADO INTERMEDIÁRIO
RESSURREIÇÃO (JUÍZO) PARA A VIDA ETERNA
A breve vida em que passamos “debaixo do sol”
Um estado em que os mortos se encontram atualmente e que Salomão define como “sem inteligência, razão, conhecimento ou sabedoria” (cf. 9:10), e que “os mortos não estão cônscios de coisa alguma”(cf. 9:5), sendo que os sentimentos como “amor, ódio e inveja já pereceram” (cf. 9:6)
Um estado de vida em que Salomão acentua que estaremos em “moradas eternas” (cf. 12:5) e que certamente passaremos pelo juízo de Deus que nos julgará por tudo o que fizermos (cf. 11:9; 12:14)

Outra prova clara de que o livro de Eclesiastes não contradiz o restante dos ensinamentos bíblicos neotestamentários é o fato de que ele próprio escrevia sabendo que o espírito retornava para Deus por ocasião da morte: “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volta a Deus, que o deu” (cf. Ec.12:7). Este ensino não é contrário ao do NT, pelo contrário, corresponde exatamente ao ensino neotestamentário: “Pai ao Senhor entrego o meu espírito. E com estas palavras morreu” (cf. Lc.23:46). Note que o que Salomão declara em Eclesiastes é exatamente aquilo que é confirmado pelo NT. Salomão, que sabia muito bem que o espírito subia para Deus, afirmava também categoricamente, neste mesmo livro, que os mortos não estão conscientes de coisa alguma (cf. Ec.9:4,5; 9:10) e que o homem possui o mesmo espírito-ruach dos animais, tendo o mesmo destino que eles tem ao morrerem (cf. Ec.3:19).

A palavra usada no original hebraico de Eclesiastes 9:10 é “Sheol”, que para os imortalistas é a morada dos espíritos, que se localiza nas regiões inferiores desta terra (cf. Ef.4:9; Mt.12:40; Mt.11:23). Tanto isso não é verdade que Salomão afirma que o espírito [de todos] sobe para Deus (cf. Ec.12:7), e sabia que neste local não existia nenhum tipo de sabedoria ou conhecimento (cf. Ec.9:10), que os mortos não sabiam de nada (cf. Ec.9:5), e iam todos [justos ou ímpios] para o mesmo lugar após a morte (cf. Ec.3:20).

Em outras palavras, Salomão sabia que o espírito subia para Deus, mas também sabia que não tinha parte alguma com alguma “entidade viva e consciente” que nós levamos conosco após a morte. Vemos claramente que Salomão não contraria os ensinos neotestamentários, ao contrário, concorda com eles:

ECLESIASTES
NOVO TESTAMENTO
“E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volta a Deus, que o deu”(cf. Ec.12:7)
“Pai ao Senhor entrego o meu espírito. E com estas palavras morreu” (cf. Lc.23:46)
RESULTADO
RESULTADO
Mesmo assim os mortos não sabem de nada (cf. 9:5) e não tem amor, ódio ou inveja que já não existem para eles (cf. 9:6), que não tem inteligência, razão, conhecimento ou sabedoria (cf. 9:10)
Mesmo assim Jesus não havia subido ao Pai mesmo três dias depois de ter sido ressuscitado (cf. Jo.20:17)

Sendo assim, Eclesiastes não representa nenhuma contradição com o restante da Bíblia e podemos chegar à fácil conclusão de que o Espírito Santo não inspirou errado nenhum escritor bíblico. Tal testemunho de Eclesiastes reflete todo o pensamento do Antigo e do Novo Testamento, como veremos mais adiante. Tudo o que Salomão fez, e que comprovamos até aqui, é negar absolutamente qualquer imortalidade da alma em um estado intermediário, pois ele não havia sido influenciado pela filosofia grega de dualismo que viria mais tarde.

Embora seja verdade que ele ressaltasse muito mais o período sem vida entre a morte e a ressurreição, também é fato que ele cria que um dia viria o juízo (cf. Ec. 11:9; 12:14) e uma vida eterna (cf. Ec.12:5). Portanto, ele pode ser usado como prova de alguém que cria em vida futura após o juízo, mas não cria na imortalidade da alma, pois não aceitava um estado já consciente dos mortos atuais em algum estado intermediário entre a morte e a ressurreição.

O “espírito” que subia para Deus (cf. Ec.12:7) não era uma alma imortal, mas a própria vida humana de todos os homens, justos ou pecadores. Por isso, alegar em cima desta passagem a “imortalidade da alma” significa negar todo o restante do livro de Eclesiastes que explicitamente nega isso, e também inferir que os ímpios assim como os justos estarão com Deus após a morte, quando apenas os justos deveriam estar com Ele. Afinal, segundo Salomão é o espírito de todos os homens que volta a Deus após a morte, e não apenas o dos justos ou daqueles que merecem o Céu (cf. Ec.12:7).

Sendo assim, é correto afirmar que Salomão não via o espírito como sendo uma alma imortal ou alguma entidade incorpórea e consciente que leve consigo personalidade e racionalidade após a morte, motivo pelo qual ele declara que os animais possuem exatamente o mesmo espírito-ruach possuído pelos seres humanos (cf. Ec.3:19) e, por conta do fato de que o espírito presente em ambos serem o mesmo, o destino de ambos após a morte também seria o mesmo: o pó da terra (cf. Ec.3:20).

O que nos distingue dos animais no que tange à vida após a morte, tanto para Salomão como também para os demais escritores bíblicos, não é que nós sejamos possuidores de uma alma-nephesh e os animais não, ou que nós sejamos detentores de espírito-ruach e os animais não, mas sim que nós ressuscitaremos do pó, e os animais não. Por isso ele diz em Eclesiastes 3:21 que o nosso espírito volta para Deus (que soprará novamente em nós pela ressurreição, tornando-nos novamente “almas viventes”), mas o dos animais volta à terra (de onde não tem mais volta).

O Livro de Enoque




 
Evangelhos Apócrifos
 O Livro de Enoque

Por mais esforço que faça Enoque para explicar seu profetizar, os seus contemporâneos estão decididos a rejeitá-lo

Fragmento do livro de Enoque copia de 200 anos  AC

O livro de Enoch é um texto apócrifo que é mencionado por algumas cartas do Novo Testamento (Judas, Hebreus e 2ª de Pedro). Até a elaboração da Vulgata, por volta do ano 400, os primeiros seguidores de Cristo o mencionavam abertamente em seus textos e o aceitavam como real. Após a Vulgata ele caiu no esquecimento. Entretanto, o livro é muito interessante e parece real. O livro de Enoch foi preservado somente em uma cópia, na totalidade, em etíope e, por esta razão, também é chamado de Enoch etíope.

                                                                          Capítulo 1

1As palavras das bênçãos de Enoque, com as quais ele abençoou os eleitos e os justos, os quais devem existir nos tempos da tribulação, rejeitando toda iniqüidade e mundanismo. Enoque, um homem justo, o qual estava com Deus, respondeu e falai com Deus enquanto seus olhos estavam abertos, e enquanto via uma santa visão dos céus. Isto os anjos me mostraram.
2Deles eu ouvi todas as coisas e entendi o que vi; coisas que não terão lugar nesta geração, mas numa geração que deve acontecer num tempo distante, por causa dos eleitos.
3A respeito deles eu falei e conversei com Ele, o qual virá de Sua habitação, o Santo e Poderoso, o Deus do mundo:
4O qual pisará sobre o Monte Sinai; aparecerá com Suas hostes e se manifestará com a força do Seu poder dos céus.
5Todos estarão temerosos e as Sentinelas estarão aterrorizados.
6Grande temor e tremor se apoderarão deles, mesmo aos confins da terra. As alturas das montanhas serão abaladas, e os altos montes serão abatidos, derretidos como o favo de mel na chama de fogo. A terra será imersa e todas as coisas que nela estão perecerão; enquanto julgamento virá sobre todos, mesmo sobre todos os justos:
7Mas a eles será dada paz: Ele preservará os eleitos e para com eles exercitará clemência.
8Então todos pertencerão a Deus, serão felizes e abençoados, e o esplendor da Divindade os iluminará.

                                      Capítulo 2

1Eis que Ele vem com dezenas de milhares dos Seus santos para executar julgamento sobre os pecadores e destruir o iníquo, e reprovar toda coisa carnal e toda coisa pecaminosa e mundana que foi feita, e cometida contra Ele. (2)
(2) Citado por Judas, vss. 14, 15.


                                      Capítulo 3

1Todos os que estão nos céus sabem o que transcorre lá.
2Eles sabem que as luminárias celestes não mudam seus caminhos; que cada uma nasce e se põe regularmente, cada uma a seu próprio tempo, sem transgredir os mandamentos que receberam. A VISÃO da terra, e entendem o que deve acontecer, desde o princípio até o seu fim.
3Eles vêem que toda obra de Deus é invariável no período de seu aparecimento. Eles vêem o verão e o inverno: percebendo que toda terra está repleta de água; e que a nuvem, o orvalho, e a chuva refrescam-na.

                                     Capítulo 4

1Eles consideram e vêem cada árvore, como aparecem para depois murchar, e toda folha, para depois cair, exceto de quatorze árvores, as quais não são efêmeras, e esperam pelo aparecimento das folhas novas por dois ou três invernos.

                                      Capítulo 5

1Novamente eles consideram os dias de verão, que o sol está sobre a terra desde o princípio; enquanto tu procuras por uma cobertura e por um lugar sombreado por causa do sol ardente; enquanto a terra é queimada com calor fervente, e tu te tornas incapaz de andar sobre a terra ou sobre as rochas em conseqüência do calor.

                                      Capítulo 6

1Eles consideram como as árvores, quando elas dão suas folhas verdes, cobrem-se e produzem frutos; entendendo tudo, e sabendo que Ele, o qual vive para sempre, faz todas estas coisas por causa de vós:
2Que as obras desde o princípio de todo ano existente, que todas as suas obras são obedientes a Ele e invariáveis; assim como Deus determinou, assim todas as coisas acontecem.
3Eles vêem também como os mares e os rios juntos completam suas respectivas operações:
4Mas tu resistes impacientemente, não cumpres os mandamentos do Senhor, mas transgrides e calunias a Sua grandiosidade; e malditas são as palavras em tua boca poluída contra Sua majestade.
5Tu, murcho de coração, a paz não estará contigo!
6Portanto teus dias te amaldiçoarão, e os anos de tua vida perecerão; execração perpétua se multiplicará, e não obterás misericórdia.
7Nestes dias tu resignas tua paz com a eterna maldição de todos os justos, e os pecadores perpetuamente te execrarão;
8Eles te execrarão com tudo o que não é divino.
9Os eleitos possuirão luz, alegria e paz; e herdarão a terra.
10Mas tu, que não és santo, serás amaldiçoado.
11Então a sabedoria será dada aos eleitos, todos os que viverão, e não transgredirão por impiedade ou orgulho, mas humilhar-se-ão, processando prudência, e não repetirão transgressão.
12Eles não condenarão todo o período das suas vidas, não morrerão em tormento e indignação; mas a soma dos seus dias se completará, e envelhecerão em paz; enquanto os anos de sua felicidade se multiplicarão em alegria, e com paz, para sempre, em toda a duração de sua existência.
 

                                       Capítulo 7

1E aconteceu depois que os filhos dos homens se multiplicaram naqueles dias, nasceram-lhe filhas, elegantes e belas.
2E quando os anjos, (3) os filhos dos céus, viram-nas, enamoraram-se delas, dizendo uns para os outros: Vinde, selecionemos para nós mesmos esposas da progênie dos homens, e geremos filhos.
(3) No texto aramaico lê-se "Sentinelas" (J.T. Milik, Aramaic Fragments of Qumran Cave 4 [Oxford: Clarendon Press, 1976], p. 167).
3Então seu líder Samyaza disse-lhes: Eu temo que talvez possais indispor-vos na realização deste empreendimento;
4E que só eu sofrerei por tão grave crime.
5Mas eles responderam-lhe e disseram: Nós todos juramos;
6 (e amarraram-se por mútuos juramentos), que nós não mudaremos nossa intenção mas executamos nosso empreendimento projetado.
7Então eles juraram todos juntos, e todos se amarraram (ou uniram) por mútuo juramento. Todo seu número era duzentos, os quais descendiam de Ardis, (4) o qual é o topo do monte Armon.
(4) de Ardis. Ou, "nos dias de Jared" (R.H. Charles, ed. and trans., The Book of Enoch [Oxford: Clarendon Press, 1893], p. 63).
8Aquele monte portanto foi chamado Armon, porque eles tinham jurado sobre ele, (5) e amarraramse por mútuo juramento.
(5) Mt. Armon, ou Monte Hermon deriva seu nome do hebreu herem, uma maldição (Charles, p. 63).
9Estes são os nomes de seus chefes: Samyaza, que era o seu líder, Urakabarameel, Akibeel, Tamiel, Ramuel, Danel, Azkeel, Saraknyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael, Turel, Yomyael, Arazyal. Estes eram os prefeitos dos duzentos anjos, e os restantes estavam todos com eles. (6)
(6) O texto aramaico preserva uma lista anterior dos nomes destes Guardiães ou Sentinelas: Semihazah; Artqoph;
Ramtel; Kokabel; Ramel; Danieal; Zeqiel; Baraqel; Asael; Hermoni; Matarel; Ananel; Stawel; Samsiel; Sahriel, Tummiel; Turiel; Yomiel; Yhaddiel (Milik, p. 151).
                            
10Então eles tomaram esposas, cada um escolhendo por si mesmo; as quais eles começaram a abordar, e com as quais eles coabitaram, ensinando-lhes sortilégios, encantamentos,e a divisão de raízes e árvores.
11E as mulheres conceberam e geraram gigantes, (7).
(7) O texto grego varia consideravelmente do etíope aqui. Um manuscrito grego acrescenta a esta secção, "E elas [as mulheres] geraram a eles [as Sentinelas] três raças: os grandes gigantes. Os gigantes trouxeram [alguns dizem “mataram"] os Naphelim, e os Naphelim trouxeram [ou "mataram"] os Elioud. E eles sobreviveram, crescendo em poder de acordo com a sua grandeza." Veja o registro no Livro dos Jubileus.
12Cuja estatura era de trezentos cúbitos. Estes devoravam tudo o que o labor dos homens produzia e tornou-se impossível alimentá-los;
13Então eles voltaram-se contra os homens, a fim de devorá-los;
14E começaram a ferir pássaros, animais, répteis e peixes, para comer sua carne, um depois do outro, (8) e para beber seu sangue.
(8) Sua carne, um depois do outro. Ou, "de uma outra carne". R.H. Charles nota que esta frase pode referir-se à destruição de uma classe de gigantes por outra. (Charles, p. 65).
15Então a terra reprovou os injustos.

                                        Capítulo 8

1Além disso, Azazyel ensinou os homens a fazerem espadas, facas, escudos, armaduras (ou peitorais), a fabricação de espelhos e a manufatura de braceletes e ornamentos, o uso de pinturas, o embelezamento das sobrancelhas, o uso de todo tipo selecionado de pedras valiosas, e toda sorte de corantes, para que o mundo fosse alterado.
2A impiedade foi aumentada, a fornicação multiplicada; e eles transgrediram e corromperam todos os seus caminhos.
3Amazarak ensinou todos os sortilégios, e divisores de raízes:
4Armers ensinou a solução de sortilégios;
5Barkayal ensinou os observadores das estrelas, (9)
(9) Observadores das estrelas. Astrólogos (Charles, p. 67).
6Akibeel ensinou sinais;
7Tamiel ensinou astronomia;
8E Asaradel ensinou o movimento da lua,
9E os homens, sendo destruídos, clamaram, e suas vozes romperam os céus.


                                      Capítulo 9

1Então Miguel e Gabriel, Radael, Suryal, e Uriel, olharam abaixo desde os céus, e viram a quantidade de sangue que era derramada na terra, e toda a iniqüidade que era praticada sobre ela, e disseram um ao outro; Esta é a voz de seus clamores;
2A terra desprovida de seus filhos tem clamado, mesmo até os portões do céu.
3E agora a ti, ó Santo dos céus, as almas dos homens queixam-se, dizendo: Obtém justiça para conosco com o Altíssimo (10). Então eles disseram ao seu Senhor, o Rei: Tu és Senhor dos senhores, Deus dos deuses, Rei dos reis. O trono de Tua glória é para sempre e sempre, e para sempre seja Teu nome santificado e glorificado.
(10) Obtém justiça para conosco. Literalmente, "Traz julgamento para nós do..." (Richard Laurence, ed. and trans.,
The Book of Enoch the Prophet [London: Kegan Paul, Trench & Co., 1883], p. 9).
4Tu fizeste todas as coisas; Tu possuis poder sobre todas as coisas; e todas as coisas estão abertas e manifestas diante de Ti. Tu vês todas as coisas e nada pode esconder-se de Ti.
5Tu viste o que Azazyel tem feito, como ele tem ensinado toda espécie de iniqüidade sobre a terra, e tem aberto ao mundo todas as coisas secretas que são feitas nos céus.
6Samyaza também tem ensinado sortilégios, para quem Tu deste autoridade sobre aqueles que estão associados Contigo. Eles tem ido juntos às filhas dos homens, têm-se deitado com elas; têm-se contaminado;
7E têm descoberto crimes a elas. (11)
(11) Descoberto crimes. Ou, "revelado estes sinais" (Charles, p. 70).
8As mulheres igualmente têm gerado gigantes.
9Assim toda a terra tem se enchido de sangue e iniqüidade.
10E agora, vês que as almas daqueles que estão mortos clamam.
11E queixam-se até ao portão do céu.
12Seus gemidos sobem; nem podem eles escapar da injustiça que é cometida na terra. Tu conheces todas as coisas, antes de elas existirem.
13Tu conheces estas coisas, e o que tem sido feito por eles; já Tu não falas a nós.
14O que, por conta destas coisas, devemos fazer contra eles?

                                     Capítulo 10

1Então o Altíssimo, o Grande e Santo falou,
2E enviou a Arsayalalyur (12) ao filho de Lamech,
(12) Arsayalalyur. No texto em grego lê-se "Uriel”.
3Dizendo: Diz a eles em Meu nome: Esconde-te.
4Então explicou-lhe a consumação que está preste a acontecer; pois toda a terra perecerá; as águas do dilúvio virão sobre toda a terra, e todas os que estão nela serão destruídos.
5E agora, ensina-o como ele pode escapar, e como sua semente pode permanecer em toda a terra.
6Novamente o Senhor disse a Rafael: Amarra a Azazyel, mãos e pés; lança-o na escuridão; e
abrindo o deserto que está em Dudael, lança-o nele.
7Arremessa sobre ele pedras agudas, cobrindo-o com escuridão;
8Lá ele permanecerá para sempre; cobre sua face, para que ele não possa ver a luz.
9E no grande dia do julgamento lança-o ao fogo.
10Restaura a terra, a qual os anjos corromperam; e anuncia vida a ela, para que Eu possa recebê-la.
11Todos os filhos dos homens, sua descendência, não perecerão em consequência de todo segredo, pelo qual as Sentinelas têm destruído, e o que eles ensinaram;
12Toda a a terra tem se corrompido pelos efeitos dos ensinamentos de Azazyel. A ele, portanto, se atribui todo crime.
13A Gabriel também o Senhor disse: Vai aos bastardos, (13) aos réprobos, aos filhos da fornicação; e destrói os filhos da fornicação, a descendência das Sentinelas de entre os homens; traga-os e excita-os uns contra os outros. Faça-os perecer por mútua matança; pois o prolongamento de dias não será deles.
(13) "bastardos" (Charles, p. 73; Michael A. Knibb, ed. and trans., The Ethiopic Book of Enoch [Oxford: Clarendon Press, 1978], p. 88).
14Eles rogarão a ti, mas seus pais não obterão seus desejos com respeito a eles; pois eles esperaram por vida eterna, e que eles possam viver, cada um deles, quinhentos anos.
15A Miguel, igualmente o Senhor disse: Vai e anuncia seus próprios crimes a Samyaza, e aos outros que estão com ele, os quais têm se associado às mulheres para que se contaminem com toda sua impureza. E quando todos os seus filhos forem mortos, quando eles virem a perdição dos seus bem amados, amarra-os por setenta gerações debaixo da terra, mesmo até o dia do julgamento, e da consumação, até o julgamento, cujo efeito que dura para sempre, seja completado.
16Então eles serão levados para as mais baixas profundezas do fogo em tormentos; lá eles serão encerrados em confinamento para sempre.
17Imediatamente depois disso ele, (14) juntamente com os outros, queimarão e perecerão; eles serão amarrados até a consumação de muitas gerações.
(14) Ele. I.e., Samyaza.
18Destrói todas as almas viciadas na luxúria, (15) e a descendência das Sentinelas, pois eles tiranizam a humanidade.
(15) "luxúria" (Knibb, p. 90; cp. Charles, p. 76).
19Que todo opressor pereça na face da terra;
20Que toda má obra seja destruída;
21A semente da justiça e da retidão apareça, e o que é produtivo torne-se uma bênção.
22Justiça e retidão serão plantados para sempre com prazer.
23E então todos os santos darão graças, e viverão até terem gerado milhares de filhos, enquanto todo o período se sua juventude, e seus sábados, serão completados em paz naqueles dias toda a terra será cultivada em retidão; ela será totalmente cultivada com árvores, e será cheia de bendições; toda árvore de delícias será plantada nela.
24Vinhas serão plantadas; e a vinha que nela será plantada produzirá frutos para saciedade; toda semente que nela será semeada produzirá mil por uma medida; e uma medida de olivas produzirá dez prensas de óleo.
25Purifica a terra de toda opressão, de toda injustiça, de todo crime, de toda impiedade, e de toda impureza que é cometida sobre ela. Extermina-os da terra.
26Então todos os filhos dos homens serão justos, e todas as nações me pagarão divinas honras, e Me abençoarão; e todos Me adorarão.
27A terra será limpa de toda corrupção, de toda punição e de todo sofrimento; Eu não enviarei novamente dilúvio sobre ela, de geração em geração para sempre.
28Naqueles dias Eu abrirei tesouros de bênçãos que estão nos céus, para que Eu possa fazê-las descer sobre a terra, e sobre todos os trabalhos e labores do homem.
29Paz e eqüidade se associará aos filhos dos homens todos os dias do mundo, em cada uma de suas gerações.

                               Capítulo 11 (não tem)
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                                  Capítulo 12

1Antes de todas estas coisas acontecerem, Enoque esteve escondido; e nenhum dos filhos dos homens sabia onde ele estava, onde ele havia estado, e o que havia acontecido.
2Ele esteve totalmente engajado com os santos, e com as Sentinelas em seus dias.
3Eu, Enoque, fui abençoado pelo grande Senhor e Rei da paz.
4E eis que as Sentinelas chamaram-me Enoque, o escriba.
5Então o Senhor disse-me: Enoque, escriba da retidão, vai e dize às Sentinelas dos céus, os quais desertaram o alto céu e seu santo e eterno estado, os quais foram contaminados com mulheres.
6E fizeram como os filhos dos homens fazem, tomando para si esposas, e os quais têm sido grandemente corrompidos na terra;
7Que na terra eles nunca obterão paz e remissão de pecados. Pois eles não se regozijarão em sua descendência; eles verão a matança dos seus bem-amados; lamentarão a destruição dos seus filhos e farão petição para sempre; mas não obterão misericórdia e paz.

                                       Capítulo 13

1Então Enoque, passando ali, disse a Azazyel: Tu não obterás paz. Uma grande sentença há contra ti. Ele te amarrará;
2Socorro, misericórdia e súplica não estarão contigo por causa da opressão que tens ensinado;
3E por causa de todo ato de blasfêmia, tirania e pecado que tens descoberto aos filhos dos homens.
4Então partindo dele, falei a eles todos juntos;
5E eles todos ficaram apavorados, e tremeram;
6Abençoando-me por escrever por eles um memorial de súplica, para que eles pudessem obter perdão; e que eu fizesse um memorial de suas orações ascendendo diante do Deus do céu; porque eles, por si mesmos, desde então não podiam dirigir-se a Ele, nem levantar seus olhos aos céus por causa da infame ofensa com a qual eles foram julgados.
7Então eu escrevi um memorial de suas orações e súplicas, por seus espíritos, por tudo o que eles haviam feito, e pelo assunto de sua solicitação, para que eles obtivessem remissão e descanso.
8Procedendo nisso, eu continuei sobre as águas de Danbadan, (16) as quais estão da direita para o oeste de Armon, lendo o memorial de suas orações, até que caí adormecido.
(16) Danbadan. Dan in Dan (Knibb, p. 94).
9E eis que um sonho veio a mim, e visões apareceram acima de mim. E caí e vi uma visão de castigos, para que eu pudesse ralatá-la aos filhos dos céus, e reprová-los. Quando eu acordei fui até eles. Todos estavam reunidos chorando em Oubelseyael, que está situada entre o Libano e Seneser,
(17) com suas faces escondidas.
(17) Libanos e Seneser. Líbano e Senir (próximo a Damasco).
10E relatei em sua presença todas as visões que eu havia visto, e meu sonho;
11E comecei a pronunciar estas palavras de retidão, reprovando as Sentinelas do céu.

                                    Capítulo 14

1Este é o livro das palavras de retidão, e de reprovação das Sentinelas, os quais pertencem ao mundo, (18) de acordo com o que Ele, que é santo e grande, ordenou na visão. Eu percebi em meu sonho que eu estava então falando com a língua da carne, e com meu fôlego, que o Poderoso colocou na boca dos homens, para que eles pudessem conversar com Ele.
(18) Os quais pertencem ao mundo. Ou, "os quais (são) da eternidade" (Knibb, p. 95).
2Eu entendi com o coração. Assim como Ele havia criado e dado aos homens o poder de compreender a palavra de entendimento, assim criou, e deu a mim o poder de reprovar os Sentinelas, a geração dos céus. E escrevi sua petição; e na minha visão foi-me mostrado que seu pedido não lhes será atendido enquanto o mundo perdurar.
3Julgamento passou sobre vós: vosso pedido não vos será atendido.
4De agora em diante, nunca ascendereis ao céu; Ele o disse que na terra Ele vos amarrará, tanto tempo quanto o mundo existir.
5Mas antes destas coisas tu verás a destruição dos vossos bem-amados filhos; não os possuireis, mas eles cairão diante de vós pela espada.
6Nem pedireis por eles, nem por vós mesmos;
7Mas chorareis e suplicareis em silencios. As palavras do livro que eu escrevi.(19)
(19) Mas chorareis… Eu escrevi. Ou, "Assim também, a despeito de vossas lágrimas e orações, não recebereis nada, de tudo o que está contido nos registros que eu tenho escrito" (Charles, p. 80).
8Uma visão então me apareceu.
9Eis que naquela visão, nuvens e névoa convidaram-me; estrelas agitadas e brilho de relâmpagos impeliram-me e pressionaram-me adiante, enquanto ventos na visão assistiram meu vôo, acelerando meu progresso.
10Eles elevaram-me no alto ao céu. Eu prossegui, até que cheguei próximo dum muro construído com pedras de cristal. Uma chama de fogo vibrante (20) rodeou-o, a qual começou a golpear-me com terror.
(20) Chama de fogo vibrante. Literalmente, "uma língua de fogo”.
11Nesta chama de fogo vibrante eu entrei;
12E aproximei-me de uma espaçosa habitação, também construída com pedras de cristal. Seus muros também, bem como o pavimento, eram formados com pedras de cristal, e de cristal também era o piso. Seu telhado tinha a aparência de estrelas agitadas e brilhos de relâmpagos; e entre eles haviam querubins de fogo num céu tempestuoso.
(21) Uma chama queimava ao redor dos muros; e seu portal queimava com fogo. Quando eu entrei nesta habitação, ela era quente como fogo e frio como o gelo. Nenhum traço de encanto ou de vida havia lá. O terror sobrepujou-me, e um tremor de medo apoderou-se de mim.
(21) Num céu tempestuoso. Literalmente, "e seu céu era água" (Charles, p. 81).
13Violentamente agitado e tremendo, eu caí sobre minha face. Na visão eu olhei.
14E ví que lá havia outra habitação mais espaçosa que a primeira, cada entrada da qual estava aberta diante de mim, elevada no meio da chama vibrante.
15Tão grandemente superou em todos os pontos, em glória, em magnificência, em magnitude, que é impossível descrever-vos o esplendor ou a extensão dela.
16Seus pisos eram de fogo, acima haviam relâmpagos e estrelas agitadas, enquanto o telhado exibia um fogo ardente.
17Eu examinei-a atentamente e vi que ela continha um trono exaltado;
18A aparência do qual era semelhante à da geada, enquanto que sua circunferência assemelhava-se à órbita do sol brilhante; e havia a voz de um querubim.
19Debaixo desse poderoso trono saíam rios de fogo flamejante.
20Olhar para ele foi impossível.
21Alguém grande em glória assentava-se sobre ele,
22Cujo manto era mais brilhante que o sol, e mais branco que a neve.
23Nenhum anjo era capaz de penetrar para olhar a Sua face, o Glorioso e Efulgente; nem podia algum mortal vê-Lo. Um fogo flamejante rodeava-O.
24Também um fogo de grande extensão continuava a elevar-se diante dEle; de modo que nenhum daqueles que estavam ao redor dEle eram capazes de aproximar-se dEle, entre as miríades de miríades(22) que estavam diante dEle. Para Ele santa consulta era desnecessária. Contudo, o Santificado, que estava próximo dEle, não apartou-se dEle nem de noite nem de dia; nem eram eles tirados de diante dEle. Eu também estava tão adiantado, com um véu sobre minha face, e trêmulo.
Então o Senhor com sua própria boca chamou-me, dizendo: Aproxima-se aqui acima, Enoque, à minha santa palavra.
(22) Miríades de miríades. Dez mil vezes dez mil (Knibb, p. 99).
25E Ele ergueu-me, fazendo aproximar-me, mesmo até à entrada. Meus olhos estavam dirigidos para o chão.

                                      Capítulo 15

1Então dirigindo-se para mim, Ele falou e disse: Ouve, não se atemorize, justo Enoque, tu escriba da retidão: aproxima-te para cá, e ouve a minha voz. Vai, dize às Sentinelas do céu, a quem te enviei para rogar por eles; tu deves rogar pelos homens, e não os homens por ti.
2Portanto, deves abandonar o sublime e santo céu, o qual permanece para sempre; deitastes com mulheres; vos corrompestes com as filhas dos homens; tomastes para ti esposas; agistes igual aos filhos da terra, e gerastes uma ímpia descendência.(23)
(23) Uma ímpia descendência. Literalmente, "gigantes" (Charles, p. 82; Knibb, p. 101).
3 Sois espirituais, santos, e possuidores de uma vida que é eterna; vos contaminastes com mulheres, procriastes em sangue carnal; cobiçastes o sangue de homens; e fizestes como aqueles que são carne e sangue fazem.
4Estes, contudo, morrem e perecem.
5Portanto, de agora em diante eu dou-vos esposas, para que possais coabitar com elas; para que
filhos nasçam delas; e que isto seja negociado sobre a terra.
6Mas desde o princípio fostes feitos espirituais, possuindo uma vida que é eterna, e não sujeito à morte para sempre.
7Portanto, eu não fiz esposas para vós, porque, sendo espirituais, vossa habitação está no céu,
8Agora, os gigantes que têm nascido de espírito e de carne, serão chamados sobre a terra de maus espíritos, e na terra estará a sua habitação. Maus espíritos procederão de sua carne, porque eles foram criados de cima; dos santos Sentinelas foi seu princípio e a sua primeira fundação. Maus espíritos eles serão sobre a terra, e de espíritos da maldade eles serão chamados. A habitação dos espíritos do céu será no céu, mas sobre a terra estará a habitação dos espíritos terrestriais, os quais são nascidos na terra.(24)
(24) Note as muitas implicações dos versículo 3-8 com respeito à progênie dos maus espíritos.
9Os espíritos dos gigantes serão semelhantes às nuvens, (25) os quais oprimem, corrompem, caem, contendem e confundem sobre a terra.
(25) A palavra grega para "nuvem" aqui, nephelas, pode ocultar a mais antiga leitura, Napheleim (Nephilim).
10Eles causarão lamentação. Nenhuma comida eles comerão; e terão sede; eles se esconderão e não (26) se levantarão contra os filhos dos homens, e contra as mulheres; pois eles virão durante os dias da matança e da destruição.
(26) Não. Quase todos os manuscritos contêm esta negativa, mas Charles, Knibb, e outros acreditam que o “não” deve ser deletado para que na frase leia-se "levantarão".

                                        Capítulo 16

1E quanto à morte dos gigantes, onde quer que seus espíritos se apartem de seus corpos; que sua carne, que é perecível, esteja sem julgamento.(27) Assim eles perecerão, até o dia da grande consumação do mundo. Uma destruição das Sentinelas e dos ímpios acontecerá.
(27) Que sua carne… esteja sem julgamento. Ou, "sua carne será destruída antes do julgamento" (Knibb, p. 102).
2E então às Sentinelas, aos quais enviei-te para rogar por eles, os quais no princípio estavam no céu, 3Dize: No céu tens estado; coisas secretas, entretanto, não têm sido manifestadas a ti; contudo tens conhecido um reprovável mistério.
4E isto tens relatado às mulheres na dureza do vosso coração, e por aquele mistério as mulheres e a humanidade têm multiplicado males sobre a terra.
5Dize a eles: Nunca, portanto, obtereis paz.

                                      Capítulo 17

1Eles levantaram-me a um certo lugar, onde lá havia (28) a aparência de um fogo fervente; e quando eles se agradaram assumiram a semelhança de homens.
(28) Onde havia. Ou, "onde eles [os anjos] eram semelhantes" (Knibb, p. 103).
2Eles levaram-me a um alto lugar, a uma montanha, cujo topo alcançava o céu.
3E eu vi os receptáculos da luz e do trovão nas extremidades do lugar, onde ele era profundo. Havia um arco de fogo, e flechas em seu vibrar, uma espada de fogo, e toda espécie de relâmpagos.
4Então eles levaram-me a um arroio murmurante, (29) e a um fogo no oeste, o qual recebeu todo pôr-do-sol. Eu vim a um rio de fogo, o qual fluiu como água, e desaguou no grande mar para o oeste.
(29) A um arroio murmurante. Literalmente, "à água da vida, a qual fala" (Laurence, p. 23).
5Eu vi todo largo rio, até que cheguei à grande escuridão. Eu fui para onde toda carne migra; e vi as montanhas da escuridão as quais constituem o inverno, e o lugar do qual flui a água em cada abismo.
6 Eu vi também as bocas de todos os rios no mundo, e as bocas das profundezas.

                                        Capítulo 18

1Eu então examinei os receptáculos de todos os ventos, percebendo que eles contribuem para adornar toda criação, e para preservar a fundação da terra.
2Eu examinei a pedra que apóia os cantos da terra.
3Também vi os quatro ventos, os quais sustêm a terra, e o firmamento do céu.
4E eu vi os ventos ocupando o céu exaltado,
5Surgindo no meio do céu e da terra, e constituindo os pilares do céu.
6Eu vi os ventos que giram no céu, os quais ocasionam e determinam a órbita do sol e de todas as estrelas; e sobre a terra eu vi os ventos que mantêm as nuvens.
7Eu vi o caminho dos anjos.
8Percebi na extremidade da terra o firmamento do céu acima dele. Então passei para a direção do sul,
9Onde queimam, tanto de dia quanto de noite, seis montanhas formadas de gloriosas pedras, três em direção ao leste, e três em direção ao sul.
10Aquelas que estão em direção ao leste eram de pedra multicolorida, uma das quais era de margarite, e outra de antimônio. Aquelas em direção ao sul eram de uma pedra vermelha. A do meio aproximava-se do céu como o trono de Deus; um trono composto de alabastro, o topo do qual era de safira. Vi também um fogo flamejante suspenso sobre todas as montanhas.
11E lá eu vi um lugar do outro lado de um extenso território, onde águas foram coletadas.
12Também vi fontes terrestriais, profundas em colunas ardentes do céu.
13E nas colunas do céu eu vi fogos, os quais desciam sem número, mas nem no alto, ou no profundo. Sobre estas fontes também percebi um lugar onde não havia nem o firmamento do céu acima dele, nem o sólido chão abaixo dele; nem havia água acima; ou nada no vento; mas o lugar era desolado.
14E lá eu vi sete estrelas, semelhantes a grandes montanhas, e como espíritos suplicando-me.
15Então o anjo disse: Este lugar, até a consumação do céu e da terra, será a prisão das estrelas, e das hostes do céu.
16As estrelas que rolam sobre fogo são aquelas que transgrediram o mandamento de Deus antes que seu tempo chegasse; pois elas não vieram em sua própria estação. Portanto, Ele ofendeu-se com elas, e amarrou-as até o período da consumação dos seus crimes no ano secreto.

                                        Capítulo 19

1Então Uriel disse: Eis aqui os anjos que coabitaram com mulheres, escolheram seus líderes;
2E sendo numerosos em aparência (30) profanaram os homens e fizeram com que errassem; assim eles sacrificaram aos demônios como aos deuses. Pois no grande dia haverá um julgamento, no qual
eles serão julgados, até que sejam consumidos; e suas esposas também serão julgadas, as quais levaram desencaminhadamente os anjos do céu para que as saudassem.
(30) Sendo numerosos em aparencia. Ou, "assumindo muitas formas" (Knibb, p. 106).
3E eu, Enoque, só vi a aparência do fim de todas as coisas. Não tendo visto nenhum homem enquanto via as coisas.

                                    Capítulo 20

1Estes são os nomes dos anjos Sentinelas:
2Uriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre o clamor e o terror.
3Rafael, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos homens.
4Raguel, um dos santos anjos, o qual inflige punição ao mundo e às luminárias.
5Miguel, um dos santos anjos, o qual, presidindo sobre a virtude humana, comanda as ações.
6Sarakiel, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos filhos dos homens que transgridem.
7Gabriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre Ikisat, (31) sobre o paraíso e sobre o querubim.
(31) Ikisat. As serpentes (Charles, p. 92; Knibb, p. 107).

                                  Capítulo 21

1Então eu fiz um circuito para um lugar no qual nada estava completo.
2E lá eu não vi nem as tremendas manufaturas do um céu exaltado, nem de uma terra estabelecida, mas um lugar desolado, preparado e terrível.
3Lá também vi sete estrelas do céu amarradas juntas, semelhantes a grandes montanhas, e semelhante ao fogo fervente. Eu exclamei: Por que espécie de crime elas foram amarradas, e por que foram removidas de seu lugar? Então Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, e o qual conduzia-me, respondeu: Enoque, por que perguntas; por que arrazoas consigo mesmo, e ansiosamente indagas? Estas são aquelas estrelas que transgrediram o mandamento do altíssimo Deus; e estão aqui amarradas, até que o número infinito dos dias dos seus crimes esteja completo.
4Dali eu passei depois para um outro lugar terrível;
5Onde eu vi a operação de um grande fogo flamejante e resplandecente, no meio do qual havia uma divisão. Colunas de fogo lutando juntas para o fim do abismo, e profunda era sua descida. Mas sua medida e magnitude eu não fui capaz de descobrir, nem pude perceber sua origem. Então exclamei:
Quão terrível é este lugar, e quão difícil explorá-lo!
6Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu e disse: Enoque, por que estás alarmado e maravilhado com este terrível lugar, à vista deste lugar de sofrimento? Isto, disse ele, é a prisão dos
anjos; e aqui eles serão mantidos para sempre.

                                        Capítulo 22

1Dali eu me dirigi para outro lugar, onde vi a oeste uma grande e elevada montanha, uma forte rocha, e quatro lugares deleitosos.
2Internamente ele era profundo, espaçoso e plano: ele era profundo e escuro à vista.
3Então Rafael, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu e disse: Estes são os lugares deleitosos onde os espíritos, as almas dos mortos, serão reunidos; para eles ele foi formado e aqui serão reunidas todas as almas dos filhos dos homens.
4Estes lugares, nos quais habitam, eles ocuparão até o dia do julgamento, e até seu período escolhido.
5Seu período escolhido será longo, mesmo até o grande julgamento. E vi os espíritos dos filhos dos homens que estão mortos; e suas vozes rompem o céu, enquanto eles são acusados.
6Então inquiri de Rafael, o anjo que estava comigo, e disse: Que espírito é aquele, a voz do qual alcança o céu, e acusa?
7Ele respondeu, dizendo: Este é o espírito de Abel o qual foi morto por Caim seu irmão; o qual acusará aquele irmão, até que sua semente seja destruída da face da terra;
8Até que sua semente desapareça da semente da raça humana.
9 Naquele tempo portanto eu inquiri a respeito dele, e a respeito do julgamento geral, dizendo: Por que um está separado ou outro? Ele respondeu: Três separações foram feitas entre os espíritos dos mortos, e assim os espíritos dos justos foram separados,
10Nomeadamente, por uma fenda na terra, por água, e por luz acima dela.
11E da mesma maneira os pecadores são separados quando morrem, e são sepultados na terra; julgamento não os surpreenderá em seu tempo de vida.
12Aqui suas almas estão separadas. Além disso, abundante é seu sofrimento até o tempo do grande julgamento, o castigo, e o tormento daqueles que eternamente execraram, cujas almas são munidas e amarradas lá para sempre.
13E assim tem sido desde o princípio do mundo. Assim, existe uma separação entre as almas daqueles que proferem reclamações, e daqueles que vigiam pela sua destruição, para sua matança no dia dos pecadores.
14Um receptáculo deste tipo foi formado para as almas dos injustos, e dos pecadores; daqueles que cometeram crime, e se associaram aos ímpios, com os quais eles se assemelham. Suas almas não serão aniquiladas naquele dia de julgamento, nem se levantarão deste lugar. Então eu bendisse a Deus,
15E falei: Abençoado seja o meu Senhor, o Senhor da glória e da retidão, cujo reino será para sempre e sempre.

                                           Capítulo 23

1Dali eu fui para outro lugar, em direção ao oeste, até às extremidades da terra,
2Onde vi um fogo resplandecente correndo ao longo sem cessar, com um curso não intermitente, nem de dia nem de noite; mas sempre o mesmo, continuadamente.
3Eu indaguei,dizendo: O que é isto, que nunca cessa?
4Então Raguel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu,
5E disse: Este fogo flamejante que tu vês correndo em direção ao oeste é aquele de todas as luminárias do céu.
                                    Capítulo 24
1Eu fui dali para outro lugar, e vi uma montanha de fogo que resplandece tanto de dia quanto de noite. Fui em direção a ela e percebi sete esplêndidas montanhas, as quais eram diferentes umas das outras.
2Suas pedras eram brilhantes e belas; todas eram brilhantes e esplêndidas à vista e formosa era sua superfície. Três montanhas estavam em direção ao leste, consolidadas e fortalecidas por estarem
colocadas uma sobre a outra; três estavam em direção ao sul, consolidadas de maneira similar. Três eram igualmente vales profundos, os quais não se acercavam uma da outra. A sétima montanha estava no meio delas. Em comprimento elas todas se assemelhavam ao assento de um trono, e árvores odoríferas rodeavam-nas.
3Entre estas havia uma árvore de um odor incessante; nem daquelas que estavam no Éden, havia lá alguma, de todas as árvores de fragrância, que cheirava como esta. Suas folhas, suas flores, nunca ficam murchas, e seu fruto era belo.
4Seu fruto assemelhava-se ao cacho da palmeira. Eu exclamei: Vê! Esta árvore é vistosa de aspecto, agradável em suas folhas, e o aspecto de seus frutos é delicioso à vista. Então Miguel, um dos santos anjos que estava comigo, e um dos que presidem sobre elas, respondeu,
5E disse: Enoque, por que inquires a respeito do odor desta árvore?
6Por que estás inquisitivo para sabê-lo?
7Então eu, Enoque, respondi-lhe, e disse: Concernente a tudo eu estou desejoso de instrução, mas particularmente com respeito a esta árvore.
8Ele respondeu-me dizendo: A montanha que tu vês, o prolongamento da qual assemelha-se ao assento do Senhor, será o assento no qual se assentará o Santo e grande Senhor da glória, o eterno Rei, quando Ele virá e descerá para visitar a terra com bondade.
9E aquela árvore de agradável aroma, não de um odor carnal; lá ninguém terá poder para toca-la até o tempo do grande julgamento. Quando todos serão punidos e consumidos para sempre; isto será conferido sobre os justos e humildes. O fruto da árvore será dado ao eleito. Pois em direção ao norte, vida será plantada no santo lugar, em direção à habitação do eterno Rei.
10Então eles se regozijarão grandemente e exultarão no Santo. O doce odor entrará em seus ossos; e eles viverão uma longa vida na terra como seus antepassados; em seus dias não haverá tristeza, angústia, aborrecimento e nem punição os afligirá.
11E eu abençoei o Senhor da glória, o eterno Rei, porque ele preparou esta árvore para os santos, formou-a, e declarou que Ele a daria para eles.

                                       Capítulo 25

1Dali eu fui para o meio da terra, e vi um feliz e fértil lugar, o qual continha ramos espalhando-se continuamente das árvores que estavam plantadas nele. Ali eu vi uma santa montanha, e debaixo dela a água do lado de traz fluía em direção ao sul. Eu vi no oriente outra montanha tão alta quanto aquela; e entre elas havia um profundo, mas não largo vale.
2Água corria para a montanha para o ocidente dela; e debaixo dela havia igualmente outra montanha.
3Lá havia um vale, mas não um vale largo, abaixo; e no meio deles havia outro profundo e seco vale em direção da extremidade da árvore. Todos esses vales, que eram profundos, mas não oblíquo, consistia de uma forte rocha, com a árvore que estava plantada nela. E eu maravilhei-me com a rocha e o vale, ficando extremamente surpreso.

                                       Capítulo 26

1Então eu disse: O que significa esta terra abençoada, e todas estas altas árvores, e o vale amaldiçoado entre elas?
2Então Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu: Este vale é o amaldiçoado dos amaldiçoados para sempre. Aqui serão reunidos todos os que pronunciaram com suas bocas linguagem imprópria contra Deus, e falaram rudes coisas da Sua glória. Aqui eles serão reunidos.
Aqui será seu território.
3Nos últimos dias um exemplo de julgamento será feito em retidão diante dos santos, enquanto aqueles que receberam misericórdia, para sempre, todos os dias, abençoarão a Deus, o eterno Deus.
4E no período do julgamento eles abençoarão a Ele por sua misericórdia, como Ele distribuiu-a a eles. Então eu abençoei a Deus, dirigindo-me a Ele, e fazendo menção, como foi reconhecida, Sua grandiosidade.

                                      Capítulo 27

1Dali eu fui à direção do leste para o meio da montanha no deserto, do qual somente o nível da superfície eu percebi.
2Ele estava cheio de árvores da semente aludida; e água jorrava sobre ela.
3Ali apareceu uma catarata composta de muitas cachoeiras voltadas tanto para o oriente quanto para o ocidente. Sobre um lado havia árvores; sobre o outro água e orvalho.
                                        Capítulo 28

1Então eu fui para outro lugar do deserto; em direção ao leste daquela montanha da qual eu havia me aproximado.
2Ali eu vi árvores escolhidas, (32) particularmente aquelas que produzem o cheiro doce opiato, incenso e mirra; e árvores diferentes umas das outras.
(32) Árvores escolhidas. Literalmente "árvores de julgamento" (Laurence, p. 35; Knibb, p. 117).
3E sobre elas havia a elevação da montanha ocidental, a não grande distância.
Capítulo 29
1IIgualmente vi outro lugar com vales de água que nunca param,
2Onde percebi uma agradável árvore, a qual em odor assemelha-se a Zasakinon. (33)
(33) Zasakinon. A árvore de mastic (Knibb, p. 118).
3Em direção ao vale eu percebi o cinamomo de doce odor. Sobre eles avancei em direção ao leste.
                                      Capítulo 30

1Então vi outra montanha contendo árvores, da qual água fluía como Neketro.(34) Seus nomes eram Sarira, e Kalboneba.(35) E sobre esta montanha eu vi outra montanha, sobre a qual haviam árvores de Alva.(36)
(34) Neketro. O néctar (Knibb, p. 119).
(35) Sarira, e Kalboneba. Styrax e galbanio (Knibb, p. 119).
(36) Alva. Aloé (Knibb, p. 119).
2Estas árvores estavam cheias como amendoeiras, e fortes; e quando elas produziam frutos eram superiores a toda redondeza.
                                    Capítulo 31
1Depois destas coisas, inspecionando as entradas do norte acima das montanhas, vi montanhas e
percebi sete montanhas repletas de puro nardo, árvores odoríferas e papiro.
2Dali eu passei acima dos picos daquelas montanhas a alguma distância para o leste, e fui sobre o mar da Eritréia.(37) E quando eu havia avançado para longe, além dele, passei ao longo, acima do anjo Zateel, e cheguei ao jardim da justiça. Neste jardim eu vi outras árvores, as quais eram numerosas e grandes, e floresciam ali. (37) Mar da Eritréia. O Mar Vermelho.
3Sua fragrância era agradável e poderosa e sua aparência era tanto agradável quanto elegante. A árvore do conhecimento também estava ali, do qual se alguém comesse, tornava-se dotado de grande sabedoria.
4Ela era semelhante às espécies da tamareira, dando frutos semelhantes à uva extremamente fina, e sua fragrância estendia-se a considerável distância. Eu exclamei: Que bela é esta árvore e quão deleitável é sua aparência!
5Então o santo Rafael, um anjo que estava comigo, respondeu e disse: Esta é a árvore do conhecimento, da qual vosso antigo pai e vossa mãe comeram, os quais foram antes de ti e que obtendo conhecimento, seus olhos sendo abertos, e descobrindo que estavam nus, foram expulsos do jardim.

                                 Capítulo 32
1Dali eu fui na direção das extremidades da terra, onde vi grandes feras diferentes umas das outras, e pássaros variados em suas aparências e formas, bem como com notas de diferentes sons.
2Para a direita destas feras eu percebi as extremidades da terra, onde os céus cessam. Os portões do céu estavam abertos e vi as estrelas celestiais vindo. Eu enumerei-as enquanto elas procediam do
portão e escrevi-as todas, enquanto elas saiam uma por uma, de acordo com seu número. Eu escrevi seus nomes completamente, seus tempos e estações, enquanto o anjo Uriel, que estava comigo, mostrava-as a mim.
3Ele as mostrou todas a mim, e escrevi uma conta delas.
4Ele também escreveu para mim seus nomes, seus regulamentos, e suas operações.

                                Capítulo 33
1Dali eu avancei em direção ao norte, para as extremidades da terra.
2E ali vi a grande e gloriosa maravilha das extremidades de toda terra.
3Vi ali portões celestiais abertos para o céu, três dos quais distintamente separados. Os ventos do norte procediam deles, soprando frio, granizo, geada, neve, orvalho e chuva.
4De um dos portões eles sopravam suavemente, mas quando eles sopravam dos dois outros portões, ele era violento e forte. Eles sopravam sobre a terra fortemente.

                                 Capítulo 34
1Dali eu fui para as extremidades do mundo para o oeste;
2Ali percebi três portões abertos, enquanto eu estava olhando no norte; os portões e passagens através deles era de igual magnitude.

                                 Capítulo 35
1Então eu segui às extremidades da terra ao sul, onde vi três portões abertos para o sul, do qual provinha orvalho, chuva e vento.
2Dali eu fui para as extremidades do céu oriental, onde vi três portões celestiais abertos para o leste, os quais tinham portões menores dentro deles. Através de cada um desses portões menores as estrelas do céu passavam, e passaram para o oeste por um caminho que foi visto por elas, e todo o período de seu aparecimento.
3Quando eu as vi, as abençoei cada vez que elas apareceram, e abençoei o Senhor da glória que tinha feito estes grandes e esplêndidos sinais, para que eles pudessem mostrar a magnificência de suas obras aos anjos e às almas dos homens, e para que estes pudessem glorificar todas as suas obras e operações, pudessem ver os efeitos do seu poder; pudessem glorificar o grande labor de suas mãos e abençoá-lo para sempre.
                                   Capítulo 36 (não tem)
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                                        Capítulo 37
1A visão que ele viu, a segunda visão de sabedoria, que Enoque viu, o filho de Jared, filho de Malaleel, o filho de Canan, filho de Enos, filho de Seth, filho de Adão. Este é o começo da palavra de sabedoria, a qual eu recebi para declarar e dizer àqueles que habitam sobre a terra. Ouvi desde o princípio, e entendei até o fim, as santas coisas que eu pronuncio na presença do Senhor dos espíritos. Aqueles que eram antes de nós pensaram-nas boas para se pronunciar; 2E nós, que viemos depois, obstruímos o princípio da sabedoria. Até ao presente tempo nunca aconteceu ter sido dado diante do Senhor dos espíritos o que eu recebi, sabedoria de acordo com a capacidade do meu intelecto, e de acordo com o prazer do Senhor dos espíritos; o que eu recebi dele, uma porção da vida eterna.
3E eu obtive três parábolas, as quais eu declarei aos habitantes do mundo.

                                         Capítulo 38
1A primeira parábola. Quando a congregação dos justos for manifestada e os pecadores forem julgados por seus crimes, e forem afligidos à vista do mundo;
2Quando os justos forem manifestados (38) na presença dos mesmos justos, os quais serão eleitos por suas boas obras corretamente pesadas pelo Senhor dos espíritos, e quando a luz dos justos e dos eleitos, o quais habitam na terra for manifestada; onde será a habitação dos pecadores? E qual será o lugar de descanso daqueles que rejeitaram o Senhor dos espíritos? Seria melhor para eles se nunca tivessem nascido.
(38) Quando os justos forem manifestados. Ou, "quando o Justo aparecer" (Knibb, p. 125; cp. Charles, p. 112).
3Quando os segredos dos justos também forem revelados, então os pecadores serão julgados e os ímpios serão afligidos na presença dos justos e eleitos.
4Daquele tempo, aqueles que possuírem a terra deixarão de ser poderosos e exaltados. Nem serão capazes de olhar para o semblante do santo, pois a luz dos semblantes dos santos, dos justos, e dos eleitos, terá sido visto pelo Senhor dos espíritos.(39)
(39) Pois a luz… Senhor dos espíritos. Ou, "pois a luz do Senhor dos espíritos terá aparecido na face dos santos, dos juntos, e dos escolhidos" (Knibb, p. 126).
5Então os reis poderosos daquele tempo serão destruídos, mas serão entregues nas mãos dos retos e santos.
6Desde então ninguém obterá compaixão do Senhor dos espíritos, porque suas vidas neste mundo terá sido completada.

                                       Capítulo 39
1Naqueles dias a raça eleita e santa descerá do céu e sua semente estará com os filhos dos homens.
Enoque recebeu livros de indignação e ira, e livros de pressa e agitação.
2Nunca obterão misericórdia, diz o Senhor dos espíritos.
3Uma nuvem então me arrebatou, e o vento elevou-me acima da superfície da terra, colocando-me na extremidade dos céus.
4Lá eu vi outra visão, e vi as habitações e os lugares de descanso dos santos. Meus olhos viram suas habitações com os anjos, e seus lugares de descanso com os santos. Eles estavam entrando, suplicando e orando pelos filhos dos homens; enquanto a justiça fluía como a água diante deles, e a misericórdia se espalhava sobre a terra como o orvalho. E assim será para com eles para sempre e sempre.
5Naquele tempo os meus olhos viram a habitação do eleito, da verdade, fé e retidão.
6Sem conta será o número dos santos e eleitos na presença de Deus para sempre e sempre.
7Sua residência eu vi sob as asas do Senhor dos espíritos. Todos os santos e eleitos cantavam diante dele, com a aparência semelhante à chama de fogo; suas bocas estavam cheias de bênçãos e seus lábios glorificavam o nome do Senhor dos Espíritos. E retidão incessantemente habitava diante dele.
8Eu quis permanecer ali, e minha alma desejou aquela habitação. Ali estava minha antecedente herança, pois deste modo eu prevaleci diante do Senhor dos espíritos.
9Neste momento eu glorifiquei e exaltei o nome do Senhor dos espíritos com louvor e exaltação, pois Ele o tem estabelecido com bênção e com exaltação, de acordo com Sua própria boa vontade.
10Meus olhos contemplaram aquele espaçoso lugar. Eu o bendisse e falei: Abençoado seja, abençoado desde o princípio e para sempre. No princípio, antes que o mundo fosse criado, e sem fim é seu conhecimento.
11Qual é este mundo? De toda geração existente, eles abençoarão aquele que não dorme
espiritualmente, mas permanece diante da Tua glória, abençoando, glorificando, exaltando-te, e dizendo: Santo, santo, o Senhor dos espíritos encheu o mundo todo de espíritos.
12Ali meus olhos viram a todos que, sem dormir, permanecem diante dele e abençoam-no dizendo:
Abençoado sejas, e abençoado seja o nome de Deus para sempre e sempre. Então meu semblante ficou mudado, até que fiquei incapaz de continuar vendo.

                                   Capítulo 40
1Depois disto eu vi milhares de milhares e miríades de miríades, e um número infinito de pessoas, em pé, diante do Senhor dos espíritos.
2Igualmente, nas quatro asas do Senhor dos espíritos, nos quatro lados, percebi outros, ao lado daqueles que estavam em pé diante dele. Seus nomes também eu sei porque o anjo que estava comigo declarou-os a mim, revelando-me toda coisa secreta.
3Então ouvi as vozes daqueles sobre os quatro lados, magnificando o Senhor da glória.
4A primeira voz abençoou o Senhor dos espíritos para sempre e sempre.
5A segunda voz ouvi abençoando ao Eleito e aos eleitos que sofrem pela causa do Senhor dos espíritos.
6A terceira voz eu ouvi pedindo e orando em favor daqueles que habitam sobre a terra, e suplicam no nome do Senhor dos espíritos.
7A quarta voz eu ouvi expulsando os anjos ímpios, (40) e proibindo-os de entrarem na presença do Senhor dos espíritos para proferirem acusações contra(41) os habitantes da terra.
(40) Anjos ímpios. Literalmente "os Satãs" (Laurence, p. 45; Knibb, p. 128). Ha-satan em Hebreu ("o adversário") foi originalmente o título de um ofício, não o nome de um anjo.
(41) Proferir acusações contra. Ou, "para acusar" (Charles, p. 119).
8Depois disso eu pedi ao anjo da paz, que prosseguia comigo, para explicar tudo o que estava escondido. Eu disse-lhe: Quem são aqueles que eu havia visto nos quatro lados e que palavras eram aquelas que eu havia ouvido e escrito? Ele respondeu: O primeiro é o misericordioso, o paciente, o santo Miguel.
9O segundo é aquele que preside sobre todo sofrimento e toda aflição dos filhos dos homens, o santo Rafael. O terceiro, o qual preside sobre tudo o que é poderoso é Gabriel. E o quarto, o qual preside sobre o arrependimento e a esperança daqueles que herdarão a vida eterna, é Fanuel. Estes são os quatro anjos do Altíssimo Deus e suas quatro vozes, as quais naquele momento eu ouvi.

                                       Capítulo 41
1Depois disso eu vi os segredos do céu e do paraíso, de acordo com suas divisões, e das ações humanas enquanto eles pesavam-nas em balanças. Vi as habitações dos eleitos e as habitações dos santos. E ali meus olhos viram todos os pecadores que haviam negado o Senhor da glória e como eles foram expelidos dali, e arrastados para fora, como eles estiveram ali; nenhuma punição procedeu contra eles vinda do Senhor dos espíritos.
2Ali também meus olhos viram os segredos do raio e do trovão e os segredos dos ventos, como eles são distribuídos quando eles sopram sobre a terra: os segredos dos ventos, do orvalho, e das nuvens.
Ali eu vi o lugar de onde eles saem e tornam-se saturados com o pó da terra.
3Ali eu vi os receptáculos de madeira nos quais os ventos são separados, o receptáculo do granizo, o receptáculo da neve, o receptáculo das nuvens, e a própria nuvem, a qual continuava sobre a terra antes da criação do mundo.
4Eu vi também os receptáculos da lua, de onde elas vêm, para onde elas vão, seus gloriosos retornos e como uma se torna mais esplêndida do que a outra. Eu marquei seu rico progresso, seu imutável progresso, sua divisão e não diminuído progresso; sua observância de uma fidelidade mútua por um juramento estável; seu procedimento diante do sol e sua aderência ao caminho que lhes foi distribuído, (42) em obediência ao comando do Senhor dos espíritos. Potente é seu nome para sempre e sempre.
(42) Seu procedimento... caminho distribuído . Ou, "o sol vai primeiro e completa sua jornada" (Knibb, p. 129; cp.
Charles, p. 122).
5Depois eu vi que o caminho da lua, tanto oculto quanto manifesto; e também o progresso dessa trajetória foram completados dia a dia, e à noite; enquanto cada uma, junto com a outra, olhou para o Senhor dos espíritos, magnificando-O e exaltando-O sem cessar, já que exaltá-lO, para eles, é repouso; pois no esplêndido sol há uma freqüente alteração para bênção e para maldição.
6O curso do caminho da lua para com os retos é luz, mas para os pecadores é escuridão; no nome do Senhor dos espíritos, o qual criou uma divisão entre luz e escuridão, e separando os espíritos dos homens, fortalecendo os espíritos dos justos em nome de sua própria retidão.
7O anjo não previne isto, nem é ele dotado de poder para preveni-lo, pois o Juiz vê a todos, e julgaos a todos na própria presença deles.

                                      Capítulo 42
1A sabedoria não encontrou um lugar na terra onde pudesse habitar; sua habitação, portanto está no céu.
2A sabedoria saiu para habitar entre os filhos dos homens, mas ela não obteve habitação. A sabedoria retornou ao seu lugar e assentou-se no meio dos anjos. Mas a iniqüidade saiu depois do seu retorno, a qual de má vontade encontrou uma habitação e residiu entre eles como chuva no deserto, e como o orvalho na terra seca.

                                       Capítulo 43
1Eu vi outro esplendor, e as estrelas do céu. Eu observei que ele chamou-as todas por seus respectivos nomes, e que elas ouviram. Vi que ele pesou-as numa justa balança por sua luz e amplitude de seus lugares, o dia de seu aparecimento, e suas conversões. Esplendor produziu esplendor; e sua conversão foi o número dos anjos, e dos fiéis.
2Então eu perguntei ao anjo, que prosseguia comigo, e ele explicou-me coisas secretas, e quais eram seus nomes. Ele respondeu: O Senhor dos espíritos mostrou a ti uma similaridade disto. Eles são nomes dos justos que habitaram na terra, os quais acreditam no nome do Senhor dos espíritos para sempre e sempre.

                                     Capítulo 44
1Outra coisa também vi com respeito ao esplendor; que ele sobe por causa das estrelas e torna-se esplendor, sendo incapaz de abandoná-las.

                                   Capítulo 45
1A segunda parábola, a respeito daqueles que negam o nome da habitação dos santos e do Senhor dos espíritos.
2Aos céus eles não ascenderão nem virão sobre a terra. Esta será a porção dos pecadores que negam o nome do Senhor dos espíritos e que estão assim reservados para o dia da punição e da aflição.
3Naquele dia o Eleito se assentará sobre um trono de glória e escolherá suas condições e suas incontáveis habitações, enquanto seus espíritos neles serão fortalecidos quando eles virem meu Eleito, pois esses fugiram por proteção para meu santo e glorioso nome.
4Naquele dia eu farei com que meu Eleito habite no meio deles; mudarei a face do céu; o abençoarei e o iluminarei para sempre.
5Eu também mudarei a face da terra, a abençoarei; e farei com que aqueles a quem elegi habitem sobre ela. Mas aqueles que cometeram pecado e iniqüidade não habitarão nela, pois Eu marquei seus procedimentos. Meus justos Eu satisfarei com paz, colocando-os diante de Mim; mas a condenação dos pecadores se aproximará, para que Eu possa destruí-los da face da terra.

                                        Capítulo 46
1Ali eu vi o Ancião de dias, cuja cabeça era igual à branca lã, e com ele outro, cujo semblante
assemelhava-se àquele do homem. Seu semblante era cheio de graça, igual àquele dos santos anjos.
Então eu inquiri dos anjos que estavam comigo, e que me mostravam toda coisa secreta concernente a este Filho do homem, o qual foi; de onde Ele era e porque Ele acompanhou o Ancião de dias.
2Ele respondeu-me e disse: Este é o Filho do homem, ao qual a justiça pertence, com o qual a
retidão tem habitado e o qual revelou todos os tesouros do que é escondido: pois o Senhor dos espíritos o tem escolhido e sua porção tem excedido a tudo diante do Senhor dos espíritos em eterna ascensão.
3Este Filho do homem, que tu vês, levantará reis e poderosos de seus lugares de habitação, e os poderosos de seus tronos; soltará as rédeas do poderoso, e quebrará em pedaços os dentes dos pecadores.
4Ele lançará reis dos seus tronos e de seus domínios porque eles não O exaltarão, O louvarão, nem se humilham diante dEle, pelo Qual seus reinos lhes foram dados. Igualmente o semblante do poderoso Ele lançará abaixo, enchendo-os de confusão. Escura será sua habitação e vermes serão sua cama; deste seu leito eles não esperam levantar-se novamente porque eles não exaltam o nome do Senhor dos espíritos.
5Eles condenarão as estrelas do céu, elevarão suas mãos contra o Altíssimo, caminham e habitam sobre a terra, exibindo todos os seus atos de iniqüidade, mesmo suas obras de iniqüidade. Sua força estará em suas riquezas e sua fé nos bens que têm formado com suas próprias mãos. Eles negarão o nome do Senhor dos espíritos e o expulsarão de seus templos, nos quais eles se reúnem;
6E com Ele o fiel, (43) o qual sofre em nome do Senhor dos espíritos.
(43) O expulçarão… o fiel. Ou, "expulsarão das causas de sua congregação e do fiel" (Knibb, p. 132; cp. Charles, p. 131).
1Naquele dia a oração dos santos e dos justos e o sangue dos íntegros ascenderá da terra até a presença do Senhor dos espíritos.
2Naquele dia os santos se reunirão, os quais habitam nos céus, e com vozes unidas de petição, suplica, oração, louvor e bênção ao nome do Senhor dos espíritos, por conta do sangue dos justos que tem sido derramado, para que a oração dos justos não seja descontinuada diante do Senhor dos
espíritos, para que por eles se execute julgamento; e para que sua paciência possa perdurar para sempre.(44)
(44) Para que sua paciência… perdure para sempre. Ou, "(para que) sua paciência possa não ter que durar para sempre" (Knibb, p. 133).
3Naquele tempo eu vi o Ancião de dias enquanto ele se assentava sobre o trono da sua glória, enquanto o livro dos vivos foi aberto na sua presença e enquanto todos os poderes que estão acima dos céus permanecem ao redor e diante dele.
4Então os corações dos santos estavam cheios de alegria, por causa da consumação da justiça que havia chegado, a súplica dos santos foi ouvida e o sangue dos justos apreciado pelo Senhor dos espíritos.

                                     Capítulo 48
1Naquele lugar eu vi uma fonte de retidão, a qual nunca falha, envolta em muitas fontes de sabedoria. Delas todos os sedentos beberam e foram cheios de sabedoria tendo sua habitação com os retos, eleitos e santos.
2Naquela hora o Filho do homem foi invocado diante do Senhor dos espíritos e seu nome na presença do Ancião de dias.
3Antes que o sol e os sinais fossem criados, antes que as estrelas do céu tivessem sido formadas, seu nome era invocado na presença do Senhor dos espírito. Ele será um apoio para os justos e santos se encostarem, sem falhar; e ele será a luz das nações.
4Ele será a esperança daqueles cujos corações estão temerosos. Todos os que habitam na terra cairão diante dEle; O abençoarão e glorificarão, e cantarão orações ao nome do Senhor dos espíritos.
5Portanto o Eleito e Escondido subsistiu em sua presença, antes que o mundo fosse formado, e para sempre.
6Na Sua presença Ele existiu, e revelou aos santos e aos justos a sabedoria do Senhor dos espíritos;
pois Ele preservou o lugar dos retos, porque eles iraram e rejeitaram este mundo de iniqüidade, e detestaram todas as suas obras e caminhos, no nome do Senhor dos espíritos.
7Pois em seu nome eles serão preservados e sua será a vida. Naqueles dias os reis da terra e os homens poderosos, os quais ganharam o mundo por suas realizações, se tornarão humildes em seus semblantes.
8Pois no dia de sua ansiedade e angústia, suas almas não serão salvas, e eles estarão em sujeição daquele a quem eu escolhi.
9Eu os lançarei como a palha ao fogo e como chumbo, na água. Assim eles queimarão na presença dos justos e afundarão na presença dos santos; nem a décima parte deles será encontrada.
10Mas no dia da tribulação o mundo ganhará tranqüilidade.
11Em sua presença eles falharão e não serão levantados novamente; nem haverá alguém para tomá-los por suas mãos e levantá-los; pois eles negaram o Senhor dos espíritos e seu Messias. O nome do Senhor será abençoado.

                                  Capítulo 48A
(45) Dois capítulos consecutivos são enumerados "48"
1Sabedoria verteu como água e glória não falta diante dEle para sempre e sempre, pois potente é Ele em todos os segredos de retidão.
2Mas a iniqüidade passa como uma sombra e não possui uma estação fixa, pois o Eleito permanece
diante do Senhor dos espíritos e Sua glória é para sempre e sempre, e Seu poder de geração em geração.
3Com Ele habitam os espíritos da sabedoria intelectual, o espírito da instrução e do poder e o espíritos dos que dormem em retidão; Ele julgará coisas secretas.
4Ninguém será capaz de pronunciar uma única palavra diante dEle, pois o Eleito está na presença do Senhor dos espíritos de acordo com Seu próprio prazer.

                                          Capítulo 49
1Naqueles dias os santos e os escolhidos sofrerão uma mudança. A luz do dia descansará sobre eles e o esplendor e a glória dos santos será transformada.
2Naquele dia de tribulação o mal será amontoado sobre os pecadores, mas os justos triunfarão no nome do Senhor dos espíritos.
3Outros serão levados a ver que devem arrepender-se e desistir das obras das suas mãos, e que a glória não os espera na presença do Senhor dos espíritos já que por Seu nome eles podem ser salvos. O Senhor dos espíritos terá compaixão deles, pois grande é a Sua misericórdia e a justiça está em Seu julgamento; na presença de Sua glória, em seu julgamento a iniqüidade não permanecerá. Aquele que não se arrepende em permecera sua  presença.
4Daqui em diante do senhor não terei misericórdia deles, diz o Senhor dos espíritos.

                                       Capítulo 50
1Naqueles dias a terra entregará de seu ventre e o inferno entregará de si aqueles a quem recebeu, e a destruição restaurará àqueles a quem ela deve.
2Ele selecionará os justos e santos de entre eles, pois o dia de sua salvação se tem aproximado.
3E naqueles dias o Eleito se assentará sobre seu trono, enquanto todo segredo de sabedoria intelectual procederá da sua boca, pois o Senhor dos espíritos lhe concedeu e glorificou.
4Naqueles dias as montanhas saltarão como as rãs e os montes pularão como jovens ovelhas (46)
saciadas com leite; e todos os justos se tornarão iguais aos anjos nos céu.
(46) Cp. Salmos 114:4
5Seu semblante se iluminará de alegria, pois naqueles dias o Eleito será exaltado. A terra se regozijará; os justos habitarão nela e a possuirão.

                                       Capítulo 51
1Depois desse tempo, no lugar onde eu havia visto toda visão secreta, fui arrebatado em um redemoinho de vento e transportado para o oeste.
2Lá meus olhos viram os segredos do céu e tudo o que existe na terra; uma montanha de fogo, uma montanha de cobre, uma montanha de prata, uma montanha de ouro, uma montanha de metal fundido, e uma montanha de chumbo.
3E eu perguntei ao anjo que foi comigo, dizendo: O que são estas coisas, que em segrego eu vi?
4Ele disse: Todas as coisas que tu viste serão para o domínio do Messias, para que ele possa comandar e ser poderoso sobre a terra.
5E aquele anjo de paz respondeu-me dizendo: Espera um pouco de tempo e entenderás, e cada coisa secreta te será revelada, o que o Senhor dos espíritos tem decretado. Aquelas montanhas que tu viste, a montanha de ferro, a montanha de cobre, a montanha de prata, a montanha de ouro, a montanha de metal fluido e a montanha de chumbo, todas estas na presença do Eleito serão como o favo de mel diante do fogo, e como a água descendo de cima sobre estas montanhas, e se tornarão debilitadas diante de seus pés.
6Naqueles dias os homens não serão salvos por ouro e por prata.
7Nem eles o terão em seu poder para assegurar-se, e voar.
8Lá não haverá nem ferro, nem casaco de malha para o peito.
9Cobre será unútil; inútil também será o que não enferruja nem se consome; e levar não será desejado.
10Todas estas coisas serão rejeitadas, e perecem na terra, quando o Eleito aparecer na presença do Senhor dos espíritos.

                                    Capítulo 52
1Ali meus olhos viram um profundo vale, e larga era sua entrada.
2Todos os que habitam na terra, no mar, e nas ilhas, trarão para ele dons, presentes e oferendas; contudo aquele profundo vale não se encherá. Suas mãos cometerão iniqüidade. Tudo quanto eles produzirem por labor será devorado pelos pecadores por crime. Mas eles perecerão de diante da face do Senhor dos espíritos e da face de sua terra. Eles se levantarão, e não falharão para sempre.
3Eu vi anjos de punição, os quais estavam habitando ali, e preparando todos os instrumentos de Satan.
4Então perguntei ao anjo da paz que continuava comigo, para quem aqueles instrumentos eram preparados.
5Ele disse: Estes são preparados para os reis e poderosos da terra, para que assim eles pereçam.
6Depois que os justos e a casa escolhida de sua congregação aparecerão, e desde então serão imutáveis no nome do Senhor dos espíritos.
7Nem aquelas montanhas existirão na sua presença como a terra e os montes, como as fontes de água existem. E os justos serão aliviados da vexação dos pecadores.
                                  Capítulo 53
1Então eu olhei e me virei para outra parte da terra, onde vi um profundo vale de fogo ardente.
2Para esse vale, eles levaram os monarcas e os poderosos.
3Ali meus olhos viram os instrumentos que eles fizeram, correntes de ferro sem peso.(47)
(47) Sem peso. Ou, "de imensurável peso" (Knibb, p. 138).
4Então eu perguntei ao anjo da paz que estava comigo, dizendo: Para quem essas correntes são preparadas?
5Ele respondeu: Estas são preparadas para as hostes de Azazeel, para que eles sejam entregues e julgados a uma menor condenação, e para que seus anjos sejam subjugados com pedras arremessadas, como o Senhor dos espíritos ordenou.
6Miguel e Gabriel, Rafael e Fanuel serão fortalecidos naquele dia, e então os lançarão numa fornalha de fogo ardente para que o Senhor dos espíritos possa ser vingado pelos crimes que eles cometeram; porque eles se tornaram ministro de Satan, e seduziram aqueles que habitam sobre a terra.
7Naqueles dias punição virá do Senhor dos espíritos, e os receptáculos de água que estão acima nos
céus serão abertos, e igualmente as fontes que estão sob a terra.
8Todas as águas, que estão nos céus e abaixo deles, serão reunidas e se misturarão.
9A água que está acima no céu será o agente; (48)
(48) Agente. Literalmente, "macho" (Laurence, p. 61).
10E a água que está sob a terra será o recipiente, (49) e todos os que habitam sobre a terra serão destruídos e os que habitam sob as extremidades do céu.
(49) Recipiente. Literalmente, "fêmea" (Laurence, p. 61).
11Por esses meios eles entenderão a iniqüidade que cometeram na terra, e por esses meios perecerão.

                                     Capítulo 54
1Depois disso o Ancião de dias arrependeu-se, e disse: Em vão eu destruí todos os habitantes da terra.
2E ele jurou por seu grande nome, dizendo: De agora em diante eu não agirei mais assim para com todos aqueles que habitam sobre a terra.
3Mas eu colocarei um sinal nos céus; (50) e ele será uma fiel testemunha entre mim e eles para sempre, tantos quantos os dias do céu durarem sobre a terra.
(50) Cp. Gen. 9:13, "Eu colocarei meu arco na nuvem, e ele será um sinal do convênio entre mim e a terra".
4Depois disso, de acordo com esse meu decreto, quando eu estiver disposto a prende-los antecipadamente, pela instrumentalidade dos anjos, no dia da aflição e da perturbação, minha ira e minha punição permanecerá sobre eles, minha punição e minha ira, diz Deus, o Senhor dos espíritos.
5Ó vós reis, ó vós poderosos, que habitam o mundo, vereis meu Eleito, assentado sobre o trono da minha glória. E Ele julgará Azazeel, todos seus associados, em nome do Senhor dos espíritos.
6Ali igualmente eu vi as hostes dos anjos que estavam se movendo em punição, confinadas numa rede de ferro e bronze. Então eu perguntei ao anjo da paz, que estava comigo: Para quem estes sob confinamento estão indo.
7Ele disse: Para todos os seus eleitos e seus amados, (51) para que eles possam ser lançados nas fontes e profundas fendas do abismo.
(51) Para cada um dos… seus amados. Ou, "Para cada um de seus escolhidos e para os seus amados" (Knibb, p. 139).
8E aquele vale será cheio com seus eleitos e amados; os dias cuja vida serão consumados, mas os dias de seus erros serão inumeráveis.
9Então príncipes (52) se combinarão e juntos conspirarão. Os chefes do leste, entre os Partos e Medos, removerão reis, nos quais um espírito de perturbação entrará. Ele os lançará de seus tronos, saltando como leões de seus esconderijos, e como lobos famintos no meio do rebanho.
(52) Príncipes. Ou, "anjos" (Charles, p. 149; Knibb, p. 140).
10Eles subirão e pisarão na terra de seus eleitos. A terra de seus eleitos estará diante deles. A eira, a senda e a cidade do meu povo justo imperará o progresso de seus cavalos. Eles se levantarão para destruir uns aos outros; sua mão direita se estenderá; o homem não conhecerá seu amigo ou seu irmão;
11Nem o filho de seu pai ou de sua mãe; até que o número dos corpos de seus mortos sejam completados, pela sua morte e punição. Nem isto acontecerá sem causa.
12Naqueles dias a boca do inferno será aberta, na qual eles serão imersos; o inferno destruirá e tragará os pegadores da face dos eleitos.

                                Capítulo 55
1Depois disto eu vi outro exército de carruagens com homens dirigindo-as.
2E eles vieram sobre o vento do leste, desde o oeste, e do sul.(53)
(53) Desde o sul. Literalmente "do meio do dia". (Laurence, p. 63).
3O som do barulho de suas carruagens foi ouvido.
4E quando aquela agitação aconteceu os santos fora do céu perceberam-na; o pilar da terra abalou-se desde a sua fundação e o som foi ouvido desde as extremidades da terra até as extremidades do céu ao mesmo tempo. 5Então eles caíram e adoraram o Senhor dos espíritos.
6Este é o fim da segunda parábola.

                                          Capítulo 56
1Então eu comecei a proferir a terceira parábola, concernente aos santos e aos eleitos.
2Abençoados sois vós, ó santos e eleitos, pois glorioso é o vosso lugar.
3Os santos existirão na luz do sol e os eleitos na luz da vida eterna, cujos dias de vida nunca terminarão nem os dias dos santos serão enumerados, os quais procuram pela luz e obtêm retidão com o Senhor dos espíritos.
4Paz seja aos santos com o Senhor do mundo.
5Daqui em diante aos santos seja dito que procurem nos céu os segredos da retidão, a porção da fé; semelhante ao sol nascido sobre a terra, enquanto a escuridão se vai. Ali haverá luz interminável; eles não entrarão em contagem de tempo, pois a escuridão será previamente destruída e a luz aumentará diante do Senhor dos espíritos; diante do Senhor dos espíritos a luz da honradez aumentará para sempre.

                                   Capítulo 57
1Naqueles dias meus olhos viram os segredos dos relâmpagos e seu esplendor, e o julgamento a eles pertencente.
2Eles iluminam por bênção e por maldição, de acordo com a vontade do Senhor dos espíritos.
3Ali eu vi os segredos do trovão quando ele agita-se acima no céu e seu som é ouvido.
4As habitações da terra também foram mostradas a mim. O som do trovão é para paz e para bênção, tanto para o bem quanto para maldição, de acordo com a palavra do Senhor dos espíritos.
5Depois disso, todo segredo dos esplendores e dos trovões foram vistos por mim. Para bênção e para fertilidade eles iluminam.

                                  Capítulo 58
1No qüinquagésimo ano, no sétimo mês, no décimo quarto dia da vida de Enoque, naquela parábola eu vi o céu dos céus tremer, que ele tremeu violentamente e que os poderes do Altíssimo e dos anjos, milhares de milhares, e miríades de miríades, ficaram agitados com grande agitação. E quando eu olhei o Ancião de dias estava assentado no trono de sua glória enquanto os anjos e santos estavam em pé ao redor dele. Um grande tremor veio sobre mim. Meus lombos foram curvados e soltos, meus rins foram dissolvidos; e eu cai sobre minha face. O santo Miguel, outro santo anjo, um dos santos, foi enviado, o qual levantou-me.
2E quando ele levantou-me, meu espírito retornou, pois eu fui incapaz de suportar essa visão de violência, sua agitação e o choque do céu.
3Então o santo Miguel disse-me: Por que estás perturbado com essa visão?
4Desde então tem existido o dia da misericórdia; Ele tem sido misericordioso e magnânimo com todos os que habitam sobre a terra.
5Mas quando o tempo vier, então o poder, a punição, e o julgamento tomarão lugar, o qual o Senhor dos espíritos preparou para aqueles que se prostrarem para o julgamento da retidão, para aqueles que renunciarem àquele julgamento, e para aqueles que tomam seu nome em vão.
6Aquele dia foi preparado para os eleitos como um dia de convênio e para os pecadores como um dia de inquisição.
7Naquele dia dois monstros serão distribuídos como alimento (54), um monstro fêmea, cujo nome é Leviathan, habitando nas profundezas do mar, acima das fontes de águas;
(54) Distribuídos como alimento. Ou, "separados um do outro" (Knibb, p. 143).
8E um monstro macho, cujo nome é Behemoth, o qual possui, movendo-se em seu ventre, o deserto invisível.
9Seu nome era Dendayen. A leste do jardim, onde os eleitos e os justos habitarão, onde ele recebeuo
de meu ancestral, desde Adão o primeiro dos homens, (55) cujo homem o Senhor dos espíritos fez.
(55) Ele recebeu-o… primeiro dos homens. Ou, "meu bisavô foi tomado, o sétimo desde Adão" (Charles, p. 155). Isto implica que esta seção do livro foi escrita por Noé, descendente de Enoque. Os estudiosos têm especulado que esta parte do livro pode conter fragmentos do perdido Apocalipse de Noé.
10Então eu pedi a outro anjo que me mostrasse o poder daqueles monstros, como eles se separaram naquele mesmo dia, um estando nas profundezas do mar, e o outro no seco deserto.
11E ele disse: Tu, filho do homem, estás aqui desejoso de entendimento das coisas secretas.
12E o anjo da paz, o qual estava comigo disse: Estes dois monstros estão preparados pelo poder de Deus para tornarem-se alimento, para que a punição de Deus não seja em vão.
13Então crianças serão mortas com suas mães, e os filhos com seus pais.
14E quando a punição do Senhor dos espíritos continuar, sobre eles ela continuará, para que a punição do Senhor dos espíritos não aconteça em vão. Depois do quê, o julgamento existirá com misericórdia e longanimidade.

                                        Capítulo 59
1Então outro anjo, o qual estava comigo, me falou,
2E mostrou-me o primeiro e o último dos segredos em cima no céu, e nas profundezas da terra:
3Nas extremidades do céu e nas fundações dela, e no receptáculo dos céus.
4Ele mostrou-me como seus espíritos foram divididos; como eles foram balançados e como ambas as fontes e os ventos foram contados de acordo com a força de seu espírito.
5Ele me mostrou o poder da luz da lua, que seu poder é justo; bem como as divisões das estrelas, de acordo com seus respectivos nomes;
6Que cada divisão é separada; que os relâmpagos iluminam;
7Que suas tropas imediatamente obedecem e que uma cessação toma lugar durante o trovão em continuação de seu som. Não são separados o trovão e o raio; nem eles se movem com um espírito, já que eles não são separados.
8Pois quando os raios iluminam, o trovão soa e o espírito a um próprio período faz pausa, fazendo uma igual divisão entre eles, pois o receptáculo sobre o qual seus períodos dependem é solto como a areia. Cada um deles à sua própria estação é restringido com uma rédea e virado pelo poder do espírito, que assim impele-os de acordo com a espaçosa extensão da terra.
9O espírito do mar é igualmente potente e forte, e um poder tão forte o faz vazar; assim ele é dirigido adiante e espalha-se contra as montanhas da terra. O espírito da geada tem seu anjo; no espírito do granizo ele é um bom anjo; o espírito da neve cessa em sua força e um espírito solitário está nele, o qual ascende dele como vapor, e é chamado refrigeração.
10O espírito da névoa também habita com eles em seu receptáculo, mas ele tem um receptáculo para si mesmo, pois seu progresso está no esplendor,
11Na luz e na escuridão, no inverno e no verão. Seu receptáculo é brilho, e um anjo esta nele.
12O espírito do orvalho tem seu domicílio nas extremidades do céu, em conexão com o receptáculo da chuva e seu progresso está no inverno e no verão. A nuvem produzida por ele e a nuvem do meio se tornam unidos, um dá ao outro; e quando o espírito da chuva está em movimento de seu receptáculo, anjos vêm e, abrindo seu receptáculo, o traz adiante.
13Quando igualmente ele é borrifado sobre toda a terra ele forma uma união com todo tipo de água no chão; pois as águas ficam na terra, porque eles fornecem nutrição para a terra desde o Altíssimo, o qual está no céu.
14Sobre este informe, portanto há uma regulamentação na qualidade da chuva que os anjos recebem.
15Estas coisas eu vi, todas elas, até o paraíso.

                                Capítulo 60
1Naqueles dias eu vi que longos mantos foram dados àqueles anjos, os quais tomaram suas asas e fugiram em direção ao norte.
2Eu perguntei ao anjo, dizendo: Para onde eles levaram aqueles longos mantos e para onde se foram? Ele disse: Eles foram medir.
3O anjo, o qual continuava comigo, disse: Estas são as medidas dos justos e cordas serão trazidas para que eles possam confiar no nome do Senhor dos espíritos para sempre e sempre.
4O eleito começará a habitar com o eleito.
5Estas são as medidas que serão dadas pela fé, as quais fortalecerão as palavras de retidão.
6Estas medidas revelarão todos os segredos nas profundezas da terra.
7E acontecerá que aqueles que foram destruídos no deserto e os que foram devorados pelos peixes do mar e pelas bestas do campo, retornarão e confiarão no dia do Eleito, pois ninguém perecerá na presença do Senhor dos espíritos, nem ninguém será capaz de perecer.
8Então eles receberam o mandamento, todos os quais estavam nos céus acima, para quem foi dado um poder combinado, voz e esplendor, semelhante ao fogo.
9E primeiro, com suas vozes eles abençoaram-no, exaltaram-no, glorificaram-no com sabedoria e atribuíram a Ele sabedoria com a palavra e com o sopro da vida.
10Então o Senhor dos espíritos assentado sobre o trono de sua glória, o Eleito,
11O qual julgará todas as obras do Santo acima no céu, e numa balança Ele pesará suas ações. E quando Ele levantar Seu semblante para julgar seus caminhos secretos na palavra do nome do Senhor dos espíritos, e seu progresso no caminho do justo julgamento do altíssimo Deus;
12Eles falarão com vozes unidas; abençoarão, glorificarão, exaltarão, e orarão em nome do Senhor dos espíritos.
13Ele chamará a todo poder dos céus, a todo santo acima, e ao poder de Deus. O Querubim, o Serafim, o Ofanim, todos os anjos de poder e todos os anjos dos Senhores, a saber, do Eleito, e do outro Poder, o qual estava sobre a água naquele dia.
14E levarão suas vozes unidas; abençoarão, glorificarão, orarão, e exaltarão com o espírito da fé, com o espírito da sabedoria e da paciência, com o espírito da misericórdia, com o espírito do julgamento e da paz, e com o espírito da benevolência; todos dirão com vozes unidas: Abençoado é Ele; e o nome do Senhor dos espíritos será abençoado para sempre e sempre; todos, os quais não dormem, o abençoarão acima no céu.
15Todo santo no céu o abençoará; todo o eleito que habita no jardim da vida e todo espírito de luz
que é capaz de abençoar, glorificar, exaltar, e orar em seu santo nome e todo homem mortal, (56) mais do que os poderes do céu, glorificará e abençoará seu nome para sempre e sempre.
(56) Todo homem mortal Literalmente, "toda carne" (Laurence, p. 73).
16Pois grande é a misericórdia do Senhor dos espíritos; magnânimo Ele é; e todas as suas obras, todo o seu poder, grande como são as coisas que Ele tem feito, tem revelado aos santos e eleitos, em nome do Senhor dos espíritos.

                                      Capítulo 61
1Então o Senhor ordenou os reis, os príncipes, os exaltados e aqueles que habitam na terra dizendo:
Abri vossos olhos, e elevai vossas buzinas se sois capazes de compreender o Eleito.
2O Senhor dos espíritos assentou-se sobre o trono de sua glória.
3E o espírito de retidão foi colocado sobre ele.
4A palavra de sua boca destruirá todos os pecadores e todos os mundanos, os quais perecerão na sua presença.
5Naquele dia todos os reis, os príncipes, os exaltados e todos os que possuem a terra se colocarão em pé, verão e perceberão Aquele que está assentado no trono da sua glória, que diante dEle os santos serão julgados em retidão,
6E que nada que será falado diante dEle, será falado em vão.
7Inquietação virá sobre eles, como sobre uma mulher em trabalho de parto, cujo labor é severo, quando seu filho vem à boca do ventre e ela encontra-se em dificuldade de dar a luz.
8Uma porção deles olhará para a outra. Eles ficarão atônitos e baixarão seu semblante.
9E aflição os prenderá quando eles virem o Filho da mulher assentado sobre o seu trono de glória.
10Então os reis, os príncipes e todos os que possuem a terra glorificarão Aquele que tem domínio sobre todas as coisas, Aquele que esteve em conselho; pois desde o princípio o Filho do homem existiu em segredo, o qual o Altíssimo preservou na presença do Seu poder e foi revelado aos eleitos.
11Ele semeará a congregação dos santos e dos eleitos, e todo eleito ficará diante dEle naquele dia.
12Todos os reis, príncipes, o exaltado e aqueles que governam sobre toda a terra cairão sobre suas faces diante dEle, e O adorarão.
13Eles colocarão suas esperanças neste Filho do homem orarão a Ele e implorarão por misericórdia.
14Então o Senhor dos espíritos se apressará em expeli-los da Sua presença. Suas faces ficarão cheias de confusão e suas faces se cobrirão de escuridão. Os anjos os tomarão para castigo, aquela vingança poderá ser infligida naqueles que têm oprimido Seus filhos e Seus eleitos. E eles se tornarão como um exemplo aos santos aos Seus eleitos. Através deles estes serão feitos jubilosos, pois a ira do Senhor dos espíritos descansará sobre eles.
15Então a espada do Senhor dos espíritos se embebedará com seu sangue, mas os santos e eleitos serão salvos naquele dia; a face dos pecadores e dos mundanos daquele tempo em diante eles não verão.
16O Senhor dos espíritos permanecerá sobre eles:
17E com este Filho do homem eles habitarão, comerão, deitarão e levantarão, para sempre e sempre.
18Os santos e eleitos têm se levantado da terra. Têm deixado de deprimir seus semblantes e terão sido vestidos com a vestimenta da vida. Aqueles vestidos da vida estão com o Senhor dos espíritos, em cuja presença suas vestimentas não envelhecerão nem será diminuída sua glória.

                                      Capítulo 62
1Naqueles dias os reis que possuíram a terra serão punidos pelos anjos de Sua ira, onde quer que eles lhes sejam entregues, para que Ele possa dar descanso por um curto período de tempo; e para que eles prostem-se diante dEle e adorem o Senhor dos espíritos, confessando seus pecados diante dEle.
2Eles abençoarão e glorificarão o Senhor dos espíritos dizendo: Abençoado é o Senhor dos espíritos, o Senhor dos reis, o Senhor dos espíritos, o Senhor dos ricos, o Senhor da glória, e o Senhor da sabedoria.
3Ele iluminará toda coisa secreta.
4Seu poder é de geração a geração e Sua glória para sempre e sempre.
5Profundos são todos os Seus segredos e incontáveis; sua retidão não pode ser calculada.
6Agora nós sabemos que devemos glorificar e abençoar o Senhor dos reis o qual é Rei sobre todas as coisas.
7Eles também dirão: Quem nos tem permitido ficar para glorificar, louvar, abençoar, e confessar na presença da Sua glória?
8E agora pequeno é o repouso que nós desejamos, mas nós não o encontramos; nós rejeitamos e não o possuímos. Luz passou diante de nós e escuridão tem coberto nossos tronos para sempre.
9 Pois nós não confessamos diante dEle; não temos glorificado o nome do Senhor dos reis; não temos glorificado o Senhor em todas as Suas obras, mas temos confiado no cetro do nosso próprio domínio e da nossa glória.
10Naquele dia do nosso sofrimento e da nossa angústia Ele não nos salvará, nem encontraremos descanso. Confessamos que nosso Senhor é fiel em todas as Suas obras, em todos os Seus julgamentos e em Sua retidão.
11Em Seus julgamentos ele não paga nenhum respeito a pessoas; e nós devemos apartar-nos de sua presença por causa de nossos maus atos.
12Todos os nossos pecados são verdadeiramente sem número.
13Então eles dirão a si mesmos: Nossas almas estão saciadas com os instrumentos de crime;
14Mas que não nos impede de descer ao ventre flamejante do inferno.
15Daí em diante seus semblantes se encherão de escuridão e confusão diante do Filho do homem, de cuja presença eles serão expulsos e diante do qual a espada permanecerá expelindo-os.
16Assim diz o Senhor dos espíritos: Este decreto e o julgamento contra os príncipes, os reis, os exaltados, e aqueles que possuem a terra, na presença do Senhor dos espíritos.

                                    Capítulo 63
1Eu vi outros semblantes naquele lugar secreto. Ouvi a voz de um anjo, dizendo: Estes são os anjos que desceram do céu à terra, revelaram segredos aos filhos dos homens e seduziram os filhos dos
homens para cometerem de pecado.
                                    Capítulo 64
 (57) Os capítulos 64, 65, 66 e o primeiro versículo do 67 evidentemente contêm a versão de Noé e não de Enoque (Laurence, p. 78).
1Naqueles dias Noé viu que a terra inclinou-se, e que destruição aproximava-se.
2Então ele levantou seus pés e foi para os confins da terra, para a habitação do seu bisavô Enoque.
3E Noé clamou com uma amarga voz: Ouví-me, ouví-me, ouví-me, três vezes. E ele disse: Dize-me o que está ocorrendo sobre a terra, pois a terra trabalha e é violentamente abalada. Certamente eu perecerei com ela.
4Depois disso houve uma grande perturbação na terra e uma voz foi ouvida desde o céu. Eu caí sobre minha face, então meu bisavô Enoque veio e colocou-se ao meu lado.
5Ele disse-me: Por que clamas a mim com um amargo clamor e lamentação?
6Um mandamento partiu do Senhor contra aqueles que habitam na terra para que eles sejam destruídos, pois eles conhecem todo segredo dos anjos, toda obra opressiva, o poder secreto dos demônios (58) e todo poder daqueles que cometem sortilégios, tanto quanto daqueles que fazem imagens fundidas em toda a terra.
(58) Os demônios. Literalmente, "os Satans" (Laurence, p. 78).
7Eles sabem como a prata é produzida do pó da terra e como na terra a gota metálica existe, pois o chumbo e o estanho não são produzidos da terra como fonte primária de sua produção.
8Há um anjo colocado sobre ela, e o anjo luta para prevalecer.
9Depois disso meu bisavô Enoque agarrou-me com sua mão, levantando-me e disse-me: Vai, pois eu pedí ao Senhor dos espíritos a respeito desta perturbação da terra; o qual respondeu: Por conta da impiedade deles seus inumeráveis julgamentos foram consumados diante de mim. Com respeito às luas eles inquiriram, e têm conhecimento de que a terra perecerá com aqueles que habitam sobre
ela,(59) e que estes não terão lugar de refúgio para sempre.
(59) Com respeito às luas… habitam sobre ela. Ou, "Por causa dos sortilégios que eles procuraram e aprenderam a terra e aqueles que habitam sobre ela serão destruídos" (Knibb, p. 155).
10Eles descobriram segredos, e eles são aqueles que têm sido julgados; mas não você, meu filho. O Senhor dos espíritos sabe que tu és puro e bom, livre da reprovação do descobrimento de segredos.
11Ele, o Santo, estabelecerá Seu nome no meio dos santos e te preservará daqueles que habitam sobre a terra. Ele estabelecerá tua semente em retidão com domínio e grande glória, (60) e da tua semente se espalhará retidão, e homens santos sem número para sempre.
(60) Com domínio… gloria. Literalmente, "para reis, e para grande glória" (Laurence, p. 79).

                                      Capítulo 65
1Depois disso ele mostrou-me os anjos de punição, os quais estão preparados para vir e abrir todas as águas poderosas sob a terra:
2Que elas podem ser para julgamento e para destruição de todos aqueles que permanecem e habitam sobre a terra.
3O Senhor dos espíritos ordenou os anjos que saíram, para não tomar os homens, e preservá-los,
4pois aqueles anjos presidem sobre todas as poderosas águas. Então eu saí da presença de Enoque.

                                       Capítulo 66
1Naqueles dias a palavra de Deus veio a mim, e disse: Vê Noé, tua sorte ascendeu a Mim, uma sorte imune de crime, uma sorte amada e superior.
2Agora então os anjos trabalharão as árvores, (61), mas enquanto eles procedem nisto eu colocarei minha mão sobre elas e as preservarei.
(61) Trabalharão nas árvores. Ou, "estão fazendo uma (estrutura de) madeira" (Knibb, p. 156).
3A semente da vida se erguerá dela e uma mudança tomará lugar para que a terra seca não seja deixada vazia. Eu estabelecerei tua semente diante de mim para sempre e sempre, e a semente daqueles que habitarem contigo na superfície da terra. Ela será abençoada e multiplicada na presença da terra, em nome do Senhor.
4Eles confinarão aqueles anjos que descobriram impiedade. Naquele vale ardente é que eles serão confinados, o qual a princípio meu bisavô mostrou-me no oeste, onde há montanhas de ouro e prata, de ferro, de metal fluído, e de estanho.
5Eu vi aquele vale no qual há uma grande perturbação e onde as águas são agitadas.
6E quando tudo isto foi executado, da massa fluída de fogo e na perturbação que prevaleceu (62) naquele lugar, levantou-se um forte cheiro de enxofre que se misturou com as águas; e o vale dos anjos que haviam sido culpados de sedução, queimou-se debaixo da terra.
(62) A perturbação que prevaleceu. Literalmente, "perturbou-os" (Laurence, p. 81).
7Através daquele vale rios de fogo também estavam fluindo, para os quais aqueles anjos serão condenados, os quais seduziram os habitantes da terra.
8E naqueles dias estas águas serão para os reis, aos príncipes, aos exaltados e para os habitantes da terra, para a cura da alma e do corpo e para o julgamento do espírito. 9Seus espíritos serão cheios de festa (63) para que eles possam ser julgados em seus corpos; porque eles negaram o Senhor dos espíritos, e apesar de eles perceberem sua condenação dia após dia, não acreditaram em seu nome.
(63) Festa. Ou, "luxúria" (Knibb, p. 157).
10E como a inflamação de seus corpos será grande, assim seus espíritos sofrerão uma transformação para sempre.
11Pois nenhuma palavra que é pronunciada diante do Senhor dos espíritos será em vão.
12Julgamento veio sobre eles porque eles confiaram em sua luxúria carnal, e negaram o Senhor dos espíritos.
13Naqueles dias as águas daquele vale serão transformadas, pois enquanto os anjos forem julgados, o calor daquelas fontes de água sofrem uma alteração.
14E enquanto os anjos ascenderem, a água das fontes novamente sofrem uma alteração e congelam.
Então eu ouvi o santo Miguel respondendo e dizendo: Este julgamento, com o qual os anjos serão julgados, dará testemunho contra os reis, príncipes e aqueles que possuem a terra.
15Pois estas águas de julgamento serão para sua cura e para a morte (64) de seus corpos. Mas eles não perceberão e não acreditarão que as águas serão transformadas e tornadas como fogo, que arderá para sempre.
(64) Morte. Ou, "luxúria" (Charles, p. 176; Knibb, p. 158).

                                    Capítulo 67
1Depois disto ele deu-me as marcas características (65) de todas as coisas secretas do livro do meu bisavô Enoque, e nas parábolas que haviam sido dadas a ele; inserindo-as para mim entre as palavras do livro das parábolas.
(65) Marcas características. Literalmente, "os sinais" (Laurence, p. 83).
2Naquele momento o santo Miguel respondeu e disse a Rafael: O poder do espírito precipita-me daqui e impele-me para fora. A severidade do julgamento, do secreto julgamento dos anjos, quem é capaz de observar a resistência daquele severo julgamento que aconteceu e se tornou permanente sem ser dissolvido no seu lugar? Novamente o santo Miguel respondeu e disse ao santo Rafael:
Quem está lá, cujo coração não se abrandou por isto, e cujos rins não se afligiram com esta coisa?
3Julgamento saiu contra eles por aqueles que assim arrastaram-nos para fora; e que se foram, quando eles estavam na presença do Senhor dos espíritos.
4De igual maneira também o santo Rakael disse a Rafael: Eles não estarão diante do olho do Senhor (66) já que o Senhor dos espíritos foi ofendido por eles, pois como Senhores (67) eles têm-se conduzido. Portanto Ele traz sobre eles um secreto julgamento para sempre e sempre.
(66) Eles não... olho do Senhor. Ou, "Eu não tomarei parte sob o olho do Senhor" (Knibb,p.159).
(67) Pois como Senhores. Ou, "pois eles agiram como se fossem o Senhor" (Knibb, p. 159).
5Pois nem o anjo, nem o homem recebe uma porção dele, mas eles só receberão seu próprio julgamento para sempre e sempre.

                                      Capítulo 68
1Depois deste julgamento eles estarão assombrados e irritados, pois serão exibidos aos habitantes da terra.
2Eis os nomes destes anjos. Estes são seus nomes: O primeiro deles é Samyaza; o segundo é Arstikapha; o terceiro é Armen; o quarto, Kakabael; o quinto, Turel; o sexto, Rumyel; o sétimo,
Danyal; o oitavo, Kael; o nono, Barakel; o décimo, Azazel; o décimo primeiro, Armers; o décimo segundo, Bataryal; o décimo terceiro, Basasael; o décimo quarto, Ananel; o décimo quinto, Turyal; o décimo sexto, Simapiseel; o décimo sétimo, Yetarel; o décimo oitavo, Tumael; o décimo nono, Tarel; o vigésimo, Rumel; o vigésimo primeiro, Azazyel.
3Estes são os principais (chefes) dos anjos, e os nomes dos líderes de suas centenas, e seus líderes de cinqüenta, e os líderes de suas dezenas.
4O nome do primeiro é Yekun: (68) ele foi quem seduziu todos os filhos dos santos anjos e fez com que descessem à terra, conduzindo desencaminhadamente a descendência dos homens.
(68) Yekun pode simplesmente significar "o rebelde" (Knibb, p. 160).
5O nome do segundo é Kesabel, o qual apontou mau conselho aos filhos dos santos anjos e conduziu-os a corromperem seus corpos gerando humanos.
6O nome do terceiro é Gadrel: ele descobriu todo golpe de morte aos filhos dos homens.
7Ele seduziu Eva e descobriu aos filhos dos homens os instrumentos de morte, o casaco de malha, o escudo, e a espada para matança; todo instrumento de morte para os filhos dos homens.
8Estas coisas derivaram de suas mãos para os que habitam sobre a terra daquele período para sempre.
9O nome do quarto é Penemue: ele descobriu aos filhos dos homens o amargor e a doçura.
10E mostrou a eles todo segredo de sua sabedoria.
11Ele ensinou os homens a entenderem o escrito e o uso de tinta e papel.
12Portanto, numerosos tem sido aqueles que têm se extraviado em todo período do mundo, mesmo até este dia.
13Os homens não nasceram para isto, assim com pena e tinta, para confirmar sua fé;
14Desde então eles não criaram, exceto que, como os anjos, eles podem permanecer retos e puros.
15Nem poderiam morrer, o que destrói tudo, tem afetado-os;
16Mas por este seu conhecimento eles perecem, e por isto também seu poder os consome.
17 O nome do quinto é Kasyade: ele descobriu aos filhos dos homens todo iníquo golpe de espíritos e de demônios:
18O golpe do embrião no ventre, para diminuí-lo; (69) o golpe do espírito pela mordida da serpente, e o golpe que é dado ao meio-dia pelo filho da serpente, cujo nome é Tabaet. (70)
(69) O golpe…para diminuí-lo. Ou, "o soco (com ataque, agressão) ao embrião no ventre para que seja abortado"
(Knibb, p. 162).
(70) Tabaet. Literalmente, "macho" ou "forte" (Knibb, p. 162).
19Este é o número de Kasbel; a parte principal do juramento que o Altíssimo, habitando em glória, revelou aos santos.
20Seu nome é Beka. Ele falou ao santo Miguel para que revelasse a eles o nome sagrado, para que eles pudessem entender o sagrado nome e assim lembrar do juramento; e para que aqueles que apontaram toda coisa secreta aos filhos dos homens possam tremer sob aquele nome e juramento.
21Este é o poder do juramento; pois poderoso ele é, e forte.
22E estabelecido este juramento de Akae pela instrumentalidade do santo Miguel.
23Estes são os segredos deste juramento, e por ele eles foram confirmados.
24Os céus estiveram em suspenso por ele antes que o mundo fosse feito, para sempre.
25Por ele a terra foi inundada no dilúvio enquanto das partes escondidas dos montes as águas agitadas as águas saíram desde a criação até o fim do mundo.
26Por este juramento o mar foi formado e a sua fundação.
27Durante o período desta fúria ele estabeleceu a areia contra ele, a qual continua imutável para sempre, e por este juramento o abismo foi feito forte; e não é removível de sua estação para sempre e sempre.
28Por este juramento o sol e a lua completam seu progresso nunca se desviando do comando que lhes foi dado para sempre e sempre.
29Por este juramento as estrelas completam seu progresso,
30E quando seus nomes forem chamados eles retornarão em resposta, para sempre e sempre.
31Então nos céus tomam lugar os sopros dos ventos: todos eles têm respiração (71) e efetuam uma completa combinação de respirações.
(71) Respiração. Ou, "espíritos" (Laurence, p. 87).
32Ali os tesouros do trovão são mantidos e o esplendor do relâmpago.
33Ali são guardados os tesouros do granizo e da neblina, os tesouros da neve, os tesouros da chuva e do orvalho.
34Todos estes confessam e louvam diante do Senhor dos espíritos.
35Eles glorificam com todo seu poder de súplica; e Ele os sustém em todo aquele ato de agradecimento enquanto eles louvam, glorificam e exaltam o nome do Senhor dos espíritos para sempre e sempre.
36E com eles ele estabelece este juramento, pelo qual eles e seus caminhos são preservados, e seus progressos não perecem.
37Grande foi sua alegria.
38Eles abençoaram, glorificaram, e exaltaram porque o nome do Filho do homem lhes foi revelado.
39Ele assentou-se sobre o trono de Sua glória, e a parte principal do julgamento foi designada e Ele, o Filho do homem. Os pecadores perecerão e desaparecerão da face da terra, enquanto aqueles que os seduziram serão amarrados com correntes para sempre.
40De acordo com seus graus de corrupção eles serão aprisionados, e todas as suas obras desaparecerão da face da terra; desde então ali não haverá ninguém para corromper, pois o Filho do homem foi visto assentado sobre Seu trono de glória.
41Toda iniqüidade desaparecerá e se apartará de diante de Sua face; a palavra do Filho do homem se tornará poderosa na presença do Senhor dos espíritos.
42Esta é a terceira parábola de Enoque.

                                        Capítulo 69
1Depois disto o nome do Filho do homem, vivendo com o Senhor dos espíritos, foi exaltado pelos habitantes da terra.
2Ele foi exaltado nas carruagens do Espírito e o seu nome estava no meio deles.
3Desde aquele tempo eu não fui arrancado do meio deles; mas Ele assentou-se entre dois espíritos, entre o norte e o oeste, onde os anjos receberam seus cordões, para medir o lugar para os eleitos e os justos.
4Ali eu vi os pais dos primeiros homens e os santos que habitam naquele lugar para sempre.

                                      Capítulo 70
1Depois disso meu espírito foi ocultado, ascendendo aos céus. Eu vi os filhos dos santos anjos andando em chamas de fogo, cujas vestimentas e mantos eram brancos e cujos semblantes eram transparentes como cristal.
2Eu vi dois rios de fogo brilhando como o jacinto.
3Então caí sobre minha face diante do Senhor dos espíritos.
4E Miguel, um dos arcanjos, tomou-me pela mão direita e levantou-me, e trouxe-me para onde estava todo segredo de misericórdia e retidão.
5Ele me mostrou todas as coisas ocultas das extremidades do céu, todos os receptáculos das estrelas e o seu esplendor, desde quando elas saíram de diante da face do Santo.
6Ele escondeu o espírito de Enoque no céu dos céus.
7Ali eu vi no meio daquela luz uma construção levantada com pedras de gelo.
8E no meio destas pedras vi vibrações de (72) de fogo vivo. Meu espírito viu ao redor o círculo desta habitação flamejante em uma de suas extremidades; que ali havia rios cheios de fogo vivo, o qual cercava-a.
(72) Vibrações. Literalmente, "línguas" (Laurence, p. 90).
9Então o Serafim, o Querubim, e o Ophanin (73) rodearam-na: estes são aqueles que nunca adormecem, mas vigiam o trono de Sua glória.
(73) Ophanin. As "rodas" Ezequiel 1:15-21 (Charles, p. 162).
10Eu vi inumeráveis anjos, milhares de milhares, e miríades de miríades, as quais rodeavam aquela habitação.
11Miguel, Rafael, Gabriel, Phanuel e os santos anjos que estavam acima nos céus foram e saíram dele. Miguel, Rafael, e Gabriel saíram daquela habitação, e santos anjos inumeráveis.
12Estava com eles o Ancião de dias, cuja cabeça era branca como o algodão, e pura, e seu manto era indescritível.
13Então eu caí sobre minha face enquanto toda minha carne era dissolvida, e meu espírito tornou-se transformado.
14Eu clamei com alta voz com um poderoso espírito, abençoando, glorificando, e exaltando.
15E aquelas bênçãos que procediam da minha boca tornaram-se aceitáveis na presença do Ancião de dias.
16O Ancião de dias veio com Miguel e Gabriel, e Rafael e Phanuel, com milhares de milhares, e miríades de miríades, que não podiam ser enumerados.
17Então aquele anjo veio a mim, com sua voz saudou-me, dizendo: Tu és o Filho do homem, (74) oqual é nascido para retidão, e retidão descansou sobre ti.
(74) Filho do homem. A tradução original de Laurence muda essa frase "descendência do homem", Knibb (p. 166) e Charles (p. 185) indicam que deve ser "Filho do homem" consistente com outras ocorrências daquele termo no livro de Enoque.
18A retidão do ancião de dias não te esquecerá.
19Ele disse: Em ti ele conferirá paz em nome do mundo existente; por isso a paz tem existido desde que o mundo foi criado.
20E assim acontecerá a ti para sempre e sempre.
21Todos os que existirão e caminharão em seus caminhos de retidão, não te esquecerão para sempre.
22Contigo estarão suas habitações, contigo seu destino; de ti eles não serão separados para sempre e sempre.
23E assim o prolongamento dos dias estará com o Filho do homem.(75)
(75) Filho do homem. Literalmente, "descendência do homem", ou "o Cristo que vem da descendência do homem”.
24A paz será para os justos e os retos possuirão o caminho da integridade, em nome do Senhor dos espíritos, para sempre e sempre.

                                    Capítulo 71
1O livro das revoluções das luminárias dos céus, de acordo com suas respectivas classes, seus respectivos poderes, seus respectivos períodos, seus respectivos nomes, os lugares conde elas começam seu progresso e seus respectivos meses, que Uriel, o santo anjo que estava comigo,
explicou-me; aquele que as administra. Toda a conta delas de acordo com o exato ano do mundo para sempre, até que um novo trabalho seja efetuado, o qual será eterno.
2Esta é a primeira lei das luminárias. O sol e a luz chegam aos portões que estão ao leste, ao oeste e no oeste dele, nos portões ocidentais do céu.
3Eu vi os portões onde o sol sai e os portões onde o sol se põe,
4Em cujos portões também a lua nasce e se põe; Eu vi os condutores das estrelas, entre aqueles que precedem-nas; seis portões estão no nascente, e seis no poente do sol.
5Todos estes, respectivamente, um depois do outro, estão em nível; e numerosas janelas estão ao lado direito e ao lado esquerdo destes portões.
6Primeiro avança aquela grande luminária, a qual é chamada sól, cuja órbita é a órbita do céu, toda ela está repleta com esplêndido e flamejante fogo.
7Sua carruagem, onde ela ascende, o vento sopra.
8O sól se põe no céu e retornando pelo norte, para seguir em direção ao leste, é conduzido assim enquanto entra por aquele portão e ilumina a face do céu.
9Da mesma maneira ele sai no primeiro mês pelo grande portão.
10Ele sai através do quarto daqueles seis portões, que estão ao nascente do sol.
11E no quarto portão, através do qual o sól com a lua prosseguem, na primeira parte dele, (76) lá existem doze janelas abertas das quais sai uma chama quando elas estão abertas em seus próprios períodos.
(76) Através do qual… parte dele. Ou, "do qual o sol se levanta no primeiro mês" (Knibb, p. 168).
12Quando o sol se levanta no céu ele sai através deste quarto portão por três dias, e pelo quarto portão ao oeste do céu no nível em que ele descende.
13Durante aquele período o dia é prolongado durante o dia, e a noite encurtado durante a noite por trinta dias. E então o dia é mais longo que a noite por duas partes.
14O dia é precisamente, dez partes, e a noite é oito.
15O sol sai através deste quarto portão, se põe nele e volta para o quinto portão durante trinta dias, depois do quê ele prossegue e se põe nele, o quinto portão.
16Então o dia se torna prolongado por uma segunda porção de modo que ele é doze partes, enquanto a noite se torna encurtada, e é apenas sete partes.
17O sol então retorna para o leste, entrando no sexto portão, e nasce e se põe no sexto portão trinta e um dias, na contagem de seus sinais.
18Naquele período o dia é mais longo que a noite, sendo duas vezes tão longo quanto a noite, e chega a ser de doze partes;
19Mas a noite é encurtada e se torna em seis partes. Então o sol nasce para que o dia possa ser encurtado e a noite prolongada.
20E o sol retorna para o leste entrando pelo sexto portão, onde ele nasce e se põe por trinta dias.
21Quando aquele período é completado o dia chega a ser encurtado precisamente uma parte,
de modo que ele é de doze partes, enquanto que a noite é de sete partes.
22Então o sol vai do oeste, daquele sexto portão, e prossegue em direção ao leste nascendo no quinto portão por trinta dias e se pondo novamente ao oeste no quinto portão do oeste.
23Naquele período o dia chega a ser encurtado duas partes, e é de dez partes, enquanto que a noite é de oito partes.
24Então o sol vai do quinto portão, enquanto se põe no sexto portão do oeste e nasce no quarto portão por trinta e um dias, na conta de seus sinais, se pondo a oeste.
25Naquele período o dia é feito igual à noite e, sendo igual a ela, a noite torna-se a nove partes, e o dia nove partes.
26Então o sol vai daquele portão enquanto ele se põe no oeste, e retornando pelo leste prossegue pelo terceiro portão por trinta dias, se pondo no oeste no terceiro portão.
27Naquele período a noite é prolongado desde o dia durante trinta manhãs, e o dia é encurtado desde o dia durante trinta dias; a noite sendo precisamente de dez partes, e o dia oito partes.
28O sol então sai do terceiro portão, enquanto ele se põe no terceiro portão no oeste; mas retornando para o leste. Ele prossegue pelo segundo portão do leste por trinta dias.
29De igual maneira ele também se põe no segundo portão na direção oeste do céu.
30Naquele período a noite é onze partes, e o dia sete partes.
31Então o sol sai naquele tempo pelo segundo portão, enquanto se põe no segundo portão no oeste, mas retorna para o leste, prosseguindo pelo primeiro portão, por trinta e um dias.
32E se pões no oeste no primeiro portão.
33Naquele período a noite é novamente prolongada tanto quanto o dia.
34Ela é precisamente de doze partes, enquanto que o dia é seis partes.
35O sol tem assim completado seus começos, e uma segunda vez de volta desde estes começos.
36Naquele primeiro portão ele entra por trinta dias, e se põe no oeste, defronte do céu.
37Naquele período a noite é contraída em seu comprimento uma quarta parte, que é, uma porção, e se torna onze partes.
38O dia é de sete partes.
39Então o sol retorna, e entra no segundo portão ao leste.
40ele retorna por estes começos trinta dias, nascendo e se pondo.
41Naquele período, a noite é encurtado em seu comprimento. Ela se torna dez partes, e o dia oito partes. Então o sol sai do segundo portão, e se põe a oeste; mas retorna pelo leste, e nasce no leste, no terceiro portão, trinta e um dias, se pondo no oeste do céu.
42Naquele período a noite se torna encurtada, Ela é nove partes. E a noite é igual ao dia. O ano é precisamente trezentos e sessenta e quatro dias.
43Prolongamento do dia e da noite, e a contração do dia e da noite, são feitos diferentes um do outro pelo progresso do sol.
44Por meio deste progresso o dia é diariamente prolongado, e a noite grandemente encurtada.
45Esta é a lei e o progresso do sol, e suas voltas, quando ele retorna, voltando durante sessenta dias,
(77) e seguindo em frente. Esta é a grande perpétua luminária, aquela que ele chama o sol para sempre e sempre.
(77) O que é, ele está sessenta dias nos mesmos portões. Trinta dias duas vezes cada ano. (Laurence, p. 97).
46Este também é a grande luminária, e a qual é chamada segundo seu tipo peculiar, como Deus ordenou.
47E assim ele entra e sai, nem afrouxando nem descansando; mas correndo em sua carruagem de dia e de noite. Ele brilha com uma sétima porção da luz da lua; (78) mas as dimensões de ambos são iguais.
(78) ele brilha com…da lua. Ou, "Sua luz é sete vezes mais brilhante que a da lua" (Knibb, p.171). O texto aramaico descreve mais claramente como a luz da lua aumenta e diminui pela metade de uma sétima parte cada dia. Aqui na versão etíope, a lua é considerada como duas metades, cada metade sendo dividida em sete partes. Por isso, “quatorze porções" de 72:9-10 (Knibb, p. 171)

                                       Capítulo 72
1Depois disso eu vi outra lei fé uma luminária inferior, o nome da qual é a lua, e a órbita da qual é como a órbita do céu.
2Sua carruagem, a qual secretamente ascende, o vento sopra; e luz é dada a ela por medida.
3Cada mês em sua saída e entrada ela torna-se transformada; e seus períodos são como os períodos do sol. E quando de igual maneira sua luz é para existir, (79) sua luz é uma sétima porção da luz do sol.
(79) E quando de… é para existir. Isto é, quando a lua está cheia (Knibb, p. 171).
4Assim ela nasce, e seu começo em direção ao leste sai por trinta dias.
5Naquele tempo ela aparece, e torna-se para você o começo do mês. Trinta dias ela está com o sol no portão do qual o sol nasce.
6Metade dela está em prolongamento sete porções, uma metade; e o total de sua órbita é sem luz, exceto uma sétima porção de quatorze porções de sua luz. E de dia ela recebe uma sétima porção, ou a metade daquela porção, de sua luz. Sua luz é por sete, por uma porção, e pela metade de uma porção. Seus crepúsculos com o sol.
7E quando o sol nasce, a lua nasce com ele; e recebe metade de uma porção de luz.
8Nesta noite, quando ela começa seu período, previamente para o dia do mês, a lua se põe com o sol.
9E naquela noite ela é escura em suas décimas quartas porções, que é, em cada metade; mas ela nasce naquele dia com uma sétima porção aproximadamente, e em seu progresso declina do nascer do sol.
10Durante o restante de seu período sua luz aumenta em quatorze porções.

                                       Capítulo 73
1Então eu vi outro progresso e regulações que Ele efetuou na lei da lua. O progresso das luas, e tudo o que se relaciona com ela, Uriel mostrou-me, o santo anjo que administra a todos.
2Suas estações eu escrevi enquanto ele mostrava-os a mim.
3Eu escrevi teus meses, como eles ocorrem, e a aparência de sua luz, até que ela é completada em quinze dias.
4Em cada um de seus dois sétimos de porções ela completa toda sua luz ao nascer e se pôr.
5Em determinados meses ela muda seus crepúsculos; e em determinados meses ela faz seu progresso através de cada portão. Em dois portões a lua se põe com o sol. Naqueles dois portões que estão no meio, no terceiro e no quarto portão. Do terceiro portão ela sai por sete dias, e faz seu circuito.
6Novamente ela retorna para o portão do qual o sol nasce, e naquele ela completa toda a sua luz.
Então ela declina do sol, e entra por oito dias no sexto portão, e retorna em sete dias para o terceiro portão, no qual o sol nasce.
7Quando o sol prossegue para o quarto portão, a lua sai por sete dias, até ela passar do quinto portão.
8Novamente ela retorna em sete dias para o quarto portão, e completando toda a sua luz, declina, e passa pelo primeiro portão em oito dias;
9E retorna em sete dias para o quarto portão, do qual o sol nasceu.
10Assim eu vi suas estações, como de acordo com a ordem fixada dos meses o sol nasce e se põe.
11Nesses tempos há um excesso de trinta dias pertencentes ao sol em cinco anos; todos os dias pertencentes a cada ano de cinco anos, quando completados, somam trezentos e sessenta e quatro dias; e ao sol e às estrelas; deles em cada um dos cinco anos; assim trinta dias pertencem a eles;
12De modo que a lua tem trinta dias a menos que o sol e as estrelas.
13A lua traz em todos os anos exatamente, para que suas estações possam vir nem tão adiante nem tão para traz um simples dia; mas que os anos possam ser mudados com correta precisão nos trezentos e sessenta e quatro dias. Em três anos os dias são mil e noventa e dois; em cinco anos eles são mil oitocentos e vinte; e em oito anos dois mil novecentos e vinte dias.
14Para a lua só corresponde em três anos mil e sessenta e dois dias; em cinco anos ela tem cinqüenta dias menos que o sol, pois uma adição sendo feita a mil e sessenta e dois dias, em cinco anos há mil setecentos e setenta dias; e os dias da lua em oito anos são dois mil oitocentos e trinta e dois dias.
15Pois os seus dias em oito anos são menos que aqueles do sol por oitenta dias, cujos oitenta dias são sua diminuição em oito anos.
16O ano então se torna verdadeiramente completo de acordo com a estação da lua, e a estação do sol; o qual nasce em diferentes portões; o qual nasce e se pões neles por trinta dias.

                                      Capítulo 74
1Estes são os líderes dos chefes dos milhares, os quais presidem sobre toda criação, e sobre todas as estrelas; com os quatro dias que são adicionados e nunca se separam do lugar a eles determinados, de acordo com o cálculo completo do ano.
2E estes servem quatro dias, os quais não são contados no cálculo do ano.
3Com respeito a eles, os homens erram grandemente, pois estas luminárias verdadeiramente servem, no lugar de habitação do mundo, um dia no primeiro portão, um dia no terceiro portão, um dia no quarto portão, e um dia no sexto portão.
4E a harmonia do mundo torna-se completo a cada trezentos e sessenta e quatro estados dele. Para os sinais.
5As estações,
6Os anos,
7E Uriel me mostrou os dias; o anjo que o Senhor da glória escolheu sobre todas as luminárias.
8Do céu no céu, e no mundo; para que possa governar na face do céu, e aparecendo sobre a terra, se tornam.
9Condutores dos dias e noites: o sol, a lua, as estrelas, e todas as luminárias do céu, que fazem seu circuito com todas as carruagens do céu.
10Então Uriel me mostrou doze portões abertos para o circuito das carruagens do sol no céu, no qual os raios do sol batem.
11Deles procede calor sobre a terra, quando eles são abertos em suas determinadas estações. Eles são estão para os ventos, e o espírito da neblina, quando em suas estações eles são abertos; abertos no céu nas suas extremidades.
12Doze portões eu vi no céu, nas extremidades da terra, através do qual o sol, a lua e estrelas, e todas as obras do céu, procedem no seu nascer e no seu crepúsculo.
13Muitas janelas também são abertas à direita e à esquerda.
14Uma janela numa certa estação se torna extremamente quente. Assim também estão portões dos quais as estrelas saem quando são comandadas, e nos quais se põem de acordo com seu número.
15Eu vi igualmente as carruagens do céu, correndo no mundo acima daqueles portões nos quais se movimentam as estrelas que jamais declinam. Um deles é maior de todos, que vai ao redor de todo o mundo.

                                      Capítulo 75
1E nas extremidades da terra eu vi doze portões abertos para todos os ventos, dos quais eles saem e sopram sobre a terra.
2Três deles estão abertos em frente do céu, três no oeste, três no lado direito do céu, e três no lado esquerdo. Os três primeiros são aqueles que estão virados para o leste, três estão virados para o norte, tres atrás daqueles que estão sobre a esquerda, virados para o sul, e três para o oeste.
3De quatro deles saem ventos de bênção, e de cura; e de oito vêm ventos de punição ou castigo; quando eles são enviados para destruir a terra, e o céu acima dela, todos os seus habitantes, e e tudo o que está nas águas, ou na terra seca.
4O primeiro destes ventos procede do portão oriental, através do primeiro portão ao leste, o qual se inclina para o sul. Deste portão saem a destruição, a aridez, o calor e a perdição.
5Do segundo portão, o do meio, procede a equidade. Dele emanam a chuva, a abundância, a saúde e
o orvalho; e do terceiro portão ao norte, vêm o frio e a seca.
6Depois destes procedem os ventos do sul através de três principais portões; através do seu primeiro portão, que inclina-se para o leste, vem um vento quente.
7Mas do portão do meio vem um agradável odor, orvalho, chuva, saúde e vida.
8Do terceiro portão, que está ao oeste, vem orvalho, chuva, ruína e destruição.
9Depois desses estão os ventos do norte, que é chamado mar. Eles vêm dos três portões. O primeiro (80) portão é aquele que está ao leste, inclinando-se ao sul; deste vem orvalho, chuva, ruína e destruição. Direto do portão do meio vem chuva, orvalho, vida e saúde. E do terceiro portão, que está ao leste, inclinando-se ao sul, vem névoa, geada, neve, chuva, orvalho e destruição.
(80) Primeiro. Ou, "sétimo" (Knibb, p. 178).
10Depois destes, no quarto quadrante estão os ventos do oeste. Do primeiro portão, inclinando-se ao norte, vem orvalho, chuva, geada, neve e frio; do portão do meio vem chuva, saúde e bênção;
11E do último portão, que está ao sul, vem seca, destruição, queima e perdição.
12O informe dos doze portões dos quatro quadrantes do céu está terminada.
13Todas as suas leis, todas as suas imposições de punição, e a saúde produzida por eles, eu expliquei a ti, meu filho Matusalém. (81)
(81) Matusalém. Filho de Enoque, Cp. Gen. 5:21.

                                      Capítulo 76
1O primeiro vento é chamado oriental, porque é o primeiro.
2O segundo é chamado do sul, porque o Altíssimo desce, e freqüentemente ali desce aquele que é abençoado para sempre.
3O vento ocidental tem o nome de diminuição, porque ali todas as luminárias do céu estão diminuídas, e descem.
4O quarto portão, cujo nome é do norte, é dividido em três partes; uma das quais é para a habitação do homem; outra parte para mares de águas, com vales, bosques, rios, lugares sombrios, e neve, e a terceira parte contém o paraíso.
5Sete altas montanhas eu vi, mais altas do que todas as montanhas da terra, de onde o congelamento procede; enquanto os dias, estações, e anos passam.
6Sete rios eu vi sobre a terra, maiores que todos os rios, um dos quais toma seu curso do oeste; para um grande mar suas águas fluem.
7Dois vêm do norte para o mar, suas águas fluem para o Mar da Eritréia, (82) no leste. E com respeito aos outros quatro, eles tomam seu curso na cavidade do norte, dois para seu mar, o mar da Eritréia, e dois são derramados num grande mar, onde também é dito que é um deserto.
(82) O Mar Vermelho.
8Sete grandes ilhas eu vi no mar da terra. Sete no grande mar.

                                        Capítulo 77
1Os nomes do sol são estes: um é Aryares, o outro Tomas.
2A lua tem quatro nomes. O primeiro é Asonya; o segundo, Ebla; o terceiro, Benase; e o quarto, Erae.
3Estes são as duas grandes luminárias, cujas órbitas são como as órbitas do céu; e as dimensões de ambos são iguais.
4Na órbita do sol há uma sétima porção de luz, a qual é adicionada àquela que vem da lua. (83) Elas se põem, entram no portão ocidental, circulam pelo norte, e através do portão oriental passam pela face do céu.
(83) Uma sétima porção… da lua. Ou, "sete partes da luz que são adicionadas e ele mais do que à lua" (Knibb, p. 182).
5Quando a lua nasce, ela aparece no céu; e a metade da sétima porção de luz é tudo o que está nela.
6Em quarenta dias toda a sua luz é completada.
7Por três quíntuplos de luz são colocados nela, até que em quinze dias sua luz é completada, de acordo com os sinais do ano; ela tem três quíntuplos.
8A lua tem a metade de uma sétima porção.
9Durante sua diminuição no primeiro dia sua luz decresce uma décima quarta parte; no segundo dia é diminuída uma décima terceira parte; no terceiro dia uma décima segunda parte; no quarto dia uma décima primeira parte; no quinto dia uma décima parte; no sexto dia uma nona parte; no sétimo dia ela decresce uma oitava parte; no oitavo dia ela decresce uma sétima parte; no nono dia ela decresce uma sexta parte; no décimo dia ela decresce uma quinta parte; no décimo primeiro dia ela decresce uma quarta parte; no décimo segundo dia ela decresce uma terceira parte; no décimo terceiro dia ela decresce uma segunda parte; no décimo quarto dia ela decresce a metade de uma sétima parte; e no décimo quinto dia todo o restante da sua luz é consumido.
10Nos meses declarados a lua tem vinte e nove dias.
11Ela também tem um período de vinte e oito dias.
12Uriel igualmente mostrou-me outro regulamento, quando a luz é derramada nela vinda do sol.
13Todo o tempo em que a lua está em progresso com a sua luz, que é consumida na presença do sol, até que sua luz em quatorze dias seja completada no céu.
14E quando é totalmente extinta, sua luz é consumida no céu; e no primeiro dia ela é chamada lua nova, pois naquele dia luz é recebida nela.
15Ela torna-se precisamente completa no dia em que o sol desce no oeste, enquanto a lua sobe à noite do leste.
16A lua então brilha toda a noite, até que o sol se levante diante dela; quando a lua desaparece diante do sol
17De onde a luz vem para a lua, ali novamente ela decresce, até que toda sua luz sema extinguida, e os dias da lua passam.
18Então sua órbita permanece solitária sem luz.
19Durante três meses ela efetua em trinta dias, a cada mês seu período; e durante mais três meses ela efetua-o em vinte e nove dias. Estes são os tempos nos quais ela efetua seu decréscimo em seu primeiro período, e no primeiro portão, nomeadamente, e, cento e setenta e sete dias.
20E no tempo de seu andamento durante três meses ela aprece trinta dias cada, e durante mais três meses ela aparece vinte e nove dias cada.
21À noite ela aparece a cada vinte dias como a face de um homem, e no dia como o céu; pois ela não é nada além de sua luz.

                                         Capítulo 78
1E então, meu filho Matusalém, eu te mostrei tudo; e o relato de toda ordenança das estrelas do céu está terminado.
2Ele mostrou-me todo decreto com respeito a elas, o que toma lugar em todos os tempos e em todas as estações sob cada influência, em todos os anos, na chegada e sob a regra de cada, durante cada mês e a cada semana. Ele mostrou-me e também o decréscimo da lua, que é efetuada no sexto portão; pois naquele sexto portão sua luz é consumida.
3E lá é o começo do mês; e seu decréscimo é efetuado no sexto portão em seu período, até cento e setenta e sete dias são completados; de acordo com o modo do cálculo pelas semanas, vinte e cinco semanas e dois dias.
4Seus períodos são menos que os do sol, de acordo com a regra das estrelas, por cinco dias em meio ano (84) precisamente.
(84) Em meio ano. Literalmente "em um tempo" (Laurence, p. 110).
5Quando aquela sua visível situação é completada. Assim é o aparecimento e a semelhança de toda luminária, que Uriel, o grande anjo que as conduz, mostrou-me.

                                           Capítulo 79
1Naqueles dias Uriel respondeu-me e disse: Eu mostrei-te todas as coisas, oh Enoque;
2E todas as coisas eu te revelei. Você viu o sol, a lua, e aqueles que conduzem as estrelas do céu, que ocasionam todas as suas operações, estações, e chegadas para retorno.
3Nos dias dos pecadores os anos serão encurtados.
4Sua semente será retroagida em seu prolífico solo; e tudo o que é feito na terra será subvertido, e desaparecem em suas estações. A chuva será restringida, e o céu ainda permanecerá.
5Naqueles dias os frutos da terra serão tardios, e não florescerão na sua estação; e em sua estação os frutos das árvores serão retidos.
6A lua mudará suas leis, e não será vista em seu período. Mas naqueles dias o céu será vista; e esterilidade tomará lugar nas fronteiras das grandes carruagens no oeste. O céu brilhará mais do que quando iluminado por ordem da luz; enquanto muitos chefes entre as estrelas de autoridade errarão, pervertendo seus caminhos e obras.
7Elas não aparecerão na sua estação, que lhes foi ordenada, e todas as classes de estrelas serão fechadas contra os pecadores.
8Os pensamentos daqueles que habitam na terra transgredirão dentro deles; e eles se perverterão em todos so seus caminhos.
9Eles transgredirão, e considerarão a si mesmos (85) deuses; enquanto que o mal se multiplicará entre eles.
(85) A si mesmos. Ou, "eles” i.e., os chefes entre as estrelas (vs. 6) (Knibb, p. 186).
10E castigo virá sobre eles, para que todos eles sejam destruídos.

                                        Capítulo 80
1ele disse: Oh, Enoque, olha no livro que o céu tem gradualmente derramado; (86) e, lendo o que está escrito nele, entenda toda parte dele.
(86) O livro que… derramado. Ou, "o livro das tábuas do céu" (Knibb, p. 186).
2Então eu olhei em tudo o que está escrito, e entendi tudo, lendo o livro e todas as coisas escritas nele, e entendi tudo, todas as obras do homem;
3E de todos os filhos da carne sobre a terra, durante as gerações do mundo.
4Imediatamente depois eu vi o Senhor, o Rei da glória, o qual tem assim para sempre o Governante de toda a criação.
5E eu glorifiquei o Senhor, por conta de sua longanimidade e bênçãos para com os filhos do mundo.
6Naquele tempo eu disse: Abençoado é o homem que morre justo e bom, contra quem nenhuma relação de crime foi escrito, e em quem iniqüidade não é encontrada.
7Então aqueles três santos fizeram com que eu me aproximasse, e colocaram-me na terra, diante da porta da minha casa.
8E eles disseram-me: Explica tudo a Matusalém, teu filho; e informa a todos os teus filhos, que nenhuma carne será justificada diante do Senhor; pois Ele é seu Criador.
9Durante um ano nós te deixaremos com teus filhos, até que tenhas novamente retomado suas forças, para que possas instruir tua família, escreve estas coisas e explica-as aos teus filhos. Mas em outro ano tu serás tomado do meio deles; e seus corações serão fortalecidos; pois os eleitos apontará a retidão para outros eleitos; os justos com os justos se regozijarão, congratulando-se uns com os outros, mas os pecadores com os pecadores morrerão,
10E os pervertidos com os pervertidos serão afogados.
11Aqueles que também agiram retamente morrerão por conta das obras dos homens, e serão reunidos por causa das obras dos iníquos.
12Naqueles dias eles terminaram de conversar comigo.
13E eu retornei para meus companheiros, abençoando o Senhor dos mundos.

                                   Capítulo 81
1Agora, meu filho Matusalém, todas estas coisas eu te falei, e te escrevi. A você eu revelei tudo, e te dei os livros de tudo.
2Preserve, meu filho Matusalém, os livros escritos por teu pai; para que possas revelá-los às futuras gerações.
3Eu tenho dado a ti sabedoria, aos teus filhos e à tua posteridade, para que eles possam revelar aos seus filhos, por gerações para sempre, esta sabedoria em suas palavras; e para que aqueles que compreendem não duraram, mas ouçam com seus ouvidos; para que eles possam aprender sabedoria, e sejam considerados dignos de comer esta saudável comida.
4Abençoados são todos os justos, abençoados são todos os que andam em retidão, nos quais crime não é encontrado, como nos pecadores, quando todos os seus dias são contados.
5Com respeito ao progresso do sol no céu, ele entra e sai de cada portão por trinta dias, com os líderes de milhares de estrelas; com quatro que são adicionadas, e aparecem nos quatro quartos do ano, os quais conduzem-nos, e acompanham-nos em seus quatro períodos.
6Com respeito a eles, os homens erram grandemente, e não calculam-nos nos cálculos de cada era;
pois eles grandemente erram com respeito a eles; os homens conhecem acuradamente o que eles são no cálculo do ano. Mas certamente eles são marcados a menos para sempre; um no primeiro portão, um no terceiro, um no quarto, e um no sexto:
7Para que o ano esteja completo em trezentos e sessenta e quatro dias.
8Verdadeiramente tem sido declarado, e acuradamente tem sido calculado o que está marcado; pois as luminárias, os meses, os períodos fixados, os anos, e os dias, Uriel explicou a mim, e comunicou a mim; a quem o Senhor de toda criação, por consideração de mim, ordenou, (de acordo com o poder do céu, e o poder que ele possui tanto de dia quanto de noite) pra explicar as leis da luz ao homem, do sol, da lua, e das estrelas, e de todo o poder do céu, que está voltado em suas respectivas órbitas.
9Esta é a ordenança das estrelas, que se põem em seus lugares, em suas estações, em seus períodos, em seus dias, e em seus meses.
10Estes são os nomes daqueles que as conduzem, que vigiam e entram em suas estações de acordo com suas ordenanças e seus períodos, em seus meses, nos tempos de sua influência, e em suas estações.
11Quatro condutores deles entram primeiro, os quais separam os quatro quartos do ano. Depois destes, doze condutores de suas classes, que separam os meses e o ano em trezentos e sessenta e quatro dias, com os líderes de mil, os quais distinguem entre os dias, tanto quanto entre os quatro adicionais; os quais, como condutores, dividem os quatro quartos do ano.
12Estes líderes de mil estão no meio dos condutores, e aos condutores são adicionados atrás de sua estação, e seus condutores fazem a separação. Estes são os nomes dos condutores, os quais separam os quatro quartos do ano, os quais são escolhidos sobre eles: Melkel, Helammelak,
13Meliyal, and Narel.
14E os nomes dos que conduzem-nos são Adnarel, Jyasusal, e Jyelumeal.
15Estes são os três que seguem os condutores das classes de estrelas; cada um seguindo os três condutores de classes, os quais seguem aqueles condutores das estações, que dividem os quatro quartos do ano.
16Na primeira parte do ano levanta-se e governa Melkyas, que é chamado Tamani, e Zahay. (87)
(87) Tamani, e Zahay. Ou, "o sol do sul" (Knibb, p. 190).
17Todos os dias de sua influência, durante os quais ele governa, são noventa e um dias.
18E estes são os sinais dos dias que são vistos sobre a terra. Nos dias de sua influência há transpiração, calor e dificuldade. Todas as árvores se tornam frutíferas; as folhas de cada árvore aparecem; o milho é colhido; a rosa e todas as espécies de flores florescem no campo; e as árvores do inverno são secadas.
19Estes são os nomes dos condutores que estão sob eles: Barkel, Zelsabel; e outro condutor adicional de mil é chamado Heloyalef, os dias de cuja influência tem sido completados. O outro condutor depois deles é Helemmelek, cujo nome eles chamam o esplêndido Zahay. (88)
(88) Zahay. Ou, "sol" (Knibb, p. 191).
20Todos os dias de sua luz são noventa e um dias.
21Estes são os sinais dos dias sobre a terra, calor e seca; enquanto as árvores dão seus frutos, aquecidas e preparadas, e dão seus frutos para seca.
22Os rebanhos seguem e criam (89) Todos os frutos da terra são colhidos, com tudo nos campos, e as vinhas são pisadas. Isto acontece durante o tempo de sua influência.
(89) Seguem e criam. Acasalam e dão filhos.
23Estes são seus nomes e ordens, e os nomes dos condutores que estão sob eles, dos que são chefes de mil: Gedaeyal, Keel, Heel.
24E o nome do líder adicional de mil é Asphael.
25Os dias de sua influência foi completado.

                                    Capítulo 82
1E agora e te mostrei, meu filho Matusalém, toda visão que eu vi antes de você nascer. Eu relatarei outra visão, que eu vi antes que eu fosse casado; elas assemelham-se uma à outra.
2A primeira foi quando eu estava aprendendo de um livro; e a outra eu estava casado com tua mãe. Eu vi uma potente visão;
3E por conta destas coisas eu supliquei ao Senhor.
4 Eu estava deitado na casa de meu avô Malalel, quando eu vi numa visão o céu se purificando, e sendo arrebatado. (90)
(90) Purificando, e sendo arrebatado. Ou, "estava sendo arremessado e removido" (Knibb, p. 192).
5E caindo na terra, (91) eu vi igualmente a terra sendo absorvida por um grande abismo; e montanhas suspendidas sobre montanhas.
(91) e caindo na terra. Ou, "e quando ele caiu sobre a terra" (Knibb, p. 192).
6Montanhas foram afundadas sobre colinas,árvores imponentes planaram sobre seus troncos, e estavam no ato de serem projetadas, e de serem arremessadas para o abismo.
7Estando alarmado por estas coisas, minha voz hesitou. (92) Eu clamei e disse: A terra é destruída.
Então meu avô Malalel levantou e disse-me: Por que clamas, meu filho? E por que lamentas?
(92) Minha voz hesitou. Literalmente "a palavra caiu de minha boca" (Laurence, p. 118).
8Eu relatei a ele toda a visão que eu havia visto. Ele disse-me: Confirmado está o que tu tem visto, meu filho;
9E potente a visão do teu sonho com respeito a todo pecado secreto da terra. Sua substância será submersa no abismo, e grande destruição acontecerá.
10Agora, meu filho, levanta; e suplica ao Senhor da glória (pois tu és fiel), para que um remanescente possa ser deixado sobre a terra, e que ele possa não destruí-lo totalmente. Meu filho, toda esta calamidade sobre a terra descerá do céu; sobre a terra haverá grande destruição.
11Então eu levantei, orei, e implorei; e escrevi minha oração para as gerações do mundo, explicando tudo ao meu filho Matusalém.
12Quando eu desci abaixo, e olhando para o céu, vi o sol vindo do leste, a lua descendo do oeste, e algumas estrelas espalhadas, e tudo o que Deus tem conhecido desde o princípio, eu abençoei o Senhor do julgamento, e magnifiquei-o: porque ele tem enviado o sol dos aposentos (93) do leste; para que, ascendendo e levantando na face do céu, possa crescer e seguir o caminho que foi apontado para ele.
(93) Aposentos.. Literalmente, "janelas" (Laurence, p. 119).

                                  Capítulo 83
1Eu elevei minhas mãos em retidão, e abençoei o santo, e o Grande. Eu falei com o sopro da minha boca, e com a língua da carne, que Deus havia formado para todos os filhos dos homens mortais, para que eles possam falar; dando-lhes fôlego, boca, e língua para conversar.
2Abençoado és tu, Ó Senhor, o Rei, grande e poderoso em sua grandeza, Senhor de toda criatura do céu, Rei dos reis, Deus de todo o mundo, cujo reinado, e cujo reino e majestade duram para sempre e sempre.
3 De geração a geração teu domínio existirá. Todos os céus são teu trono para sempre, e toda a terra o escabelo de teus pés para sempre e sempre.
4Pois tu os fez, e sobre todos reinas. Nenhum ato excede teu poder. Com tua sabedoria és imutável,
nem do teu trono, nem de tua presença ela nunca se desvia. Tu sabes todas as coisas, vês e ouve-as; nada se esconde de ti; pois tu percebes todas as coisas.
5Os anjos de teus céus transgrediram, e em carne mortal tua ira permanece, até o dia do grande julgamento,
6Então, Ó Deus, Senhor e poderoso Rei, eu imploro-te, e suplico-te que respondas minha oração, para que uma posteridade me possa ser deixada na terra, e que toda a raça humana não pereça;
7Para que a terra não seja deixada destituída, e destruição tome lugar para sempre.
8Ó meu Senhor, que pereça da terra a raça que tem te ofendido, mas que uma justa e reta raça estabeleças por uma posteridade (94) para sempre. Não escondas tua face, ó Senhor, da oração do teu servo.
(94) Por uma posteridade. Literalmente "para a planta de uma semente" (Laurence, p. 121).

                                      Capítulo 84
1Depois disto eu vi outro sonho, e expliquei-o todo a ti, meu filho. Enoque levantou e disse a seu filho Matusalém: A ti, meu filho, eu falarei. Ouvi minha palavra, e inclina teu ouvido ao sonho
visionário de teu pai. Antes que eu tivesse casado com Edna, tua mãe, eu vi uma visão em minha cama; (95)
(95) Esta segunda visão de enoque parece representar em linguagem simbólica a história completa do mundo desde o tempo de Adão até o julgamento final e o estabelecimento do Reinado Messiânico. (Charles, p. 227).
2E vi, uma vaca crescer da terra;
3E esta vaca era branca.
4Depois disso uma novilha fêmea cresceu; e com ela outro bezerro: (96) Um deles era negro, e outro
era vermelho. (97)
(96) Outro bezerro. O senso parece requerer que a passagem deve ser lida: "dois outros bezerros" (Laurence, p. 121).
(97) Caim e Abel.
5O bezerro negro então golpeou o vermelho, e o perseguiu sobre a terra.
6Daquele tempo em diante eu não pude ver nada mais a respeito do bezerro vermelho; mas o negro aumentou de tamanho, e uma novilha fêmea veio com ele.
7Depois disto eu vi muitas vacas procederam, reunindo-se a ele, e seguindo após ele.
8A primeira jovem fêmea também saiu da presença da primeira vaca; e procurou o bezerro vermelho, mas não o encontrou.
9E ela lamentou com grande lamentação, enquanto ela procurava por ele.
10Então eu olhei até que aquela primeira vaca veio até ela, e desse tempo em diante, ela se tornou silente, e cessou de lamentar.
11Depois disso ela pariu outra vaca branca.
12E novamente pariu muitas vacas e bezerros negros.
13Em meu sonho eu também percebi um touro branco, o qual de igual maneira cresceu, e se tornou um enorme animal.
14Depois dele muitas vacas brancas vieram, se juntando a ele.
15E eles começaram a parir muitas outras vacas brancas, que se assemelharam a eles e seguiram umas às outras.

                                           Capítulo 85
1Novamente eu olhei atentamente, enquanto dormindo, e examinei o céu acima.
2E vi uma estrela cair do céu.
3A qual estando levantada, comeu e fugiu de entre aquelas vacas.
4Depois disso eu vi outras grandes e vacas negras; e vi todas elas mudarem suas baias e pastagens, e
vi seus jovens começam a lamentar um com o outro. Novamente eu vi em minha visão, e examinei o céu; então vi muitas estrelas descendo, e projetando-se do céu para onde a primeira estrela estava,
5No meio destes jovens; enquanto as vacas estavam com eles, alimentando-se no meio deles.
6Eu olhei e observei-os; quando olhei, eles todos agiram segundo a maneira dos cavalos, e começaram a se aproximar das vacas novas, e todas elas ficaram prenhes, e geraram elefantes, camelos e asnos
7Nisto todas as vacas ficaram alarmadas e apavoradas; quando elas começaram morder com seis dentes, tragando e golpeando com seus chifres.
8Elas começaram também a devorar as vacas; e vi todos os filhos da terra tremerem, chocados com o terror deles, e de repente fugiram.

                                        Capítulo 86
1Novamente eu percebi-os, quando eles começaram a morder e devorar um ao outro; e a terra clamou. Então eu levantei meus olhos uma segunda vez em direção ao céu, e vi numa visão que, eis que vieram do céu como se fosse a semelhança de homens brancos. Um veio, e três com ele.
2Aqueles três, que vieram por último, pegaram-me pela minha mão; e ergueram-me das gerações da terra, elevaram-me a uma alta estação.
3Então eles mostraram-me uma elevada torre na terra, enquanto todo monte tornou-se diminuído. E eles disseram: Permanece aqui, até que perceba o que virá sobre esses elefantes, camelos, e asnos, sobre as estrelas, e sobre as vacas.

                                        Capítulo 87
1Então eu olhei para um dos quatro homens brancos, que veio primeiro.
2Ele segurou a primeira estrela que caiu do céu.
3E amarrando-a, mãos e pés, lançou-a a um vale; um vale estreito, profundo, estupendo, e escuro.
4Então um deles puxou sua espada, e deu-a aos elefantes, camelos, e asnos, que começaram a morder um ao outro. E toda a terra tremeu por causa deles.
5E enquanto eu via a visão, eis, um daqueles quatro anjos que vieram, lançado do céu, reuniu e tocou todas as grandes estrelas, cuja forma assemelha-se parcialmente à dos cavalos; e amarrando os todos, mãos e pés, lançou-as nas cavidades da terra.

                                     Capítulo 88
1Então um daqueles quatro foi para as vacas brancas, e ensinou a elas um mistério. Enquanto as vacas estavam tremendo, ele nasceu e tornou-se um homem, (98) e fabricou para si um grande barco.
Nele ele habitou, e três vacas (99) habitaram com ele naquele barco, que cobriu-os.
(98) Noé.
(99) Sem, Cam, e Jafé.
2Novamente eu elevei meus olhos para o céu, e vi um oponente telhado. Acima dele havia sete cataratas, que derramavam numa certa vila muita água.
3Novamente eu olhei, e vi que haviam fontes abertas na terra naquela grande vila.
4A água começou a ferver, e elevar-se sobre a terra; de modo que a vila não foi vista, enquanto todo o solo foi coberto com água.
5Muita água saiu dela, escuridão, e nuvens. Então eu examine a altura desta água, e ela estava elevada acima da vila.
6Ela fluiu sobre a vila, e ficou mais alta do que a terra.
7Então todas as vacas que estavam juntas lá, enquanto eu olhava para elas, foram submersas, tragadas, e destruídas na água.
8Mas o barco flutuou sobre ela. Todas as vacas, os elefantes, os camelos, e os anos foram afogados na terra, e todo gado. Eu não pude vê-los. Nem eles foram capazes de fugir, mas pereceram, e afundaram no abismo.
9Novamente eu vi numa missão até aquelas cataratas foram removidas daquele elevado telhado, e as fontes da terra se tornaram equalizadas, enquanto outros abismos foram abertos;
10Para os quais as águas começaram a descer, até a terra seca aparecer.
11O barco permaneceu na terra; a escuridão retrocedeu; e se tornou em luz.
12Então a vaca branca, que se tornou num homem, saiu do barco, e três vacas com ele.
13Uma das três vacas era branca, assemelhando-se àquela vaca, uma delas era vermelha como sangue; e uma delas era negra. E a vaca branca deixou-as.
14Então feras selvagens e pássaros começaram a surgir.
15De todos esses tipos diferentes reuniram-se, leões, tigres, lobos, cães, javalis selvagens, raposas, coelhos e porcos.
16Corujas, corvos e milhafres.
17Então a vaca branca (100) nasceu no meio deles.
(100) Abraão.
18E eles começaram a morder um ao outro, enquanto a vaca branca, que havia nascido no meio deles, trouxe um asno selvagem e uma vaca branca ao mesmo tempo e depois daquele muitos asnos selvagens. Então a vaca branca, (101) a qual nasceu, deu uma porca negra selvagem e um cordeiro branco. (102)
(101) Isaque.
(102) Esau e Jacó.
19Aquela porca selvagem também deu muitos suínos.
20E aquele cordeiro deu doze cordeiros. (103)
(103) Os doze patriarcas.
21Quando aqueles doze cordeiros cresceram, eles entregaram um deles (104) aos asnos. (105)
(104) José.
(105) Os Midianitas.
22Novamente aqueles asnos entregaram aquele cordeiro aos lobos, (106)
(106) Os egípcios.
23E ele cresceu no meio deles.
24Então o Senhor trouxe as outras doze ovelhas, para que pudessem habitar e alimentar-se com ele no meio dos lobos.
25Eles multiplicaram-se, e houve abundância de pastos para eles.
26Mas os lobos começaram a ficar amedrontados e oprimiram-nos enquanto eles destruíam seus jovens.
27E eles deixaram seu jovem em torrentes de água profunda.
28Então as ovelhas começara, a clamar por causa de seus filhos, e fugiram para refugiar o seu Senhor. Um, (107), entretanto, que foi salvo, escapou e foi para os asnos selvagens.
(107) Moisés.
29Eu vi a ovelha gemendo, chorando, e implorando ao seu Senhor.
30Com todo o seu poder, até que o Senhor das ovelhas desceu à sua voz da sua elevada habitação; foi a eles; e examinou-as.
31Ele chamou aquela ovelha que foi secretamente furtado dos lobos, e disse-lhe para fazer os lobos entenderem que eles não deviam tocar as ovelhas.
32Então aquela ovelha foi aos lobos com a palavra do Senhor, quando outro o encontrou, (108) e continuou com ele.
(108) Aarão.
33Ambos entraram junto na habitação dos lobos; e conversando com eles fizeram-nos entender, que daí em diante eles não deviam tocar nas ovelhas.
34Depois disso eu percebi os lobos prevalecendo grandemente sobre as ovelhas com toda a sua força. O rebanho clamou; e seu Senhor veio até eles.
35Ele começou a ferir os lobos, que começaram uma grave lamentação; mas as ovelhas ficaram silentes, nem daquele tempo elas clamaram.
36Então eu olhei para elas, até elas apartarem-se dos lobos. Os olhos dos lobos estavam cegos, os quais saíram e seguiram-nas com todo o seu poder. Mas o Senhor das ovelhas continuou com elas, e as conduziu.
37Todo o seu rebanho o seguiu.
38Seu semblante ficou terrível e esplêndido, e glorioso era seu aspecto. Então os lobos começaram a seguir as ovelhas, até que eles alcançaram-nas num certo lago de água. (109)
(109) O Mar Vermelho.
39Então aquele lago ficou dividido; a água erguendo-se em ambos os lados diante de sua face.
40E enquanto seu Senhor estava conduzindo-as, ele colocou-se entre elas e os lobos.
41Os lobos, entretanto não perceberam as ovelhas, mas foram no meio do lago, seguindo-as, e correndo atrás delas no lago de água.
42Mas quando eles viram o Senhor das ovelhas, eles voltaram para fugir de diante de sua face.
43Então a água do lago retornou, e repentinamente, de acordo com sua natureza. Ela se tornou cheia, e levantou-se, até que cobriu os lobos. E eu vi que todos eles que haviam seguido as ovelhas pereceram e foram afogados.
44Mas as ovelhas passaram sobre esta água, continuando para o deserto, que estava sem água e grama. E eles começaram a abrir seus olhos e a ver.
45Então eu vi o Senhor das ovelhas examinando-as, e dando-lhes água e grama.
46As ovelhas já mencionadas continuavam com elas, e conduzindo-as.
47E quando ele tinha subido ao topo de uma alta rocha, o Senhor das ovelhas enviou-o a elas.
48Depois disso eu vi seu Senhor colocado diante delas, com um aspecto terrível e severo.
49E quando elas viram-no, elas ficaram amedrontadas com seu semblante.
50Todas elas ficaram alarmadas, e tremeram. Elas clamaram para aquela ovelha; e para aquela outra ovelha que estava com ele, e o qual estava no meio delas, dizendo: Nós somos capazes de permanecer diante do nosso Senhor, ou de olhar para ele.
51Então aquela ovelha que os conduziu saiu, e subiu ao topo da rocha;
52Enquanto as ovelhas que restaram começaram a ficar cegas, e a vagar pelo caminho que ele lhes havia mostrado; mas ele não o soube.
53Seu Senhor, entretanto, estava movido de grande indignação contra eles; e quando aquela ovelha soube o qua havia acontecido.
54Ele desceu do topo da rocha, e veio a eles, descobriu que havia muitos,
55Que se tornaram cegos;
56E tinham desviado de seu caminho. Tão logo elas viram-no, temeram, e tremeram na sua presença;
57E ficaram desejosos de retornar ao seu rebanho,
58Então aquela ovelha, tomando consigo outra ovelha, foi àqueles que tinham se perdido.
59E depois disso começou a matá-los. Eles ficaram aflitos ao seu semblante. Então ele fez com que aqueles que tinham se desviado retornassem; os quais voltaram para seu rebanho.
60Eu igualmente vi naquela visão, que esta ovelha se tornou num homem, construiu uma casa (110) para o Senhor do rebanho, e fez todos eles ficarem na casa.
(110) Uma casa. Um tabernáculo (Milik, p. 205).
61Eu vi também que aquela ovelha que procedeu a encontrar esta ovelha, seu condutor, morreu. Eu vi também que toda grande ovelha pereceu, enquanto que as menores subiram eu seu lugar, entraram num pasto, e aproximaram-se de um rio de água. (111)
(111) O rio Jordão.
62Então aquela ovelha, seu condutor, que se tornou num homem, foi separado delas, e morreu.
63Todo o rebanho procurou por ele, e clamou por ele com amarga lamentação.
64Eu vi também que eles cessaram de clamar por aquela ovelha e passaram sobre o rio de água.
65E que lá se levantou outra ovelha, todas de quem as conduziu, (112) em vez daqueles que foram
mortos, os quais tinham previamente conduzido-as.
(112) Os juízes de Israel.
66Então eu vi que aquela ovelha entrou a um agradável lugar, e um deleitável e glorioso território.
67Eu vi também que eles ficaram satisfeitos; que sua casa estava no meio daquele deleitável território; e que algumas vezes seus olhos estavam abertos, e que algumas vezes eles ficavam cegos; até que outra ovelha (113) levantou-se e conduziu-as. Ele trouxe-os todos de volta; e seus olhos foram abertos.
(113) Samuel.
68Então cães, lobos, e javalis selvagens devoraram-nos, até, até novamente outra ovelha (114)
levantar, o mestre do rebanho; um deles mesmos, um carneiro, para conduzi-los. Este carneiro começou a chifrar em todo lado aqueles cães, lobos, javalis selvagens, até que todos eles pereceram.
(114) Saul.
Seus olhos, e vi o carneiro no meio deles, os quais tinham deixaram de lado sua glória.
70E ele começou a ferir o rebanho, pisando sobre eles, e comportando-se sem dignidade.
71Então seu Senhor enviou a antiga ovelha novamente para uma still diferente ovelha, (115) e levantou-o para ser um carneiro, e para conduzi-las no lugar daquela ovelha que tinha deixado de
lado sua glória.
(115) David.
72Indo então a ele, e conversando com ele só, ele levantou o carneiro, e fez dele um príncipe e líder do rebanho. Todo o tempo aqueles cães (116) aborreceram a ovelha,
(116) Os Filisteus.
73O primeiro carneiro pagou respeito a este último carneiro.
74Então o último carneiro levantou e fugiu de diante de sua face. E eu vi que aqueles cães fizeram o primeiro carneiro cair.
75Mas o último carneiro levantou, e conduziu o carneiro menor.
76Aquele carneiro também gerou muitas ovelhas, e morreu.
77Então houve uma ovelha menor, (117) um carneiro, no lugar dele, que tornou-se um príncipe e líder, conduzindo o rebanho.
(117) Salomão.
78E a ovelha aumentou de tamanho, e multiplicou.
79E todos os cães, lobos, e javalis selvagens temeram, e fugiram dele.
80Aquele carneiro também golpeou e matou todas as bestas feras, de modo que eles não pudessem novamente prevalecer no meio das ovelhas, nem em nenhum tempo arrebate-as.
81E aquela casa foi feita grande e larga; uma imponente torre sendo construída sobre ela pelas ovelhas, para o Senhor das ovelhas.
82A casa era baixa, mas a torre era elevada e muito alta.
83Então o Senhor das ovelhas colocou-se sobre a torre, e causou uma mesa cheia aproximar-se diante dele.
84Novamente eu vi que aquela ovelha perdeu-se, e foi para vários caminhos, esquecendo-se daquela sua casa;
85E que seu Senhor chamou alguns entre eles, os quais ele enviou-as (118) a eles.
(118) Os profetas.
86Mas a estes as ovelhas começaram a matar. E quando um deles foi salvo da matança (119) ele saltou, e clamou contra aqueles que estavam desejosos de matá-los.
(119) Elias.
87Mas o Senhor das ovelhas livrou-o das suas mãos, e o fez subir a ele, e permanecer com ele.
88Ele enviou muitos outros a elas, para testificar, e com lamentações para clamar contra eles.
89Novamente eu vi, quando alguns deles esqueceram a casa do seu Senhor, e sua torre, vagando em todos os lugares, e crescendo cegos,
90Eu vi que o Senhor das ovelhas fez uma grande matança entre eles em suas pastagens, até que eles clamaram a ele em conseqüência da matança. Então ele apartou-as do lugar de sua habitação, e os deixou no poder dos leões, tigres, lobos, e das zeebt, (120) e ao poder das raposas, e de todo animal.
(120) Zeebt. Hiena. (Knibb, p. 209).
91E os animais selvagens começaram a despedaçá-los.
92Eu vi, também, que eles esqueceram a casa de seus pais, e sua torre, dando-os todos ao poder dos leões para despedaçá-los e devorá-los; até ao poder de todo animal.
93Então eu comecei a clamar com todo meu poder, implorando ao Senhor das ovelhas, e mostrando-lhe como as ovelhas eram devoradas por todos os animais de rapina.
94Mas ele olhou em silêncio, regozijando-se de que elas fossem devoradas, engolidas, e carregadas; e deixando-as ao poder de todo animal por comida. Ele chamou também setenta pastores, e designou-os ao cuidado das ovelhas, para que eles possam cuidar delas;
95Dizendo a eles e aos seus associados: Todos vós, de agora em diante todos vós cuideis das ovelhas, e a todos eu ordeno; fazei; e eu os entrego para as enumerarem.
96Eu vos direi qual delas serão mortas; a estas destruís. E ele entregou as ovelhas a eles.
97Então ele chamou a outro, e disse: Entende, e cuida de tudo o que os pastores farão a estas ovelhas; pois muitas delas perecerão depois que eu ordenei.
98De todo excesso e matança, que os pastores cometerão, haverá uma conta; como, quantas pereceram pelo meu comando, e quantos eles destruíram por sua própria cabeça.
99De toda destruição trazida por cada um dos pastores haverá uma contagem; e de acordo com o número eu farei com que um recital seja feito diante de mim, quantas eles destruíram por suas próprias cabeças, e quantas eles entregaram à destruição, para que eu possa ter esse testemunho contra eles; para que eu possa saber todos os seus procedimentos; e que, entregando as ovelhas a eles, eu possa ver o que eles farão; se eles agirão como eu lhes ordenei, ou não.
100Disto, portanto, eles serão ignorantes; nem farás qualquer explanação a eles, nem os reprovarás; mas haverá uma contagem de toda destruição feita por eles em suas respectivas estações. Então eles começarão a matar, e a destruir mais do que lhes for ordenado.
101E eles deixaram as ovelhas sob o poder dos leões, assim que muitos deles foram devorados e engolidos pelos leões e tigres; e javalis selvagens caíram sobre eles para depredá-los. Aquela torre eles queimaram, e derrubaram aquela casa.
102Então eu me afligi extremamente por causa da torre, e porque a casa das ovelhas foi derrubada.
103Nem fui, depois disso, capaz de perceber se eles entraram novamente naquela casa.
104Os pastores igualmente, e seus associados, entregaram-nos a todos os animais selvagens, para que os devorassem. Cada um deles em sua estação, de acordo com seu número, foi entregue; cada um deles, um com o outro, foram descritos num livro, como muitos deles, um com o outro, foram destruídos, num livro.
105Mais, porém, do que foi ordenado, cada pastor matou e destruiu.
106Então eu comecei a chorar, e fiquei grandemente indignado, por causa dos pastores.
107De igual maneira, também vi na visão aquele que escreveu, como ele escreveu um, destruído pelos pastores, todo dia. Ele subiu, permaneceu, e exibiu cada um de seus livros para o Senhor das ovelhas, contendo tudo o que eles haviam feito, e tudo o que cada um deles tinha feito;
108E todos os que eles haviam entregue à destruição.
109Ele tomou o livro em suas mãos, rei-o, selou-o, e depositou-o.
110Depois disso, por doze horas, os pastores negligenciaram as ordens do senhor.
111E eis que três das ovelhas (121) separadas, chegaram, entraram; e começaram construindo tudo o que estava caído daquela casa.
(121) Zorobabel, Josué e Neemias.
112Mas os javalis selvagens (122) estorvaram-nos, apesar de que eles não prevaleceram.
(122) Os Samaritanos.
113Novamente eles começaram a construir como antes, e levantaram aquela torre que foi chamada “a torre elevada”.
114E novamente eles começaram a colocar diante da torre uma mesa, com todo tipo de pães impuros e sujos sobre ela.
115Além disso também todas as ovelhas eram cegas, e não podiam ver, como também eram os pastores.
116Assim elas foram entregues aos pastores para uma grande destruição, que as pisaram sob seus pés, e devoraram-nas.
117Contudo o seu Senhor estava ciente, até que toda ovelha no campo foi destruída. Os pastores e as ovelhas foram todos mesclados, juntos, mas eles não salvaram-nos do poder dos animais.
118Então aquele que escreveu o livro subiu, exibiu-o e leu-o na residência do Senhor das ovelhas.
Ele pediu-lhe por eles, e orou, apontando cada ato dos pastores, e testificando diante dele contra todos eles. Então, tomando o livro, ele guardou-o consigo, e apartou-se.

                                       Capítulo 89
1E eu observei durante o tempo, que assim trinta e sete (123) pastores estiveram inspecionando, todos dos quais terminaram em seus respectivos períodos como o primeiro. Outros então receberam-nos em suas mãos, para que pudessem cuidar delas em seus respectivos períodos, cada pastor em seu próprio período.
(123) Trinta e sete. Um aparente erro para trinta e cinco (veja verso 7). Os reis de Judá e Israel (Laurence, p. 139).
2Depois disso eu vi na visão, que todos os pássaros do céu chegaram; águias, o viveiro, o papagaio e corvos. A água instruiu a todas.
3Elas começaram a devorar as ovelhas, a picar seus olhos, e a comer seus corpos.
4A ovelha então clamou; pois seus corpos foram devorados pelos pássaros.
5Eu também clamei, e gemi em meu sono contra os pastores que cuidavam do rebanho.
6E olhei, enquanto as ovelhas eram comidas pelos cães, pelas águias e pelos corvos. Eles não deixaram seus corpos, nem sua pele, nem seus músculos, e somente seus ossos restaram; até seus ossos caíram sobre o chão. E a ovelha ficou diminuída.
7Eu também observei durante o tempo, que vinte e três pastores (124) estavam cuidando, os quais completaram seus respectivos períodos, cinqüenta e oito períodos.
(124) Os reis da Babilônia, etc., durante e depois do cativeiro. O número de trinta e cincoe vinte e três somam cinqüenta e oito; e não trinta e sete, como erroneamente é colocado no primeiro verso (Laurence, p. 139).
8Então pequenos cordeiros nasceram daquela ovelha branca; que começaram a abrir seus olhos e a ver, chorando pela ovelha.
9A ovelha, porém, não clamou a eles, nem ouviu o que eles lhe diziam, mas ficou muda, cega e obstinada em maior intensidade.
10Eu vi na visão que corvos voaram sobre aqueles cordeiros;
11Que eles agarraram-nos; e que seguraram um deles, e rasgaram a ovelha em pedaços, e os devoraram.
12Eu vi também, que chifres cresceram nos cordeiros; e que os corvos pousavam sobre seus chifres.
13Eu vi, também, que um grande chifre brotou num animal entre as ovelhas, e que seus olhos estavam abertos.
14Ele olhou para elas. Seus olhos estavam bem abertos; e ele clamava para elas.
15Então o íbex (125) viu-o; todos eles correram para ele.
(125) O íbex. Provavelmente simbolizando Alexandre o Grande (Laurence, p. 140).

Fonte Internet:
Por Valentim Eccel